PERFIL EPIDEMIOLÓGICO E ASPECTOS CLÍNICOS DE PACIENTES COM ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA: REVISÃO INTEGRATIVA

REBECA SARAIVA VIEIRA

Co-autores: , ROSYLANE PAIVA SANTIAGO , SILVIA MARA ROCHA BESERRA, MARIANA PEREIRA MAIA, SABRINA NUNES FERNANDES DE LIMA e RITA NEUMA DANTAS CAVALCANTE DE ABREU
Tipo de Apresentação: Pôster

Resumo

Introdução

Doenças que atingem os neurônios motores, geralmente, causam modificações no controle muscular, provocando mudanças na função e bem estar daqueles que são acometidos. É o caso da Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), doença que ainda tem as causas pouco conhecidas, mas que tem um prognóstico progressivo e fatal. Provoca uma degeneração dos neurônios motores, levando à atrofia, fraqueza, hipotonia, espasticidade, hiporreflexia, disartria, disfagia, labilidade emocional, dentro outros (SILVA et al, 2014). O início dos sintomas é insidioso e pode, por muitas vezes, passar despercebidos, só podendo ser diagnosticados após 12 meses. O diagnóstico, era confirmado por meio da eletroneuromiografia, porém, atualmente, é preciso a evidência de degeneração do neurônio motor superior e inferior através de exames clínicos, ser descartada a hipótese de degeneração motora por outras patologias e sinais de neuroimagem (RODRIGUES et al, 2015). Dados epidemiológicos de ELA ainda são falhos no Brasil, mas estima-se que os mais acometidos são homens com média de idade de 52 anos que com a progressão da doença ficam dependentes de tecnologias de suporte de vida como ventilador mecânico, monitores cardíacos e cateteres. O profissional de enfermagem, através de seus diagnósticos, baseados na Sistematização de Assistência de Enfermagem (SAE), identifica situações e agravos que são a base para elaborar um plano de ações, afim, de promover, prevenir, recuperar e reabilitar a saúde do portador de ELA e de sua família (BITTENCOURT & CORDEIRO, 2015). Diante do exposto e de qualificar o cuidado do enfermeiro ao paciente com ELA, o presente estudo objetiva identificar na literatura nacional os principais aspectos clínicos e perfil epidemiológico dos pacientes portadores de ELA.

Metodologia

Trata-se de uma revisão integrativa de literatura, cuja questão norteadora foi: "Quais os principais aspectos clínicos e perfil epidemiológico dos pacientes acometidos por Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA)?". A revisão integrativa se baseia na elaboração de uma análise geral da literatura, favorecendo a discussão sobre métodos e resultados de várias pesquisas, e também propiciando reflexões de estudos futuros. Dentre os métodos de revisão, a integrativa é a mais abrangente, pois permite a inclusão de pesquisas experimentais e quase experimentais favorecendo uma compreensão mais completa do tema escolhido (MENDES et al, 2008). Para pesquisa foram adotados os seguintes critérios de inclusão: artigo original realizado no Brasil de publicação em língua portuguesa e inglesa; conter em seus resultados conhecimentos relacionados aos aspectos clínicos e perfil epidemiológico do portador de ELA; ter sido publicado no período de 2010-2015. Este último critério foi adotado a fim de delimita ruma coletânea mais recente. Como critério de exclusão adotou-se: material publicado sem livros, teses, conferências, monografias, além de materiais que não estavam relacionados com a temática, que ultrapassavam o período estipulado ou artigos não obtidos na íntegra após ampla busca realizada. A busca foi realizada no período de Maio de 2016, em periódicos indexados nas bases de dados SciELO e LILACS. Os descritores controlados foram selecionados a partir das definições encontradas nos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS), sendo eles: Esclerose Amiotrófica Lateral, Clínica, Epidemiologia. A apresentação da amostra obtida de acordo com o cruzamento dos descritores está descrita a seguir: Foram encontrados 34artigos, sendo 2 na base dados da Scielo e 32 na Lilacs. Destes foram selecionados 5 artigos, pois os demais não se enquadravam em nossos critérios de inclusão ou estavam repetidos nas duas bases de dados. Após a obtenção dos resultados da busca mediante os critérios de inclusão e exclusão, realizou-se a leitura exaustiva dos artigos científicos a fim de verificar a sua devida adequação à questão de pesquisa do estudo.

Resultados e Discussão

A amostra final desta revisão foi constituída de seis artigos científicos, selecionados pelos critérios de inclusão previamente estabelecidos. Destes, 1 foi encontrado na base de dados da Scielo e 5 na LILACS. Em estudo na Bahia, Adry et al fizeram uma pesquisa com 70 pacientes acometidos com ELA, dentre eles, a maioria tinha uma faixa etária de 49 anos. Quanto ao sexo, ainda na mesma pesquisa, 74,3% era do sexo masculino, 61,4% eram brancos, apenas 7 pessoas tinham caso de parentes com ELA na família, o início dos sintomas em 72,9% dos casos foi distal e os sinais e sintomas mais comuns foram em 98,6% dos casos de fadiga muscular e atrofia muscular, e em 97,1% déficit motor.  Em outro estudo realizado no sul do país por Junior et al, entre 70 portadores de ELA a média de idade foi de 61,5 anos, com uma relação de homem/mulher de 1,08:1. A prevalência de ELA aumentou com a idade dos participantes, porém teve um declínio naqueles maiores de 80 anos, mas com uma maior taxa de mortalidade ao início dos sintomas nessa faixa etária. Em relação à mortalidade da doença, em estudo realizado na cidade de São Paulo em 2011, foi constatado que de 2002 à 2006, das 319.729 mortes registradas, 326 foram em decorrência da ELA. Em média, os doentes tinham 65 anos, 51,6% eram do sexo feminino, 79,1% eram da raça branca e ouve uma progressão do número de óbitos durante os anos (MATOS et al, 2011). No tocante aos aspectos clínicos da doença, Chieia et al descreveu que inicialmente a ELA tem apresentação unilateral, envolvendo regiões distais, evoluindo ipsilateral ou contralateral de forma progressiva e cumulativa. Relata ainda, uma diminuição progressiva crônica da função motora e comprometimento de neurônios motor inferior e superior. Segundo Luchesi, Kitamura e Mourão, ocorre também na ELA, uma disfagia orofaríngea, com fraqueza e paralisia muscular, além de fadiga e perda da resistência.

Conclusão

A ELA ainda é uma doença enigmática e um desafio para a área de saúde. Muito se tem evoluído em pesquisas, principalmente, quanto ao diagnóstico da doença, que pode ser confundido com outras doenças que afetam os neurônios motores. O profissional de enfermagem, como parte da equipe de saúde, deve estar informado de seus aspectos clínicos e epidemiológicos, afim de auxiliar no diagnóstico precoce e realizar as intervenções necessárias para conforto do paciente.

Referências

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RODRIGUES, R.L.S. et al.Critérios atuais de diagnóstico da esclerose lateral amiotrófica. Rev. Norte Mineira de Enfermagem, v.4, Edição Especial, 2015;

BITTENCOURT, J.F.V.; CORDEIRO, A.L.P.C. Esclerose lateral amiotrófica: o processo de cuidar em enfermagem e as tecnologias em saúde. Cuidar te Enfermagem, v.9, n.2, p.172-177, 2015;

MENDES, K.D.S.; SILVEIRA, R.C.C.P.; GALVAO, C.M. Revisão integrativa: método de pesquisa para a incorporação de evidências na saúde e na enfermagem. Texto contexto-enferm., Florianópolis,  v. 17,  n. 4, Dec.  2008. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/S0104-07072008000400018. Acesso em 07 Mai. 2016.

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