PRINCIPAIS MEDICAMENTOS PRESCRITOS PARA PACIENTES COM DIAGNÓSTICO DE AIDS EM CUIDADOS INTENSIVOS

MARIA ALANA FERREIRA DE ABREU

Co-autores: , FRANCISCA ERILENE MAIA, RAFFAELLA PEREIRA DE SOUZA COSTA, SUYLANE SARAIVA ARAÚJO, FELÍCIA MARIA MATIAS SILVEIRA e ELIZABETH MESQUITA MELO
Tipo de Apresentação: Pôster

Resumo

Introdução

O portador de HIV pode apresentar sinais e sintomas inespecíficos de intensidade variável, além de processos oportunistas de menor gravidade, principalmente na pele e nas mucosas. Dentre as alterações mais comuns estão: a sudorese noturna, febre prolongada, fadiga, astenia, emagrecimento, trombocitopenia, diarréia, entre outros. Durante seu processo de evolução também podem surgir doenças oportunistas de menor gravidade, como a candidíase oral e vaginal, leucoplasia pilosa oral, gengivite, úlceras aftosas, sinusopatias, herpes simples recorrente e herpes zoster (BRASIL, 2006).
As infecções oportunistas são causadas por microrganismos não considerados usualmente patogênicos, ou seja, não capazes de desencadear doença em pessoas com sistema imune normal (BRASIL, 2006). Elas podem apresentar caráter agressivo e com maior gravidade para se tornarem oportunistas, sendo seu desenvolvimento ligado ao enfraquecimento do sistema imune pelo vírus.
O paciente portador de HIV/AIDS, quando afetado pelas doenças oportunistas, pode apresentar complicações sérias que alteram o funcionamento normal de vários sistemas, indicando sua internação para acompanhamento médico e tratamento sintomático dessas doenças. Na fase final da doença, é comum a falência de órgãos decorrente dessas complicações, havendo a necessidade de internamento em unidades especiais para tratamento intensivo.
Destaca-se que esse paciente encontra-se vulnerável, pois há uma depressão do sistema imune, tornando-o propenso a infecções que normalmente não afetariam um indivíduo com sistema imune competente. Ao manifestar alguma doença oportunista, o mesmo é submetido ao uso de diversos tipos de fármacos.
A unidade de terapia intensiva (UTI) é a unidade destinada a receber pacientes graves ou com desequilíbrio em um ou mais sistemas orgânicos, que necessitam de assistência médica e de enfermagem permanentes, fornecendo suporte intensivo, além de monitorização contínua, equipamentos específicos e tecnologias para o diagnóstico e tratamento terapêutico (ABRAHAO, 2010).
Considerando o exposto, o estudo objetivou analisar a terapia farmacológica utilizada por pacientes com aids internados em UTI.

 


Metodologia

Estudo exploratório descritivo, com abordagem quantitativa. Segundo Apolinário (2007), o estudo exploratório tem por objetivo maximizar a compreensão de um fato ainda pouco conhecido ou de um problema de pesquisa que não seja bem esclarecido.
Os estudos descritivos buscam descobrir a frequência com que um fato ocorre, sua natureza, suas características, causas, relações com outros fatos, além de classificar e interpretar os fatos. Nesse estudo não há interferência do pesquisador, este só descreve e analisa o objeto da pesquisa (BASTOS, 2005). A análise quantitativa envolve a integração e a síntese de dados narrativos e numéricos, analisados através de procedimentos estatísticos (POLIT; BECK, 2011).
O estudo foi realizado na UTI do Hospital de um hospital especializado em doenças infecciosas, localizado em Fortaleza-Ceará, com 42 prontuários de pacientes, sendoque os dados foram coletados de fevereiro a abril de 2014.
Os resultados foram organizados em um banco de dados no Excel, submetidos à análise estatística, com enfoque para a freqüência absoluta e relativa, sendo expostos em figuras e tabelas. O estudo foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital, aprovado com parecer nº 212.235.
Resultados e Discussão

Em relação aos aspectos sócio-demográficos, 73,8% dos pacientes eram do sexo masculino, predominando a faixa etária de 31 a 41 anos, com média de idade de 39,9 anos. Neves et al. (2012), em seu estudo com pacientes portadores de HIV/AIDS, identificaram que do total de participantes, 74,8% eram do sexo masculino, com idade média de 40 anos.
Por outro lado, Campos e Ribeiro (2011), observaram predominância de pacientes do sexo feminino, com 58,5% e Bertoni et al. (2010), não verificaram diferença entre os sexos, sendo 50,6% mulheres e 49,4% homens.
A respeito do estado civil, mais da metade dos pacientes era solteira (57,1%), corrroborando estudo anterior, em que foi notada prevalência de pacientes solteiros (BERTONI et al., 2010).
Dentre os sinais e sintomas apresentados no momento da admissão na UTI, destaca-se a insuficiência respiratória (85%), seguida de rebaixamento do sensório (28,5%). Há três padrões de internação de pacientes HIV positivos em UTI: os que se internam por infecções oportunistas, por causas não relacionadas ao HIV e aqueles por efeitos de médio e longo prazo do HIV ou da terapia antirretroviral.
Os pacientes foram submetidos ao uso de diversos tipos de drogas, sendo que todos utilizaram antibacterianos, tendo em vista as infecções oportunistas. As drogas classificadas como antifúngicas foram utilizadas por 30 pacientes; em seguida, tem-se as drogas vasoativas, com 28. O grupo dos sedativos e analgésicos simultaneamente foi utilizado por 24 pacientes. Os antiprotozoários foram verificados como parte do tratamento de 12 pacientes. As drogas com menor frequência de uso incluíram os antivirais, com quatro pacientes.

Conclusão

Frente ao que foi abordado no estudo, percebe-se que os paciente com HIV/Aids, apresentam-se com a imunidade bastante afetada vindo a desenvolverem doenças oportunistas que indicam o uso de diversos medicamentos, sendo os mais utilizados os antibacterianos, considerando as infecções de carácter pulmonar, gastrointestinal, dentre outras, bastante comum sua ocorrência.
É conveniente enfatizar a necessidade de realização de novos estudos, com enfoque mais aprofundado na terapêutica medicamentosa e nas doenças oportunistas, na tentativa de inserir o profissional enfermeiro no alvo do cuidado a essa clientela, fornecendo uma assistência mais qualificada..
Referências

ABRAHAO, A. L. C. L. A unidade de terapia intensiva. In: CHEREGATTI, A.L.; AMORIM, C.P. Enfermagem em Unidade de Terapia Intensiva. São Paulo: Martinari, 2010. p. 17-39.

BASTOS, N. M. G. Introdução a metodologia do trabalho acadêmico. Fortaleza: Editora Nacional, 2005.

BERTONI, R. F.; BUNN, K.; SILVA, J.; TRAEBERT, J. Perfil demográfico e socioeconômico dos portadores de HIV/AIDS do ambulatório de controle de DST/AIDS de São José, SC. Arquivos Catarinenses de Medicina, v. 39, n. 4, p. 75-9, 2010.

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CAMPOS, T. S.; RIBEIRO, L. C. C. Perfil epidemiológico dos pacientes com HIV/AIDS no alto Vale do Jequitinhonha, 1995-2008. Rev Med Minas Gerais, v. 21, n. 1, p. 14-18, 2011.
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NEVES, L. A. S.; CANINI S. R. M.; REIS, R. K.; SANTOS, C. B.; GIR, E. Aids e tuberculose: a coinfecção vista pela perspectiva da qualidade de vida dos indivíduos. Rev. Esc Enferm USP., São Paulo, v. 46, n. 3, p. 704-10, 2011.

OLIT, D. F.; BECK, C. T. Fundamentos de Pesquisa em Enfermagem. 7 ed. Porto Alegre: Artmed, 2011. 669p.