PROBLEMATIZANDO MÉTODOS E CONCEITOS HISTÓRICOS: UMA EXPERIÊNCIA DE MONITORIA EM TEORIA DA HISTÓRIA.

RYCARDO WYLLES PINHEIRO NOGUEIRA

Co-autores: MARIA ELCELANE DE OLIVEIRA LINHARES
Tipo de Apresentação: Oral

Resumo

O presente trabalho é resultado da experiência vivida na disciplina de Teoria da História II, na Faculdade de Educação Ciências e Letras do Sertão Central, orientada pelo professor Edmilson Alves Maia Júnior. No âmago das vivências, dialoga-se com Walter Benjamim em Magia e Técnica, Arte e Política; Michel Pollack em Memória, esquecimento e Silêncio; Karl Marx e Friederich Engels em O Manifesto Comunista; Eric Hobsbawm em Sobre História; Edward Thompson em A Miséria da Teoria; Marc Bloch em Apologia da História ou O Ofício de Historiador; George Duby em A história Continua. Para tanto, na ótica de que o conhecimento histórico é histórico, adota-se as respectivas obras como fontes dentro dos debates essenciais sobre tendências, abordagens, domínios, conceitos e métodos. Esta apropriação possibilita a reflexão do papel do historiador, a partir das práticas investigativas que permearam fins do século XIX ao início do século XXI. Além das análises em sala de aula, este experimento utiliza como espaço investigativo e de debate teórico grupos de estudos que debruçam-se sob as fontes/referencias citadas. Metodologicamente, trabalha-se também com músicas, filmes e outras linguagens na perspectiva de que esses meios não são somente pertinentes nos debates dos textos, mas, no momento em que são historicizados permitem reflexões envolvendo o tempo e os vestígios do passado. Utilizou-se no desenrolar da disciplina o documentário Na Boca do Lixo de Eduardo Coutinho, os filmes Cabra cega de Toni Venturi, O orfanato de Juan Antonio Bayona e 1984 de Joe Dante (baseado na obra de George Orwell). Dentre as músicas trabalhou-se com: O Pastor de Madredeus, Espelho de João Nogueira, A Lua e Eu de Cassiano. Inicialmente todos esses elementos exigem uma contextualização cabível a sua utilização: Quem produziu? Em que época? Sob quais influências? Discute-se assim as conexões que podem ser feitas com os debates das aulas, a ambientação das tramas, as melodias, o desenrolar das narrativas e as elaborações nas quais direcionam. Propõe-se, contudo, mostrar que a Teoria da História vai além dos discursos sobre paradigmas e conceitos, ela consente, em uma quebra de rótulos pejorativos a análise do próprio "ser" historiador.