COMPLICAÇÕES NA UTILIZAÇÃO DA TERAPIA INTRAVENOSA EM NEONATOS.

RAYANNE DA SILVA COSTA

Co-autores: ANA VALESKA SIEBRA E SILVA, MARDENIA GOMES FERREIRA VASCONCELOS, MILENA MOURA CHAVES, ANNA JESSYCA ANDRADE LACERDA e JULIANA WANDERLEY SILVEIRA
Tipo de Apresentação: Oral

Resumo

 

 

II SIEPS

                                                                        XX ENFERMAIO

              I MOSTRA DO INTERNATO EM ENFERMAGEM

 

                                       Fortaleza - CE

                               23 a 25 de Maio de 2016

 

COMPLICAÇÕES NA UTILIZAÇÃO DA TERAPIA INTRAVENOSA EM NEONATOS.

Rayanne da Silva Costa1, Mardenia Gomes Ferreira Vasconcelos2, Milena Moura Chaves3, Anna Jessyca Andrade Lacerda4, Juliana Wanderley Silveira4, Ana Valeska Siebra e Silva5

rayannescosta@hotmail.com

EIXO I. INTERNACIONALIZAÇÃO DOS SABERES NA PRÁTICA CLÍNICA E NA DOCÊNCIA EM ENFERMAGEM E SAÚDE.

 

Introdução


A terapia intravenosa (TIV) é um conjunto de conhecimentos e técnicas para a administração de fármacos no sistema circulatório, recurso terapêutico indicada para a maioria dos pacientes hospitalizados. A via intravenosa é o principal acesso para administração de medicamentos em recém-nascidos internados em unidades de terapia intensiva, principalmente os prematuros e de baixo peso (<1.500kg). Que tem por objetivo a melhora do quadro do recém-nascido, que devido à imaturidade, pode vir a necessitar de suporte medicamentoso para assim alcançar manutenção de sua vida (MONDES et al. 2011; MACHADO, PEDREIRA, CHAUD, 2008). Dentro de uma unidade hospitalar é indispensável a atuação de uma equipe multiprofissional, que garanta o bem estar físico e psíquico dos pacientes. Contudo nesse contexto podem ocorrer situações indesejáveis relacionadas a utilização da terapia intravenosa, seja por indevido manuseio, por tempo de uso prolongado da terapia, por erro ao implantar o dispositivo, dentre outros (GOMES et al. 2011; MONDES et al. 2011). O cuidado de enfermagem ao paciente em uso de terapia intravenosa exige práticas seguras, desde sua implementação, acompanhamento e posteriormente sua remoção, percebe-se que são os principais responssáveis pela observação e percepção de possíveis complicações (GOMES et al, 2011). Pacientes neonatos necessitam então de maior atenção dos Enfermeiros, principalmente por ainda não possuirem estrutura corporal e imunológica completamente desenvolvida como um paciente adulto. Portanto os profissionais devem possuir conhecimento sobre as possíveis complicações que podem ocorrer para que possam evitá-las (RODRIGUES, CUNHA, GOMES, 2012). O objetivo deste estudo foi de conhecer as principais complicações na utilização da terapia intravenosa em neonatos.

Metodologia


Trata-se de uma revisão integrativa que utilizou como fonte a Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). O caminho percorrido nesta investigação foi: escolha da pergunta norteadora da pesquisa, definição de critérios de inclusão e exclusão, categorização dos estudos, análise da amostra, interpretação dos resultados e síntese final. A revisão integrativa permite a busca, a avaliação crítica e a síntese das evidências disponíveis sobre o tema pesquisado, sendo o seu produto final a síntese do conhecimento que possa subsidiar as intervenções na assistência a saúde, redução de custos, e a identificação de lacunas que orientem futuras pesquisas (MENDES, SILVEIRA e GALVÃO, 2008). O levantamento bibliográfico foi realizado em agosto de 2015, com os seguintes termos: complicações, neonatos, terapia intravenosa e enfermagem. Numa primeira busca foram encontrados 101 artigos. Após aplicação dos critérios de inclusão (textos disponíveis na íntegra e no período de 2007 a 2015) e critérios de exclusão (teses, dissertações e artigos de revisão) o corpus de análise do estudo foi composto por 10 artigos. A pergunta norteadora do estudo foi: Quais possíveis complicações da utilização da terapia intravenosa em neonatos?

Resultados e Discussão


Constantemente faz-se necessária a utilização da terapia intravenosa, seja para administração de medicamentos, fluídos e eletrólitos. Porém alguns fatores podem ocasionar respostas indesejáveis, respostas essas que podem tornar-se de maior importância principalmente quando se trata de neonatos. No que diz respeito à realidade dos pacientes neonatos, percebe-se a necessidade de maiores habilidades e conhecimento, por parte dos profissionais que exercem todo e qualquer tipo de assistência a esse paciente, deve-se conhecer as etapas que vão desde a escolha correta do local a ser realizado o acesso até a administração do que foi prescrito, sempre com bastante atenção (CÂMARA, TAVARES e CHAVES, 2007). Segundo estudos a realização da indicação da TIV é mais frequente em recém-nascidos com peso entre 1001g a 2000g, que se tornam mais propensos às complicações em decorrência da prematuridade, necessitando assim de maior supervisão (MODES et al. 2011; BARBOSA et al. 2015). Estudos (DUARTE et al. 2013; MACHADO, PEDREIRA, CHAUD, 2008) demonstraram que as complicações mais frequentes são as de flebite, que seria a inflamação da parede da veia, infecção, infiltração, quando o líquido que está sendo infundido acaba por sair da corrente sanguínea e extravasamento, são elas as principais justificativas para a interrupção da terapia. Os autores (BARBOSA et al, 2015) descrevem que a equipe de Enfermagem, por permanecerem mais próximos ao paciente, prestando o cuidado durante todo o tempo de permanência de hospitalização do paciente, tem papel fundamental na prevenção e identificação de possíveis complicações, possibilitando assim a melhor qualidade dos serviços prestados. Percebe-se então que alguns fatores como o tipo de cateter selecionado, pode ser uma das causas da ocorrência de complicações, assim como o indevido preparo do local de inserção, o tipo de infusão, a técnica de inserção escolhida pelo profissional, o tempo de permanência do cateter, o tipo de curativo e o local de inserção do cateter. É necessário que os profissionais assumam em suas práticas posturas capazes de evitar o aparecimento de intercorrências relacionadas à utilização da TIV, como por exemplo, a realização da visualização e frequente do local onde está sendo realizada a infusão venosa, utilização do curativo adequado, observação constante do local de punção e realizar a interrupção imediata da infusão diante dos primeiros sinais de irritação no local de punção.

Conclusão


A implementação de cursos, para todos os profissionais de saúde em especial aos de enfermagem, em terapia intravenosa que lhes permitissem saber todas as técnicas necessárias para obter sucesso na prática, onde explicasse como escolher o local certo para a punção, o dispositivo adequado para cada caso, levar em consideração o que será infudido, o preparar o dispositivo e o local a ser puncionado, tendo conhecimento do tempo que o mesmo deverá permanecer com este, dentre outros fatores, são indispensáveis. Os resultados sugerem que é necessário sensibilizar os profissionais de saúde, para haver adesão ao treinamento e colaboração de toda equipe para prevenir tais complicações, também por meio da fiscalização e avaliação continua da punção.

Referências


MODES, Priscilla Shirley Siniak dos Anjos et al. CUIDADOS DE ENFERMAGEM NAS COMPLICAÇÕES DA PUNÇÃO VENOSA PERIFÉRICA EM RECÉM-NASCIDOS. Rev Rene, Fortaleza, v. 2 n. 12, p.324-332, abr. 2011.

FERREIRA, Fernanda Lemos Cardoso et al. TERAPIA INTRAVENOSA EM NEONATOLOGIA E NA PEDIATRIA: UMA REVISAO SISTEMÁTICA DA LITERATURA. R. Pesq.: cuid. fundam. Online, v. 2, p.125-129,dez2010.

GOMES, Ana Caroline Rodrigues et al. Phlebitis occurred assessment, infiltration and extravasation in neonates receiving intravenous therapy: therapy. Esc. Anna Nery, Rio de Janeiro, v. 15, n. 3, July 2011.

RODRIGUES, Elisa da Conceição; CUNHA, Sueli Rezende; GOMES, Romeu. "Perdeu a veia": significados da prática da terapia intravenosa na unidade de terapia intensiva neonatal. Ciência & Saúde Coletiva, Online, v. 17, n. 4, p.989-999, 2012.

CÂMARA, Sônia Maria Campos; TAVARES, Teresinha de Jesus Lima; CHAVES, Edna Maria Camelo. CATETER VENOSO DE INSERÇÃO PERIFÉRICA:: ANÁLISE DO USO EM RECÉMNASCIDOS DE UMA UNIDADE NEONATAL PÚBLICA EM FORTALEZA. Rev. Rene, Fortaleza, v. 8, n. 1, p.32-37, jan/abr, 2007.

BARBOSA, Maria Teresa de Souza Rosa et al. Indicadores de qualidade na assistência de terapia intravenosa em um hospital universitário:: uma contribuição da enfermagem. Revista de Pesquisa: Cuidado é fundamental online, Online, v. 7, n. 2, p.2277-2286, abr/jun, 2015.

SWERTS, Cátia Aline Silva et al. Cuidados de enfermagem frente às complicações do cateter central de inserção periférica em neonatos: neonatos. Rev. Eletr. Enf., Online, v. 15, n. 1, p.156-161, jan/mar. 2013.

DUARTE, Elysângela Dittz et al. Fatores associados à infecção pelo uso do cateter central de inserção periférica em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal. Rev Esc Enferm Usp, São Paulo, v. 47, n. 3, p.547-554, jan. 2013.

MACHADO, Ariane Ferreira; PEDREIRA, Mavilde da Luz Gonçalves; CHAUD, Massae Noda. Eventos adversos relacionados ao uso de cateteres intravenosos periféricos em crianças de acordo com tipos de curativos. Rev. Latino-am. Enfermagem, Ribeirão Preto, v. 16, n. 3, May 2008.

MODES, Priscilla Shirley Siniak dos Anjos et al. CUIDADOS DE ENFERMAGEM NAS COMPLICAÇÕES DA PUNÇÃO VENOSA PERIFÉRICA EM RECÉM-NASCIDOS. Rev Rene, Fortaleza, v. 12, n. 2, p.324-332, abr. 2011.