INTRODUÇÃO: O método da lactação com amenorreia (LAM) é um método anticoncepcional com 98% de eficácia, desde que seguidos corretamente os critérios de amenorreia pós-parto, lactente com idade de até seis meses e amamentação materna integral ou quase integral. Nesse contexto, ao apresentar os benefícios da amamentação, o profissional deve orientar o uso da lactação com amenorreia (LAM), por ser um método natural de inibição da fertilidade que estimula o AME e pode ser utilizado isoladamente ou associado a outro MAC que não interfira na amamentação. A pesquisa desenvolvida objetivou conhecer quais as fontes de aquisição do conhecimento de puérperas acerca do método da lactação com amenorreia (LAM). MÉTODO: Estudo transversal, desenvolvido no alojamento conjunto de uma maternidade de referência, em Fortaleza-CE. A população foi constituída por puérperas internadas no referido setor, nos meses de fevereiro a maio de 2012. A coleta de dados foi realizada em um período de 60 dias. Totalizou-se 278 puérperas. A coleta de dados foi realizada em três dias da semana, de acordo com a conveniência dos participantes. Os dados coletados foram armazenados no programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), versão 17.0. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética da maternidade que sediou o estudo, conforme protocolo de nº 113/11. As participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) e tiveram sua privacidade respeitada. Foram obedecidas as recomendações da Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde do Ministério da Saúde, que trata de pesquisa com seres humanos. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Das 278 puérperas que compuseram a amostra, apenas 131(47,1%) relataram ter ouvido falar sobre o efeito contraceptivo da amamentação e dessas, somente 23(17,6%) acreditavam na eficácia do método. No tocante ao momento de aquisição do conhecimento, 58(44,3%) puérperas declaram que receberam informação antes de engravidar, 56(42,7%) durante o pré-natal e 17(13%) no pós-parto. As fontes de conhecimento citadas em ordem crescente de importância foram: amigos, familiares ou conhecidos 43(32,8%); enfermeiro 32(24,4%), médico 23(17,6%), alguém que já utilizou o método 22(16,8%); outro profissional da saúde 5(3,8%) e mídia 4(3,1%). Pouco menos da metade das puérperas possuía algum conhecimento sobre o LAM, porém, em sua maioria, o consideravam ineficaz. CONCLUSÃO: Os resultados obtidos sinalizam para um déficit no conhecimento de puérperas acerca do LAM e parecem ser influenciados por mitos arraigados na própria comunidade, em especial relacionados à eficácia e critérios de utilização do método. Percebe-se, ainda, que são elevadas as oportunidades perdidas pelas equipes de saúde para orientar as mulheres quanto ao LAM.