A IMPORTÂNCIA DA CONSULTA DE ENFERMAGEM DURANTE O PRÉ-NATAL DE DIABETES MELLITUS GESTACIONAL

SABRINA NUNES FERNANDES DE LIMA

Co-autores: , CARLOS LUCAS DAMASCENO PEQUENO, JOÃO PAULO NUNES ALVES, RAYMARI DIAS ALMEIDA, NATALIA DOS SANTOS SALES e JULYANA GOMES FREITAS
Tipo de Apresentação: Pôster

Resumo

Introdução

O Diabetes Mellitus Gestacional (DMG) representa aproximadamente 90% das gravidezes complicadas por diabetes e está associada a complicações maternas e aumento de morbidade e mortalidade fetais. Para a mãe pode acarretar desde a indicação de uma cesariana até a predisposição a pré-eclâmpsia. Para o concepto pode causar prematuridade, macrossomia, distócia de ombro, hipoglicemia, e até morte perinatal. È definido como qualquer nível de intolerância a carboidratos, resultando em hiperglicemia de gravidade variável, com início ou diagnóstico durante a gestação. Sua fisiopatologia é explicada pela elevação de hormônios contra-reguladores da insulina, pelo estresse fisiológico imposto pela gravidez e a fatores predeterminantes sendo eles genéticos ou ambientais (BOLOGNAMI; SOUZA; CALDERON, 2011). Segundo Baltar e Andrade (2005), a causa exata do diabetes gestacional não está esclarecida, mas existem algumas hipóteses. Os hormônios da placenta ajudam a desenvolver e manter o bebê, mas também bloqueiam a ação normal da insulina no corpo da mãe durante a gestação. Este problema é conhecido como resistência à insulina, fator que torna mais difícil para o organismo da mãe utilizar a insulina produzida. O diagnóstico é realizado por busca ativa, através de exames que detectam a hiperglicemia durante o 1º trimestre é especialmente sugestiva deste fato, dado que a deterioração da tolerância à glicose por insulinorresistência ocorre mais tardiamente, sobretudo no 3º trimestre de gestação. A triagem precoce de gestantes de alto risco na primeira consulta de pré-natal, o que permite identificar casos de diabetes risco na primeira consulta de pré-natal, o que permite identificar casos de diabetes preexistentes e que não devem, portanto, ser rotuladas como diabetes gestacional (WEINET et al., 2011). A enfermagem tem papel relevante no alerta aos sintomas iniciais desse problema de saúde da gestante, bem como nos encaminhamentos, acompanhamentos, orientação e prevenção de complicações. Atuando nas consultas de Pré-natal e realizando-as com qualidade, o enfermeiro tem oportunidade de ser sujeito ativo na promoção da saúde e bem estar das gestantes. Esse estudo tem como objetivo evidenciar, com base na literatura, a prática de enfermagem no acompanhamento à gestante com Diabetes Mellitus Gestacional.

Metodologia

Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, que consiste em um método que reúne os resultados obtidos de pesquisas primárias sobre uma mesma temática, objetivando sintetizar e analisar os dados, a fim de desenvolver uma explicação mais abrangente de um determinado fenômeno e fornecer subsídios para a melhoria da assistência à saúde para realização da revisão, foram delimitadas as seguintes etapas: identificação do tema e seleção da questão de pesquisa, estabelecimento de critérios para inclusão e exclusão de estudos, definição das informações extraídas dos estudos selecionados, avaliação dos estudos incluídos, análise e interpretação dos resultados e apresentação. A primeira etapa contemplou a elaboração da questão norteadora da pesquisa: quais são os cuidados de enfermagem prestados às mulheres com DMG durante a atenção pré-natal? A coleta de dados foi realizada por meio de consulta a duas bases de dados da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS): Literatura Latino-Americana do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Base de Dados Bibliográficos Especializada na Área de Enfermagem do Brasil (BDENF). Para selecioná-los, foram utilizados os descritores em Ciências da Saúde (DeCS) "diabetes gestacional", "cuidado pré-natal" e "enfermagem", realizando-se cruzamento entre eles da seguinte forma: diabetes gestacional and enfermagem; diabetes gestacional and cuidado pré-natal; enfermagem and cuidado pré-natal; e diabetes gestacional and enfermagem and cuidado pré-natal. Foram incluídos os estudos que atenderam aos seguintes critérios: artigos originais de pesquisa, publicados entre os anos de 2009 e 2016; que abordassem o DMG e os cuidados de enfermagem; que estivessem disponíveis na íntegra online e escritos no idioma português, espanhol ou inglês. Foram excluídos os estudos: repetidos, sem resumo na base de dados ou incompletos. Sendo selecionados 18 artigos para análise.

Resultados e Discussão

Nos artigos selecionados, visualizou-se uma concentração de estudos realizados no Brasil (71,42%), seguido de outros países, a saber: Cuba (14,28%) e Espanha (14,28%). Quanto às regiões do Brasil, prevaleceu a região sudeste, com três estudos (60%), seguida das regiões sul (20%) e nordeste (20%), cada uma com um estudo. Referente aos anos de publicação destacaram-se os anos de 2010 (28,57%) e 2012 (28,57%), seguidos dos anos de 2011 (14,28%), 2013 (14,28%) e 2014 (14,28%). Em muitos artigos buscou-se salientar a importância: da avaliação padronizada e individualizada de cada gestante; da valorização do saber da usuária, sua participação no cuidado, assim como seu contexto de vida; da sensibilização da população quanto às medidas de promoção, prevenção e controle da doença; da valorização do contexto cultural; da valorização do apoio familiar. De acordo com a literatura, observou-se que a Enfermagem tem papel relevante no acompanhamento pré-natal de mulheres usuárias do Sistema Único de Saúde; que é de fundamental importância detectar precocemente níveis elevados de glicose no período gestacional, com isso os cuidados de enfermagem devem estar voltados para prevenção e promoção de saúde, a conscientização da mulher relacionado ao autocuidado. As mães tem muitas duvidas em relação à sua saúde e à do bebê,  dessa forma, a educação em saúde se apresenta como uma estratégia fundamental para esclarecimentos durante o pré-natal. Vale ressaltar a utilização da Sistematização da Assistência de Enfermagem(SAE) em todo a prática de enfermagem, em destaque, o pré-natal. A SAE que, sendo utilizada de maneira correta, permite o cuidado a gestante de forma organizada e planejada. A SAE possibilita uma assistência direcionada para os problemas de saúde relacionados com a Diabetes Mellitus Gestacional, reduzindo as complicações e contribuindo para queda dos índices de morbimortalidade materna e fetal associados ao problema.

Conclusão

A Diabetes Mellitus Gestacional é um problema muito frequente em gestantes, e, se não diagnosticado e tratado adequadamente, traz aumento considerável dos riscos perinatais. As principais complicações são: macrossomia fetal, tocotraumas, aumento do número de cesáreas, hipoglicemia nenonatal, hiperbilirrubinemia neonatal, síndrome do desconforto respiratório do recém-nascido, hipocalcemia, prematuridade e óbito fetal. Consideramos que investir na qualidade do pré-natal ainda é umas das estratégias mais eficazes quando se pretende reduzir as complicações decorrentes de problemas de saúde que surgem na gravidez e que afetam diretamente a saúde da mãe e da criança.

Referências

FEITOSA, A.C.R; ÁVILA, A.N. Uso do prontuário eletrônico na assistência pré-natal às portadoras de diabetes na gestação. Rev. Bras. Ginecol. Obstet., Rio de Janeiro, v. 38, n. 1, p.09-15, 2016.

BAGGENSTOSS, R. et al. Estudo do polimorfismo G54D do gene MBL2 no diabetes melito gestacional. Arq Bras Endocrinol Metab, São Paulo, v. 58, n. 9, p.900-905,  2014.

BALTAR, Z.G; ANDRADE, M. Diabetes gestacional importância de maior informação à gestante de baixa renda. Informe-se em promoção da saúde, v.1, n.1, 2005.

BOLOGNAMI, C.V; SOUZA, S.S; CALDERON, I.M.P. Diabetes mellitus gestacional - enfoque nos novos critérios diagnósticos. Com. Ciências Saúde, v.5, Supl. 1, p.31-42, 2011.

Montenegro CAB, Rezende J. Obstetrícia Fundamental. 12ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2011.

Massucatti LA, Pereira RA, Maioli TU. Prevalência de diabetes gestacional em Unidades de Saúde Básica. REAS. 2012;1(1):70-9