DESCRIÇÃO DE SITUAÇÕES QUE INDICAM O USO DO CATETER VENOSO CENTRAL EM PACIENTES EM CUIDADOS INTENSIVOS

ANDREZA MOURA MAGALHÃES FERREIRA

Co-autores: SUYLANE SARAIVA ARAÚJO, ALINE MOTA MARQUES, VIOLETA FROTA LIMA, FELÍCIA MARIA MATIAS SILVEIRA e ELIZABETH MESQUITA MELO
Tipo de Apresentação: Oral

Resumo

INTRODUÇÃO

O paciente internado em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) encontra-se instável, sendo utilizadas muitas modalidades de drogas. Nesse contexto, destaca-se o uso de cateter venoso profundo como um recurso para facilitar a administração de vários fármacos a esses pacientes, pois é um acesso de maior calibre, além do fato de algumas drogas serem recomendadas para infusão exclusiva nesse tipo de acesso.

O termo Cateter Venoso Central (CVC) se refere ao cateter que é projetado para canulação da veia subclávia, jugular interna ou femoral, sendo mais longos do que os cateteres para veias periféricas (MARINO, 2008).

O uso do CVC representa um grande avanço no diagnóstico e na terapêutica em medicina, pois muitos procedimentos clínicos e cirúrgicos puderam ser realizados a partir do desenvolvimento desta tecnologia. Entretanto, com este advento, houve também uma grande e crescente preocupação com a infecção hospitalar (BEGHETTO et al., 2002).

 

 OBJETIVO

O estudo objetivou levantar as principais indicações para o uso do cateter venoso central em pacientes internados em UTI.

 METODOLOGIA

Estudo descritivo, exploratório, documental, com abordagem quantitativa, realizado nas Unidades de Terapia Intensiva de dois hospitais públicos, em Fortaleza-Ceará, com uma amostra de 106 pacientes.

Dados coletados de janeiro a março de 2014, a partir dos prontuários dos pacientes e ficha de controle de procedimentos invasivos, com um roteiro de levantamento de dados, sendo compilados em um banco de dados no Microsoft Excel 2007, analisados por meio da estatística descritiva e expostos em tabelas e gráficos.

Os aspectos éticos foram considerados, sendo a pesquisa aprovada pelo Comitê de Ética da instituição, com parecer nº 037/2011.

RESULTADOS/DISCUSSÃO

Destaca-se que 61,3% dos pacientes eram do sexo masculino. Dados semelhantes foram identificados no estudo de Oliveira et al. (2010 a), com pacientes internados em UTI, quando observaram uma população de 401 pacientes, sendo que 59,60% eram homens e 40,40% mulheres. Outro estudo realizado com pacientes traqueostomizados em UTI, também identificou como maioria os pacientes do sexo masculino (55,2%), quando comparado ao sexo feminino (OLIVEIRA et al., 2010 b).

Quanto à faixa etária, foram notadas variações. Porém, prevaleceu a faixa etária de 75 anos ou mais. Ao calcular a média de idade dos pacientes obteve-se 54,75 anos, corroborando a pesquisa de Oliveira et al. (2010 a) que também percebeu diversificação relativa à faixa etária, sendo destacada a média de idade de 53,8 anos. A média de idade observada em estudo anterior realizado por Freitas (2010), buscando conhecer o perfil dos pacientes quanto à gravidade, foi de 60,5 anos, tendo sido observado que a maioria dos pacientes tinha idade acima de 60 anos.

A principal indicação do CVC foi a necessidade do uso de drogas vasoativas (56,6%), seguida da impossibilidade de punção venosa periférica (23,6%) e da gravidade do paciente (16%). A respeito do principal local de inserção do CVC, apreendeu-se, como primeira opção de escolha a veia subclávia.

CONCLUSÃO

O estudo foi importante, pois contribuiu para a caracterização dos acessos nos pacientes internados em UTI, promovendo a conscientização dos profissionais que atuam nessa unidade, especialmente o enfermeiro, que é o profissional responsável pelo procedimento de curativo, bem como pela identificação de alterações relacionadas a qualquer tipo de ferida.

REFERÊNCIAS

MARINO, O. L.  Compêndio de UTI. 3 ed. Porto Alegre-RS: Artmed, 2008.

 

BEGHETTO, M., VICTORINO, J.; TEIXEIRA, L.; AZEVEDO, M. Fatores de risco para infecção relacionada  a cateter venoso central. RBTI, Rio de Janeiro, v. 14, n. 3, p. 107-13, jul/set 2002.

 

FREITAS, E. R. F. S. Perfil e gravidade dos pacientes das unidades de terapia intensiva: aplicação prospectiva do escore APACHE II. Rev. Latino-Am. Enfermagem, São Paulo, v. 18, n. 3, mai/jun, 2010. Disponível em: www.eerp.usp.br/rlae. Acesso em 20 fev 2011.

 

OLIVEIRA, A. B. F.; DIAS, O. M.; MELLO, M. M.; ARAÚJO, S.; DRAGOSAVAC, D.; NUCCI, A.; FALCÃO, A. L. E. Fatores associados à maior mortalidade e tempo de internação prolongado em uma unidade de terapia intensiva de adultos. Rev Bras Ter Intensiva, v. 22, n. 3, p. 250-6, 2010 a.

 

OLIVEIRA, C. D.; PEIXOTO, L. C.; NANGINO, G. O.; CORREIA, P. C.; ISONI, C. A. Aspectos epidemiológicos de pacientes traqueostomizados em unidade de terapia intensiva adulto de um hospital de referência ao Sistema Único de Saúde em Belo Horizonte.  Rev Bras Ter Intensiva, v. 22, n. 1, p. 47-52, 2010 b.