PÓS-OPERATÓRIO IMEDIATO DE TRANSPLANTE HEPÁTICO: COMPETÊNCIAS DO ENFERMEIRO EM UM HOSPITAL DO CEARÁ

CLARICE DA SILVA NEVES

Co-autores: FRANCISCA DIANA DA SILVA NEGREIROS, ALICE MARIA CORREIA PEQUENO MARINHO, JOSÉ HUYGENS PARENTE GARCIA, SILVANA LINHARES DE CARVALHO e TATIANA REBOUÇAS MOREIRA
Tipo de Apresentação: Pôster

Resumo

Introdução: Nos últimos anos, ocorreram muitos avanços no setor de transplantes. Em 2015, nos Estados Unidos (EUA) foram realizados 30.973 transplantes de órgãos, destes 7.127 foram de fígado (UNOS, 2015). No mesmo período, foram realizados 7.911 transplantes de órgãos no Brasil, sendo 1.809 de fígado, destes, 195 foram realizados no Ceará. No campo de transplantes, o Brasil se destaca no contexto mundial, principalmente, por representar o maior sistema público de transplantes do mundo (RBT, 2015). Dentre as áreas de atuação do enfermeiro, o transplante hepático demanda que o profissional desenvolva competências qualificadas para o cumprimento seguro de suas atividades, por ser um procedimento que necessita de complexa infraestrutura e equipe multiprofissional especializada no exercício de suas atividades e no acompanhamento desses clientes (PEREIRA, 2012). Entende-se por competência em Enfermagem um conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes, que possibilitem ao enfermeiro agir de forma pertinente em todo momento (CÓNSUL-GIRIBET; MEDINA-MOYA, 2014). Os enfermeiros, como integrantes da equipe multiprofissional, estão presentes em toda a trajetória percorrida pelo cliente, nos períodos pré, trans e pós-operatórios de transplante hepático e pode-se afirmar que o sucesso do transplante depende, em grande parte, de uma assistência de enfermagem competente e especializada. Especificamente o pós-operatório imediato requer dos profissionais, em particular o enfermeiro, uma assistência rigorosa, pois é nesse período que o transplantado está mais propenso as instabilidades hemodinâmicas necessitando de intervenções clínicas e/ou cirúrgicas de forma rápida e eficiente. Diante desse contexto, o objetivo do estudo foi descrever as competências de enfermeiros no pós-operatório imediato no processo de transplante hepático em hospital de referência do Ceará. Metodologia: Trata-se de pesquisa descritiva, com abordagem qualitativa. O local do estudo foi a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) pós-operatória de um hospital de referência, considerado o maior centro de transplantes de fígado da América Latina. Participaram da pesquisa oito enfermeiros. Os dados foram coletados de julho a agosto de 2014 e utilizou-se a entrevista semiestruturada e a observação sistemática e não participante, sendo categorizados por meio da técnica de análise temática. O projeto foi submetido à análise dos Comitês de Ética em Pesquisa da instituição proponente (Universidade Estadual do Ceará) e coparticipante (Hospital Universitário Walter Cantídio) e teve a aprovação sob os pareceres consubstanciados nº 617.676 e nº 646.428 respectivamente. Resultados: as competências do enfermeiro no atendimento ao transplantado compreendiam realizar a SAEP; elaborar planos de cuidados; efetuar a monitorização cardiorrespiratória, nível de consciência, dor, temperatura, permeabilidade dos acessos venoso e arterial, infusões e drenagens; observar condições da pele, evitando úlcera de decúbito; prevenir complicações; detectar precocemente os sinais e sintomas de rejeição e/ou reações medicamentosas; trocar curativos; providenciar exames laboratoriais e de imagens; trabalhar em equipe; participar e proporcionar ações de ensino e pesquisa, registrar as condutas de enfermagem e dados importantes para investigações científicas e burocráticas; orientar o transplantado e família sobre as condutas e rotinas do tratamento; e outras atividades. Conclusão: Os discursos dos sujeitos e a observação no setor da UTI de pós-operatória evidenciaram que o conhecimento técnico-científico, as habilidades e atitudes do enfermeiro para atender à complexidade de demandas apresentadas pelo indivíduo de pós-transplante hepático são fundamentais, como membro da equipe de saúde, o enfermeiro articula o relacionamento entre as diversas especialidades profissionais, com intuito de promover assistência de natureza biológica, social, psicológica e cultural ao cliente e familiar. Devido às competências serem efetivas e proativas estas favorecem o desenvolvimento estável nas condições clínicas e cirúrgicas do cliente, assim fomentando o seguimento do cuidado pós-operatório mediato na enfermaria. Considerando à amplitude área de atuação, as atribuições do enfermeiro no TH precisam ser mais discutidas e divulgadas, sendo um aspecto específico da enfermagem que demanda publicações a nível nacional e maior perceptividade à comunidade. Almeja-se que esta pesquisa auxilie outros trabalhos correlacionados à temática em questão.