AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE FUNCIONAL DO IDOSOS E OS FATORES RELACIONADOS

VANESSA SAMPAIO SILVA

Co-autores: , LARYSSA FERNANDA SARAIVA DE SOUSA, PLAMELLA KARYDA ALVES CAVALCANTE, DÉBORA VALENTE DA SILVA e NATASHA MARQUES FROTA
Tipo de Apresentação: Oral

Resumo

 

 

II SIEPS

                                                                        XX ENFERMAIO

              I MOSTRA DO INTERNATO EM ENFERMAGEM

 

                                       Fortaleza - CE

                               23 a 25 de Maio de 2016

 

 

AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE FUNCIONAL DO IDOSO E OS FATORES RELACIONADOS

Vanessa Sampaio Silva[1]

Laryssa Fernanda Saraiva de Sousa1

Phamella Karyda Alves Cavalcante1

Débora Valente da Silva2

Natasha Marques Frota3

 

EIXO II. Saberes e práticas da enfermagem em diferentes contextos locais, nacionais e internacionais.

Introdução

A longevidade no idosos cresce a passos largos, essa expectativa de vida da população idosa revela grandes desafios as políticas governamentais e a implantação de estratégia atuais. Segundo o último censo de 2010 do Instituto Brasileiro de geografia e Estatística (IBGE) revelou que a população acima de 60 anos representava 10,8% da população total do Brasil, mostrando o aumento relevante dos idosos na última década. Esse fenômeno delineia uma série de implicações sociais, culturais e epidemiológicas, uma vez que, nesse grupo etário, a prevalência de morbidades e incapacidades é maior (NOGUEIRA, 2010). Segundo Valcarenghi (2015) envelhecer é um processo natural que compreende uma etapa da vida e se dá por mudanças físicas, psicológicas e sociais, acometendo de forma particular cada indivíduo. A incapacidade funcional ou desabilidade é processo dinâmico e progressivo, consequência das DCNT e de mudanças fisiológicas associadas ao processo de envelhecimento Entretanto, além desses fatores, a capacidade funcional é influenciada por fatores demográficos, socioeconômicos, culturais e psicossociais (PILGER; MENON; MATHIAS, 2013). Vários os instrumentos são utilizados para avaliar a capacidade funcional, o abordado no estudo é o Índice das Atividades Básicas de Vida Diária (ABVD) desenvolvido por Sidney Katz e a Escala de Lawton. Cada instrumento avalia atividades cotidianas diferentes, sendo avaliado pelo Índice de Katz as Atividades Básicas de Vida Diária (ABVD) e pela Escala de Lawton, as Atividades Instrumentais de Vida Diária (AIVD) (NETO, 2010). As escalas é um auxílio ao profissional, pois permite conhecer as necessidades e analisar melhor estado geral do idoso a partir de embasamento científico. Desta forma o presente estudo tem como objetivo analisar os fatores associados a capacidade funcional no idoso, bem como avaliar através das escalas de Kats e Lawton.

Metodologia


Trata-se de uma revisão integrativa, permitido uma análise de pesquisas que dão suporte para a tomada de decisão e a melhoria da prática clínica (MENDES; SILVEIRA; GALVÃO, 2008). Assim o estudo ajudou conhecer melhor sobre os fatores relacionados a capacidade funcional no idoso por meio das escalas de avaliação direcionando as ações a partir de um embasamento científico. Foram selecionados artigos completos na íntegra no período de 2008 a 2015 conforme temática abordada. O levantamento dos artigos ocorreu no mês de janeiro a março de 2016. A princípio, foram encontrados 23 artigos, após a leitura dos artigos, foram excluídos sete, dos quais 16 artigos atenderam aos objetivos da pesquisa. Quanto à questão norteadora tem-se: Quais os fatores associados a capacidade funcional no idoso? Para a seleção da amostra foram utilizados critérios de inclusão: artigos completos disponíveis eletronicamente, nos idiomas português, inglês ou espanhol; artigos com abordagem da temática; pesquisas realizadas e divulgadas no período de 2008 a 2015. Os critérios de exclusão foram: publicações repetidas, revisões de literatura sem rigor metodológico, editoriais, manuais, dissertações e teses. Para o levantamento dos dados, foram selecionados artigos da base de dados: LILACS (Literatura Latino Americana e das Ciências da Saúde), MEDLINE (National Library of Medicine), SCIELO (Scientific Electronic Library Online), onde os artigos eram relacionados a capacidade funcional nos idosos e escala de katz e lawton.  Na realização desta pesquisa foram utilizados os seguintes descritores: Idoso, Escalas, Fatores de risco.

 

Resultados e Discussão


Após a busca foram encontrados 16 artigos que atendiam aos objetivos da pesquisa. 7 estudos mostraram os fatores associado a incapacidade funcional, onde 10 enfatizaram a implantação da escala de Katz e Lawton e todos os 16 artigos mostravam a epidemiologia da capacidade funcional e um sobre a associação das quedas com a capacidade funcional. Com relação a idade, foi prevalente a incapacidade funcional nos idosos com idade mais avançada, (NOGUEIRA, et al, 2010; PINTO; NERI, 2013; BARBOSA, et al, 2014). Acrescenta-se o fato de que com o avançar da idade ocorrem mudanças morfológicas, funcionais e bioquímicas que abrangem todo o organismo e determinam a perda progressiva da capacidade de adaptação do indivíduo ao meio ambiente, ocasionando maior vulnerabilidade (et al, BARBOSA, 2013). Nas pesquisas analisadas os fatores mais relatados sobre a incapacidade funcional foram os idosos com a idade mais avançada, baixa escolaridade, sexo feminino, ter comorbidades, não ter companheiro comparados aos casados (NOGUEIRA, et al, 2010; BARBOSA, et al 2014; KAGAWA, CORRENTE, 2015; DANTAS, et al, 2013; PINTO; NERI, 2013; BRITO; MENEZES; OLINDA, 2015). Diante dos dados a interação social e as condições socioeconômicas, são determinantes na capacidade funcional. Na presente revisão a incapacidade funcional prevaleceu no sexo feminino. (NOGUEIRA, et al, 2010; et al, BARBOSA, 2014; KAGAWA, CORRENTE, 2015; et al, DANTAS, 2013; CAMPOS; FERREIRA; VARGAS, 2015). No estudo de Pereira (2012) observou-se o mesmo, o gênero mais comum entre os idosos foi o feminino, onde verificou-se que 20 (11,4%) homens e 69 (18,3%) mulheres apresentavam dificuldades para realizar ao menos uma atividade básica. Segundo o estudo de Brito, Menezes e Olinda (2015) a elevada evidência de incapacidade funcional verificada entre as mulheres pode ser atribuída maior expectativa de vida em relação ao homem. Nos grupos de idosos analisados a dependência e a capacidade funcional divergiu nos vários estudos. Isso pode ser atribuído segundo Nogueira (2010); Pilger, Menon e Mathias (2013) a diferenças culturais, sociodemográficas, socioeconômicas e de estilo de vida de cada grupo avaliado. Nos estudos revisados as comorbidades foram comuns na incapacidade funcional. Mostrando as doenças do sistema circulatório e sistema nervoso central como uma das principais causas no desempenho das atividades diárias. (et al, BARBOSA, 2013; et al, NOGUEIRA, 2010). Dessa maneira, enfatiza-se que medidas preventivas para as DCNT ao longo da vida podem aumentar a capacidade funcional qualidade de vida. Quanto ao nível de dependência, a AIVD prevaleceu sobre a ABVD (et al, BARBOSA, 2014; et al, PEREIRA, 2012). Segundo Barbosa às AIVD exigirem maior integridade física e cognitiva comparada às ABVD, justificado os resultados. 10,8% dos idosos que faziam uso até quatro medicamentos contínuos apresentavam alguma incapacidade funcional, já os idosos que faziam uso contínuo acima de cinco medicamentos por dia apresentaram 17,8% da amostra (et al, NOGUEIRA, 2010). Segundo Edgar (2012) os medicamentos têm um papel decisivo no tratamento das condições de saúde múltiplas em idosos frágeis, agudas e/ou crônicas. Todavia, as alterações farmacocinéticas do envelhecimento, aumentam, significativamente, o risco de reações adversas a drogas e, consequentemente, podem desencadear declínio funcional, incapacidades, internação e óbito. De acordo com os estudos confirma-se que o uso de medicamentos continuo podem acarretar em prejuízos funcional ao idoso.

Conclusão


Poucos estudos foram realizados sobre a influência dos medicamentos nas Atividades diárias. Isso mostra a necessidade de conhecer melhor os efeitos dos medicamentos sobre a capacidade funcional, visto a prevalência de idosos que faz uso de medicamentos contínuos. Cada lugar tem sua cultura, seu modo de viver, podendo justificar a divergência em alguns estudos, isso revela a necessidade de o profissional conhecer a população assistida em sua unidade, compreender as fragilidades, analisar os fatores desencadeantes e buscar intervenções específicas para cada grupo.


Referências


BARBOSA, B.R.; ALMEIDA, J.M.; BARBOSA, M.R.; ROSSI BARBOSA, L.A.R. Avaliação da capacidade funcional dos idosos e fatores associados à incapacidade. Ciência & Saúde Coletiva, Montes Claros, v. 19, n. 8, p. 3317-3325, 2014.          BRITO, K.Q.D.; MENEZES, T.N.; OLINDA, R.A. Incapacidade funcional e fatores e socioeconômico e demográficos associados em idosos.  Rev. Bras. Enferm, Brasília, v. 68, n. 4, p. 633-640, July./Aug. 2015.                                                   INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA-IBGE. Censo 2010. Disponível em <www.ibge.gov.br>. Acesso em 30 jan. 2016.                             KAGAWA, C.A.; CORRENTE, J.E. Análise da capacidade funcional em idosos do município de Avaré-SP: Fatores associados. Rev. Bras. geriatra. gerontol, Rio de Janeiro, v. 18, n. 3, July/Sept. 2015.

 


[1] Integrante do Projeto de Extensão Promoção em saúde da pessoa idosa. Acadêmica de enfermagem do Centro Universitário Estácio do Ceará. E-mail: vanessaenfermagem2012.2@gmail.com

2. Acadêmica de enfermagem do Centro Universitário Estácio do Ceará.

3. Enfermeira. Doutora pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Professora do Centro Universitário Estácio do Ceará.