GESTANTE DE ALTO RISCO: A INTERNET COMO FONTE DE INFORMAÇÃO

ANTÔNIO JACKSON DOS SANTOS CRUZ

Co-autores: ANA PATRÍCIA PEREIRA MORAIS, WALBER MENDES LINARD, INGRID BEZERRA COSTA MAIA e DANARA MAGALHÃES VIANA
Tipo de Apresentação: Pôster

Resumo

GESTANTE DE ALTO RISCO: A INTERNET COMO FONTE DE INFORMAÇÃO. INTRODUÇÃO O período gestacional faz parte do ciclo de vida normal da mulher. Porém, é um período em que pode envolver riscos tanto para a gestante como para o feto. Algumas gestantes devido características próprias apresentam uma maior probabilidade de evolução desfavorável, são as chamadas gestantes de alto risco. O pré-natal das gestantes de alto risco tem como uma das finalidades intervir para diminuir os riscos para a gestante e para o feto. A equipe de saúde e as gestantes devem compartilhar as informações sobre os diferentes saberes promovendo um melhor entendimento do processo gestacional. A busca por informações sobre saúde na internet vem crescendo no Brasil. A internet tornou-se uma importante ferramenta de informação, porém é alarmante o número de portais com informações falsas e prejudiciais a saúde. Estudos apontam que a internet pode influenciar na relação médico-paciente. Diante do exposto, o presente trabalho tem como objetivo identificar as razões que levam as gestantes de alto risco a realizarem busca na internet, em relação a gestação. METODOLOGIA Trata-se de um estudo exploratório com abordagem qualitativa, realizado com mulheres que foram acompanhadas pelo pré-natal de alto do hospital municipal Dr. João Elísio de Holanda, no município de Maracanaú/ CE. Utilizou-se a entrevista semiestruturada como coleta de dados. Participaram da pesquisa duas mulheres residentes na área da Unidade Básica de Saúde da Família (UBASF) Parque Piratininga do município. As entrevistas foram gravadas, transcritas e posteriormente submetidas à análise de conteúdo do tipo temática. Após a leitura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) as participantes assinavam o Termo de Consentimento Pós- Esclarecido. O TCLE atende a Resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde. O presente estudo deriva do projeto de pesquisa submetido e aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Estadual do Ceará, parecer Nº 1.430.320. RESULTADOS E DISCUSSÃO Inicialmente interpelou as mulheres: "Durante o período de pré-natal recorreu a alguma fonte informação que não fosse os profissionais que realizavam seu pré-natal?". Todas responderam que recorreram a internet. G1 mencionou que para ela a internet não era só para brincar e ver besteiras, era uma fonte de informações. G2 destacou que pesquisava na internet todos dias. Em seguida indagou-se: "Por quê você pesquisa na internet?". Nessa categoria as entrevistadas relataram que utilizam a internet como uma forma de avaliar as informações e condutas dos profissionais, porém um estudo realizado em 2012 identificou que as informações sobre saúde em sítios brasileiros estão diretamente relacionadas a comercialização de produtos farmacêuticos. A segunda categoria identificada foi compreender o profissional de saúde. Nessa categoria as entrevistadas deixaram claro que saem dos consultórios não compreendendo os termos e procedimentos utilizados pelos profissionais e buscam na internet para tentar compreender as informações das consultas. Profissionais relatam que as informações que os pacientes obtêm na internet podem oferecer prejuízos ao tratamento e à relação médico-paciente. CONCLUSÃO Aspectos envolvendo a relação médico-paciente foram as razões identificadas para as gestantes de alto risco recorrerem a internet. A internet, apesar de ser um ambiente rico em informações, pode direcionar a gestação a um desfecho desfavorável. A falta de confiança nos profissionais e o não entendimento das consultas demonstram uma fragilidade no acompanhamento pré-natal de alto risco.