O trabalho ora apresentado pretende contribuir com a compreensão do papel do ensino religioso no capitalismo em crise, ressaltando que a religião - conteúdo do ensino religioso -, assim como os demais complexos sociais, tem suas bases ontológicas no trabalho. É através do trabalho teleológico que esta se desenvolve dialética e paulatinamente, desde o pensamento mágico primitivo até as formas religiosas atuais, sendo necessário para o entendimento, um estudo da gênese dessa categoria. Para lograrmos sucesso em tal esforço, procederemos aqui uma análise dialética das categorias, fundamentada em Marx e Engels, principalmente nas obras A Ideologia alemã (2005) e Manuscritos econômicos filosóficos (2006); e em Lukács, através de sua obra Estetica I: La peculiaridad de lo estetico (1982), que destaca o predomínio da estrutura sobre a superestrutura como um fato, bem como a autonomia relativa entre ambas. Recorreremos, portanto, a onto metodologia marxiana-lukacsciana como base para o aclaramento das categorias. Como auxílio, entre outros, nos servirá Tylor (1920), que expõe o idealismo e dogmatismo na estrutura das formações religiosas, e ainda, Santo Tomás de Aquino (2011), que sintetiza a teologia cristã fundamentado na revelação e na fé, organizadas segundo a lógica formal aristotélica. No que toca à educação, nos apoiaremos em Ponce (1998), que analisa a evolução da educação de acordo com os modelos produtivos que existiram na história. Ademais, pretendemos sustentar a tese de que o ensino religioso, inserido num modelo contraditório de educação burguesa, no caso do Brasil gerida por uma elite atrasada (OLIVEIRA, 1998) - que prega o capitalismo como fim da história - contribui, sobretudo, com a reprodução do atual estatus quo.