Neste trabalho pretendemos estudar as naturalizações e cristalizações discursivas de identidade na cultura nordestina (NOGUEIRA, 2010). Em especifico, objetivamos refletir e denunciar opressões e violências que se materializam ideologicamente nas escolhas/construções linguísticas, por meio de formas corriqueiras de marcar/postular identidades (PINTO, 2002) de gênero para os sujeitos, através de tipos regionais que atravessam a história (ALBUQUERQUE, 2003) e são ressignificados como em O "Play Boy Pecador" e "A Mulher Submissa". Atentamos, portanto, para o uso ordinário em jogos de linguagem que se faz nas formas de vida, (AUSTIN, 1962, WITTGENSTEIN, 1989) do chamado "Forró Eletrônico". Utilizamos como aparato teórico os estudos de autores preocupados com as dimensões éticas, políticas e ideológicas das pesquisas em linguística na contemporaneidade, conscientes do seu papel na superação e emancipação de problemas sociais vigentes (RAJAGOPALAN, 2003, 2006, 2010, NOGUEIRA, 2006, FAIRCLOUGH, 2001, RESENDE & RAMALHO, 2006). Preliminarmente, percebemos que tais jogos de linguagem têm performatizado identidades e fabricado essências para homens e mulheres que acarretam em relações desiguais entre os gêneros.