II SIEPS XX ENFERMAIO I MOSTRA DO INTERNATO EM ENFERMAGEM
Fortaleza - CE 23 a 25 de Maio de 2016 |
A vivência no campo de estágio: Relato de experiência.
1.Gabrielle Lemos Oliveira Rodrigues; 2.Suellen Silva Vaz; 3.Thais Eveline Maia Costa; 4.Roberta Nobre da Silva; 5.Beatriz Viana da Silva; 6.Diane Sousa Sales.
1. Universidade Estadual do Ceará - Bolsista do IC - Fortaleza
2. Universidade Estadual do Ceará - Bolsista do PET -Fortaleza
3. Universidade Estadual do Ceará - Bolsista da FUNCAP - Fortaleza
4. Universidade Estadual do Ceará - Bolsista da FUNCAP - Fortaleza
5. Universidade Estadual do Ceará - Bolsista do PET - Fortaleza
6. Universidade Estadual do Ceará - Orientador, Docente da UECE - Fortaleza
Inserir o e-mail do autor apresentador do trabalho: gabriellelemos33@gmail.com
EIXO II: SABERES E PRÁTICAS DA ENFERMAGEM EM DIFERENTES CONTEXTOS LOCAIS, NACIONAIS E INTERNACIONAIS
Introdução
O estágio acadêmico é um momento de muita expectativa para os estudantes de enfermagem, pois é a oportunidade de interligar a teoria e a prática de forma contextualizada já que propicia uma troca de informações, ideias e experiências entre acadêmicos, professores e profissionais da instituição.
E é reafirmando por Perbone e Carvalho (2011) quando relatam que a inserção do aluno em campo prático permite que novos conflitos aconteçam e mudanças no cotidiano das salas de aula, proporcionando novas experiências associadas a novos e distintos sentimentos, podendo influenciar nos índices de qualidade de vida.
O intuito é de capacitar os futuros profissionais de saúde em relação à autonomia, para assegurar um atendimento aos indivíduos, familiares e comunidade de forma íntegra, respeitando o paciente (SILVA; RODRIGUES, 2010). No estágio, as acadêmicas de enfermagem tiveram a oportunidade de observar e participar da rotina de assistência, além de interagir e criar vínculos com os pacientes.
Durante o período do estágio inúmeros sentimentos são relatados, desde uma leve ansiedade à uma total tensão. Além disso, outros questionamentos surgem como a forma de comunicar-se com os pacientes, como se portar durante as situações e o medo de errar perante o professor.
Assim, esses fatores podem influenciar diretamente no desempenho e no aprendizado prático do aluno. Considerando que o estágio é imprescindível para o fortalecimento da boa prática em saúde e que o seu desenvolvimento favorece a formação dos acadêmicos de enfermagem, traçou-se neste estudo o seguinte objetivo: Relatar a experiência vivida por acadêmicas de enfermagem no primeiro estágio em um hospital de grande porte.
Metodologia
Trata-se de um estudo descritivo, tipo relato de experiência, elaborado por 5 acadêmicas de enfermagem sobre a experiência do primeiro estágio. Realizado na enfermaria do primeiro andar da emergência do Hospital Geral de Fortaleza (HGF), no mês de fevereiro, durante o estágio da disciplina Semiologia, Semiotécnica e o Processo de cuidar, ministrada no quarto semestre do curso de graduação em Enfermagem na Universidade Estadual do Ceará (UECE).
Resultados e Discussão
No decorrer do estágio da disciplina de Semiologia, Semiotécnica e Processo de Cuidar realizado no Hospital Geral de Fortaleza, as acadêmicas presenciaram a rotina do hospital, bem como se depararam com os sentimentos dos seus pacientes frente ao estado de adoecimento e recuperação.
O primeiro momento com os pacientes foi marcado pelo nervosismo, porém, em contrapartida imperou também a vontade de ajudar e de aprender com eles. Durante a assistência de enfermagem realizada com a anamnese, exame físico, o auxílio do banho no leito ou a troca de curativos formou-se um vínculo com os pacientes. Assim, desenvolveu-se o desejo e a tradição de passar em cada paciente para ao menos dizer um bom dia e saber como se sentiam, quando a assistência naquele dia estava direcionada a outros pacientes.
Foi notório que esse tipo de comportamento por parte das acadêmicas motivava à uma melhor relação com os pacientes, principalmente na questão da confiança e em compartilhar suas histórias e rotinas. Apesar dos anseios dos primeiros dias o apoio entre as acadêmicas ou da professora foi fundamental, permitindo momentos de mais autonomia com os pacientes.
"A presença do professor, o companheirismo do grupo e a colaboração do paciente para o estudante é muito importante, pois ajuda amenizar seus temores e tensões frente ao estágio clinico" (CREMONESE; MARQUES, 2011, p. 98)
Em alguns momentos os pacientes ficavam com receio de serem cuidados por estudantes, mas acabavam por concordar em serem atendidos, e no término dos procedimentos viam que apesar da pouca experiência, os objetivos eram alcançados de forma satisfatória, especialmente pelos elogios, os quais serviram de incentivo para continuar com a dedicação. Além disso, também havia aqueles pacientes bem receptivos desde o primeiro momento e que cooperavam bem durante a assistência.
As acadêmicas estabeleceram um maior vínculo com os clientes que as receberam amigavelmente e que elogiavam os seus trabalhos, eles relatavam que a maneira de cuidar era diferente do que eles estavam costumados e pediam para não mudarem mesmo após a formação acadêmica concluída. Diante dessa situação as alunas ficaram felizes e ao mesmo tempo reflexivas sobre as mudanças na assistência de sala de aula e da prática clínica.
Outro momento de conflito interno entre as alunas, foi quando os pacientes relembravam seus familiares, ou eram mais jovens que as próprias alunas e apresentavam estado grave de saúde com sinais clínicos de fragilidade. O sentimento de impotência também foi vivenciado por não poderem fazer nada em relação à situação de alguns pacientes, bem como ver o sofrimento do familiar e as ações possíveis eram conversar e confortá-lo.
Percebeu-se na prática que a enfermagem está presente nos momentos mais importantes e difíceis dos pacientes. Assim, reconhece-se a importância da relação enfermeiro-paciente, da comunicação eficaz para uma assistência integral e adequada, da importância de ser chamado pelo nome, de perceber que tem alguém que se preocupa, que ouve com atenção e olha no olho.
Essas emoções ou sentimentos negativos vivenciados pelas acadêmicas são relevantes até certo ponto nesta fase de formação do estudante de enfermagem para reforçar a escolha pela profissão. Uma vez que contribui para que o estudante seja mais crítico com suas atitudes e comportamento, diminuindo, assim, as chances de cometer erros na assistência ao paciente. Portanto é necessário compreender os significados das experiências vivenciadas pelos estudantes nesta fase de sua formação, oferecendo subsídios para a implantação de novas formas ou estratégias para amenizar possíveis efeitos negativos decorrentes destas experiências(CREMONESE; MARQUES, 2011).
Dessa forma, as acadêmicas perceberam a importância do vínculo com os pacientes, que trouxe benefícios para ambos, assim como a importância de conhecer e aprender as habilidades essenciais para a prática, possibilitando o aprimoramento de suas carreiras profissionais. Os cuidados prestados as ajudaram na construção do conhecimento teórico-prático. Além do que os acompanhamentos diários ao paciente as ajudaram na construção do pensamento crítico e reflexivo do enfermeiro.
Conclusão
Diante do que foi discutido, conclui-se que os estágios permitiram as acadêmicas de enfermagem observar a atuação da equipe de enfermagem e como esses profissionais fazem uso de seus conhecimentos técnico-científicos, além do desenvolvimento clinico do paciente, desde a sua admissão até o momento atual. Além disso, essas experiências proporcionam às acadêmicas o aprofundamento do conhecimento acerca do quadro clínico e evolução do paciente.
Referências
CREMONESE, T. S.; MARQUES, I. R. Significados das primeiras experiências do estudante de enfermagem nos estágios clínicos. Rev. Enferm. UNISA, v.12, n.2, p.94-99. 2011.
PERBONE, J.G.; CARVALHO, E.C. Sentimentos do estudante de enfermagem em seu primeiro contato com pacientes. Ver.Bras.Enferm., Brasília, v.64, n.2, p.343-347, mar./abr., 2011.
SILVA, R.P.G.; RODRIGUES, R.M. Sistema único de saúde e a graduação em enfermagem no Paraná. Rev. Bras. Enferm.,Brasília,v.63, n.1, p.66-72, jan./fev., 2010.