A monitoria é uma atividade de apoio pedagógico oferecido aos acadêmicos interessados em aprofundar-se nos conteúdos da disciplina, bem como solucionar dificuldades em relação à matéria trabalhada em aula e tem como foco melhorar a qualidade do ensino de graduação. Para Fernandes et al (2015), em relação às outras atividades acadêmicas desenvolvidas em uma universidade, a monitoria apresenta-se de forma concreta para o desenvolvimento do processo de ensino e aprendizagem, associado à qualificação técnico-científica do monitor. A mesma é regulamentada pela Lei nº 5540/1968, que determinou a criação da função de monitor nas universidades, com o intuito de selecionar os acadêmicos que demonstrassem capacidade de desempenho em atividades técnico-didáticas de disciplinas curriculares (CARVALHO et al, 2012). A disciplina de Semiologia e Semiotécnica no curso de enfermagem proporciona aos acadêmicos a oportunidade de desenvolver habilidades na execução de procedimentos teórico-práticos, necessários a assistência de enfermagem. Ser monitor é de grande importância, pois, além do ganho pessoal e profissional, que são inúmeros, tem-se a possibilidade de contribuir com a formação de outros acadêmicos, e ter uma relação de troca de experiências com o professor orientador nos momentos de reunião. De acordo com Haag et al (2007), essa importância se dá pois o monitor tem a possibilidade de vivenciar a docência, de forma mais simplificada, porém é nesse momento em que os alunos passam a despertar a vocação de ser professor. Com isso, esse estudo objetivou relatar a experiência de acadêmicos de enfermagem no desempenho das atividades de monitoria na disciplina Semiologia e Semiotécnica no processo de cuidar de enfermagem em uma instituição de ensino superior. Estudo descritivo do tipo relato de experiência, realizado a partir da monitoria de Semiologia e Semiotécnica do curso de graduação em Enfermagem da Universidade Estadual do Ceará. O relato de experiência consiste em registrar situações/casos relevantes que ocorrem durante determinada situação. Este relato foi realizado a partir das experiências dos monitores na disciplina onde desenvolveram atividades teórico-práticas com os alunos do 4° semestre que estavam devidamente matriculados na IES. As aulas práticas de monitoria foram realizadas semanalmente em 2015, exceto no período de recesso das atividades acadêmicas previstas no calendário da universidade. Iniciávamos as monitorias relembrando o conteúdo, ou seja, revisando e tirando dúvidas, em seguida dividíamos o grupo para a realização das técnicas. A monitoria acontecia no laboratório de Semiologia e Semiotécnica no Centro Tecnológico de Enfermagem, com a presença de dois ou mais monitores por dia. Os monitores eram agrupados e ficavam responsáveis por um dia específico da semana. O grupo de monitoria era composto por 12 monitores, sendo 1 monitor bolsista remunerado e os outros monitores voluntários. A seleção para discente de monitoria é realizada a partir de provas teóricas e práticas, e são selecionados os monitores que obtiverem as melhores notas. A necessidade deste número de monitores surgiu devido ao número elevado de alunos que procuram a monitoria da disciplina. A partir dessa experiência de monitoria, foi realizada uma análise crítica das atividades desenvolvidas durante o ano possibilitando a descrição dos principais aspectos relacionados ao processo ensino-apredizagem. A disciplina de Semiologia e Semiotécnica é o fundamento das práticas de Enfermagem e sua importância têm grande impacto na grade curricular do curso de Enfermagem. A monitoria é um momento de retirar dúvidas e realizar as técnicas ensinadas pelos professores da disciplina. Dessa forma, torna-se um meio de aprimorar o aprendizado. Devido à necessidade de nos aprofundarmos na temática e, consequentemente, nas práticas de Enfermagem, surgiu o interesse de sermos monitores da disciplina. Compondo o quadro de monitores desde 2015 até atualmente, nesta trajetória, podemos aprender e ensinar, além de nos aperfeiçoar nas técnicas e aprofundar os conteúdos que englobam a disciplina. A nossa experiência como monitores da disciplina, tem sido muito gratificante e engrandecedora pois a cada semestre é uma turma nova acompanhada com novos desafios. Algo que mais nos impactou foi que no começo não nos sentíamos preparados e até mesmo a insegurança acabava nos travando, mas, com o passar do tempo, a desenvoltura e a forma de se expressar foi sendo aperfeiçoada. Conforme Abreu et al (2012) seu estudo identificou que as dificuldades mais enfrentadas pelos monitores foram timidez e insegurança. Este fato está intrinsecamente ligado a forma de comunicação utilizada e, principalmente, na interação aluno/monitor. Neste período, tivemos resultados positivos nos estágios curriculares de outras disciplinas pois passamos a ter segurança e habilidade nas técnicas realizadas. De acordo com Abreu et al (2012) infere que a percepção da monitoria na visão do monitor é uma experiência positiva, mas com diversas dificuldades. Outro fator importante está relacionado em poder semanalmente estar relembrando as técnicas no laboratório com os alunos da disciplina, além de buscar o aprofundamento teórico e atualização das temáticas, incluindo novos parâmetros e mudanças ocorridas nos protocolos de cuidados. Assim, como demonstrado, ser monitor da disciplina de Semiologia e Semiotécnica nos proporciona impacto positivo para a prática na graduação e posteriormente na carreira profissional. Diante do exposto, a monitoria configura-se como uma importante atividade exercida pelo aluno-monitor, para o crescimento pessoal e profissional, além disso, destaca-se impacto dessa atividade para a formação acadêmica, pois os conhecimentos adquiridos junto ao professor orientador despertam e reforçam nos monitores a vocação de ser professor, logo, proporciona momentos de incentivo à criação e recriação de novos métodos e práticas pedagógicas que possam facilitar e melhorar a prática de ensino e aprendizagem.
ABREU, T. O. et al. A monitoria acadêmica na percepção dos graduandos de enfermagem. Rev enferm. Rio de Janeiro. v.22, n.4, p.507-12. jul/ago, 2014.
CARVALHO, I. S. et al. Monitoria em semiologia e semiotécnica para a enfermagem: um relato de experiência. Rev Enferm. v.2, n.2, p.464-471. mai/ago. 2012.
FERNANDES, N. C. et al. Monitoria acadêmica e o cuidado da pessoa com estomia: relato de experiência. Rev Min Enferm. v.19, n.2, p.238-241. abr/jun, 2015.
HAAG, G. S. et al. Contribuições da monitoria no processo ensino-aprendizagem em enfermagem. Rev Bras Enferm. Brasília. v.61, n.2, p.215-220. mar-abr, 2008.