TRANSFORMAÇÃO DAS PRÁTICAS CATÓLICAS EM MEIO AO PROCESSO DE ROMANIZAÇÃO DA IGREJA NA IRMANDADE DE NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO DE QUIXERAMOBIM-CE(1884-1899)
Luciana Maria Pimentel Fernandes[1]
RESUMO
O presente projeto de pesquisa tem como objetivo estudar a Irmandade de Nossa Senhora do Rosário de Quixeramobim, no Sertão Central Cearense, como um espaço onde entre fins do século XVIII e meados do XIX estava repleto de sujeitos dispostos a "burlar" as práticas impostas por um catolicismo repleto de transformações, ocasionadas pelo processo de romanização da Igreja Católica, o que gerou uma maior "fiscalização" das práticas das irmandades, em decorrência do "público" que compunha as mesmas, que era na sua maioria de pessoas negras. Outro ponto fundamental a ser estudado na pesquisa é o tempo de duração dessa irmandade, que provavelmente foi do ano de 1755 a 1920. Compreender até que ponto esses mecanismos de resistência criados permitiram a confraria ter uma vida tão extensa, associados às experiências que os mesmos haviam vivenciado antes de cruzar o Oceano e deixar seus países de origem na África é o cenário sobre o qual queremos desenvolver nossa pesquisa. Metodologicamente falando, trabalharemos com as nossas fontes da seguinte forma: o compromisso da irmandade, que data de 1854, livros de matrícula de irmãos, livros de despesas (1858), dentre outras, todas elas nos permitem conhecer melhor como se organizavam as festas de Nossa Senhora do Rosário e do dia de Reis, onde havia a coroação do Rei e da Rainha, conhecida como a "corte do divino", e acreditamos que esse diálogo com as fontes nos permitirá um mergulho aprofundado na compreensão da dinâmica da irmandade, que nos direciona a observação de práticas católicas manifestadas em Quixeramobim até hoje.
Palavras Chave: Irmandades, Negros, Resistência.
[1] Graduanda do curso de História da Faculdade de Educação, ciências e letras do sertão Central- FECLESC- UECE, cursando o 5° semestre. Bolsista de iniciação cientifica FUNCAP.