A EDIÇÃO DE TEXTOS E O FAZER FILOLÓGICO: EDIÇÃO SEMIDIPLOMÁTICA DE UMA CARTA DE SESMARIA DA VILA DE CAMPO MAIOR

BRUNO PAULINO DO NASCIMENTO

Co-autores:
Tipo de Apresentação: Oral

Resumo

Editar um documento é torná-lo público. Essa é a grande tarefa do filólogo: resgatar os documentos das caixas empoeiradas dos arquivos e livrá-los da destruição material, prestando, assim, um grande serviço à cultura e à memória dos povos. Ademias, compete ainda ao fazer filológico analisar e interpretar os textos visando com isso estudar as manifestações da língua em todas as nuances, além de possibilitar a leitura do documento a outros pesquisadores. O trabalho que ora apresentamos trata-se da edição semidiplomática de uma Carta de Sesmaria da Vila de Campo Maior, atual cidade de Quixeramobim, cujo intuito é tornar o  documento  mais acessível aos interessados em conhecer um pouco da história da fundação desse município cearense. As cópias originais  do documento estão no Arquivo Histórico Ultramarino em Lisboa, foram trazidas para o Ceará por meio do Projeto Resgate do Ministério da Cultura em versão fac-similada. Tomamos aqui  os fac-símiles e fazemos a edição semidiplomática como acima dito, seguindo orientações de Cambraia (2005) e Bassetto (2001), conservando as formas mais genuínas possíveis. Vários são os  elementos  para nossa análise, desde questões codicológicas, diplomáticas e linguísticas, tais como a presença de abreviaturas, o tipo de ortografia da época, a forma de separação vocabular adotada; além dos aspectos histórico-sociais do Ceará Colonial que nos possibilitam a compreensão do processo de ocupação do solo brasileiro e a fundação dos primeiros núcleos populacionais do sertão cearense por meio da distribuição de terras em forma de cartas de sesmarias.

Palavras-chave: carta de sesmaria, edição semidiplomática, análise linguística, análise histórica.