Em 1928, o jornal O Povo, trazia em suas páginas manifestações da sociedade fortalezense. Entre artigos, poesias, entrevistas, ensaios, anúncios e outras formas de comunicação através deste veículo, é possível identificar as várias imagens sobre a mulher ali presentes. Contrapõem-se conceitos sobre a dona-de-casa, a política, a feminina e a feminista, sobre ângulos e olhares de quem simpatiza ou se opõe. Esse caleidoscópio de simbolismo atinge seu auge de reflexões exógenas a partir da polêmica da rainha dos estudantes cearenses de 1929, traduzindo de um lado o modelo colonizado da mulher (Rago, 1985) daquela sociedade, e do outro, protagonistas e intelectuais como a escritora Rachel de Queiroz (pseudônimo de Suzana) revestidas da diversidade de imagens resultante dos olhares manifestados. É nesse instante que o discurso social apresenta a tentativa de modelar a mulher perfeita, de bochechas rosadas e tule róseo, em contrapartida aos batons vermelhos e a cor representante do feminismo. Pois do outro lado do espelho poderia-se encontrar a imagem da mulher política que se voltaria contra os bons costumes e até cometeria crimes. Cabe-nos então analisar tais discursos.