HEMORRAGIA INTRACRANIANA EM RECÉM-NASCIDOS PREMATUROS DE PESO BAIXO AO NASCER

MILENA MOURA CHAVES

Co-autores: JULIANA WANDERLEY SILVEIRA, CATARINA LABORÊ VIDAL FERNANDES, MARDÊNIA GOMES FERREIRA VASCONCELOS, RAYANNE DA SILVA COSTA e ANA VALESKA SIEBRA E SILVA
Tipo de Apresentação: Oral

Resumo

 

HEMORRAGIA INTRACRANIANA EM RECÉM-NASCIDOS PREMATUROS DE PESO BAIXO AO NASCER

Milena Moura Chaves¹, Juliana Wanderley Silveira², Catarina Laborê Vidal Fernandes³, Mardênia Gomes Ferreira Vasconcelos4,  Rayanne da Silva Costa5, Ana Valeska Siebra e Silva6

 

 

1. Universidade Estadual do Ceará - UECE - Curso de Enfermagem - PIBIC/CNPq

2. Universidade Estadual do Ceará - UECE - Curso de Enfermagem

3. Universidade Estadual do Ceará - UECE -Curso de Enfermagem - FUCAP

4. Universidade Estadual do Ceará - UECE -Curso de Enfermagem

5.Universidade Estadual do Ceará - UECE -Curso de Enfermagem- IC/UECE

6.Orientadora. Universidade Estadual do Ceará - UECE - Professora do Curso de Enfermagem, Doutoura em Saúde Pública pela Universidade de São Paulo - USP

 

Milena.moura88@hotmail.com

 

EIXO I: INTERNACIONALIZAÇÃO DOS SABERES NA PRÁTICA CLÍNICA E NA DOCÊNCIA EM ENFERMAGEM E SAÚDE

 

Introdução

Considerando o RN prematuro de muito baixo peso como um ser que se encontra em desenvolvimento, apresentan­do imaturidade morfológica e fisiológica, este necessita de um cuidado individualizado, onde devem ser levadas em consideração as suas necessidades e particularidades, respeitando desta forma, a sua condição diferenciada de desenvolvimento (MEDEIROS; MASCARENHAS, 2010). Devido às disfunções morfológicas e fisiológicas, pode ser apresentado ao recém-nascido, a hemorragia intracraniana (HIC), que segundo Marba et al. (2011, p. 506), é a principal patologia neurológica do recém-nascido e dentre suas manifestações a mais comum é a hemorragia periintraventricular (HPIV), sendo as outras manifestações, a hemorragia subdural, a subaracnóidea e a cerebelar, menos frequentes. Diante desse contexto, o desafio para profissionais de saúde das UTIN que cuidam dessas crianças e de suas famílias não é só garantir a sobrevivência, mas também aperfeiçoar o seu curso de evolução e desenvolvimento, assegurando uma qualidade de vida apropriada. Esse estudo tem como proposta despertar os profissionais de saúde para a escassez de estudos referentes ao assunto, implicando-os para a busca de uma assistência de qualidade baseada em evidências. O objetivo deste estudo é conhecer Qual a produção de conhecimento sobre hemorragia intracraniana em prematuros de peso baixo ao nascer?

Metodologia

Trata-se de uma revisão integrativa, realizada conforme as etapas propostas por Souza; Silva; Carvalho (2010), Na primeira etapa, elaborou-se a seguinte pergunta norteadora: Qual a produção de conhecimento sobre hemorragia intracraniana em prematuros de peso baixo ao nascer? Na segunda etapa, definiram-se as bases de dados e os critérios de inclusão e exclusão. A base de dados eletrônica selecionada foi a LILACS (Literatura Latino-Americana em Ciências da Saúde), BDENF (Base de dados de enfermagem) e SCIELO (Scientific Electronic Library Online) os critérios de inclusão adotados foram: artigos e publicados entre 2005 a 2015, disponíveis na íntegra e em português. Excluíram-se teses, dissertações, artigos duplicados e artigos que fugiam ao tema. Os descritores utilizados foram: Prematuro, Hemorragia Cerebral, Recém-Nascido. Inicialmente foram localizadas 1179 publicações. Após aplicação dos critérios obteve-se um total de 8 artigos. Também foram utilizadas literaturas complementares referentes ao assunto exposto. Na terceira etapa foi elaborado e aplicado formulário para coleta dos dados contendo perguntas referentes aos objetivos, metodologia e resultados obtidos nos estudos. Na quarta, as publicações foram analisadas criticamente. A quinta etapa abordou a discussão dos resultados e a identificação de lacunas do conhecimento acerca da temática. Na sexta etapa realizou-se a formatação e elaboração.

Resultados e Discussão


Constatou-se que os anos que apresentaram maior número de artigos publicados foram os de 2006 e 2012 com dois artigos cada. Os anos de 2005, 2009, 2010 e 2014, apareceram com um artigo cada. Ressaltando que teve a necessidade da busca por artigos nos últimos dez anos, devido à falta de informações suficientes para o estudo. Ao analisar a distribuição das publicações selecionadas nas bases de dados e biblioteca eletrônica, verificou-se que a mais utilizada foi LILACS (Literatura Latino-Americana em Ciências da Saúde) com 7 artigos  e a BDENF (Base de dados de enfermagem) com 1 artigo. Os artigos não conversam entre si quanto às informações básicas sobre HPIV, não estando presentes nas publicações, como definição da lesão, origem da lesão, fatores de risco, diagnóstico prevenção, tratamento e consequências da HPIV. Apenas artigo sobre Lesões isquêmicas cerebrais no recém-nascido pré-termo de muito baixo peso traz estas informações. As lesões cerebrais são as principais causas de mortalidade e morbidade em RN prematuros, decorrentes de fenômenos de hipóxia/isquemia e das hemorragias cerebrais peri-intraventriculares (HPIV). A origem destas hemorragias, sejam em matriz germinativa ou parenquimatosas, é multifatorial, envolvendo a fragilidade vascular cerebral própria da prematuridade, alterações de fluxo sanguíneo e perfusão cerebral e variações da pressão intracraniana. Como principal fator de risco a prematuridade, sexo masculino e baixo peso ao nascimento, sendo a ultrassonografia tranfontanelar o exame de escolha para o diagnostico. A prevenção se dá com o uso de corticosteroide antenatal. A HPIV compromete principalmente o desenvolvimento cognitivo e motor. (SILVEIRA E PROCIANOY; 2005) Considerando os vários tipos de hemorragias, os artigos relataram em sua maioria o grau IV onde ocorre o comprometimento parenquimatoso que pode significar infarto hemorrágico ou leucomalácia periventricular. LPV é lesão bilateral não hemorrágica, que pode evoluir para formação de cistos, cuja patogênese tem sido atribuída à hipóxia-isquemia fetal ou, mais recentemente, a fatores inflamatórios fetais. (ARGOLLO; LESSA E RIBEIRO, 2006). Outra lacuna evidente frente a analise dos artigos foi à falta da participação de enfermeiros no cuidado com os recém-nascidos com hemorragia intraventriculares, como também na produção dos artigos. Assim com o objetivo de identificar quais produções de conhecimento sobre hemorragia intracraniana em prematuros de peso baixo ao nascer, percebeu- se poucos estudos nessa temática.

Conclusão


Esse tema desperta vários questionamentos pelo alto risco de morbimortalidade nessa população, constituindo um dos mais importantes dilemas em perinatologia. Em virtude de que uma HPIV pode gerar várias consequências para a vida posterior do neonato. Além disso, há poucas publicações em português. Podemos concluir também que foram poucos artigos encontrados, e que houve a busca por literaturas complementares para atingir o objetivo do estudo. Assim, considera-se de suma importância, frente às lacunas observadas, o desenvolvimento de pesquisas brasileiras que abordem sobre a hemorragia intracraniana em prematuros, peso baixo ao nascer e as intervenções de enfermagem a estes recém-nascidos.

Referências


ARGOLLO, N., LESSA, I., RIBEIRO, S. Cranial Doppler resistance index measurement in preterm newborns with cerebral white matter lesion. Jornal de Pediatria. v.82, n.3, p.221-226, 2006.

 

MARBA, Sérgio T. M. et al . Incidência de hemorragia peri-intraventricular em recém-nascidos de muito baixo peso: análise de 15 anos. J. Pediatr. (Rio J.),  Porto Alegre ,  v. 87, n. 6, p. 505-511, Dec.  2011

 

MEDEIROS, J.S.S. de; MASCARENHAS, M.F.P.T. Banho humanizado em recém-nascidos prematuros de baixo peso em uma enfermaria canguru .Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo, Brasil, v. 21, n. 1, p. 51-60, abr. 2010.

 

SILVEIRA, R. C.; PROCIANOY, R. S.. Lesões isquêmicas cerebrais no recém-nascido pré-termo de muito baixo peso. Jornal de Pediatria, Porto Alegre, v. 81, n. 1, p.23-32, 2005.

 

SOUZA, M. T.; SILVA, M. D.; CARVALHO, R. Revisão integrativa: o que é e como fazer. Einstein, Morumbi, v. 8, n. 1, p. 102-106, 2010.