CARACTERÍSTICAS ASSISTENCIAIS DOS PARTOS ASSISTIDOS POR RESIDENTES EM ENFERMAGEM OBSTÉTRICA

FRANCISCA RUTH TEIXEIRA MARTINS

Co-autores: ALINE FALCONIERI MOURA e KAMILLY CAMURÇA CAVALCANTE, JAMILE LOPES DE MORAES, MARTA MARIA SOARES HERCULANO e ANA KELVE DE CASTRO DAMASCENO
Tipo de Apresentação: Pôster

Resumo

CARACTERÍSTICAS ASSISTENCIAIS DOS PARTOS ASSISTIDOS POR RESIDENTES EM ENFERMAGEM OBSTÉTRICA

INTRODUÇÃO-Apesar das diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS), que enfatizam boas práticas de atenção ao parto e ao nascimento baseadas em evidências científicas e afirmam que o parto é um evento natural que não necessita de controle, mas sim de cuidados, o modelo de atenção ao parto "normal", mais comum no Brasil, inclusive em hospitais de ensino, é tecnocrático, centrado no profissional médico em instituição de saúde hospitalar, razão pela qual é também chamado de parto normal hospitalar (RABELO; OLIVEIRA, 2010). Segundo a OMS, o parto de uma gestação de baixo risco pode ser assistido com segurança no domicílio, numa casa de parto ou na maternidade de um hospital, sendo a enfermeira-parteira o profissional mais adequado para essa função. OBEJETIVO: descrever a assistência ao parto normal prestado por enfermeiras residentes em Enfermagem Obstétrica da Universidade Federal do Ceará. METODOLOGIA: Estudo de abordagem quantitativa, descritivo e retrospectivo que utilizou a técnica da análise documental, a qual visa o estudo de um ou vários documentos que ainda não receberam tratamento analítico, podendo ser feita no momento em que o fato ou o fenômeno ocorre ou depois. Foi desenvolvido na Maternidade Escola Assis Chateaubriand (MEAC), referência para o Estado do Ceará, no período de janeiro à dezembro de 2014 A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da MEAC, parecer n. 375.225, e realizada a coleta de dados no período de janeiro à dezembro de 2014. RESULTADOS/ DISCUSSÃO: No período estudado, foram registradas 88 mulheres que tiveram seus partos assistidos por residentes em Enfermagem Obstétrica e foram analisados 100,0% dos registros. As mulheres assistidas tinham entre 12 a 40 anos de idade, sendo a média 23,4 anos. Em relação ao número de gestações e paridades no momento da admissão no serviço, 36,4% das mulheres eram primigestas e 35,2% já tinham engravidado anteriormente uma única vez. As nulíparas corresponderam a 40,9% e as primíparas a 35,2% da população estudada. Dentre as posições escolhidas no período expulsivo, a maioria pariu em posição semi sentada, 58,0% e 33,0% pariram em posição de cócoras. As demais posições (decúbito lateral esquerdo e de pé) ocorreram em 9,0% dos casos. Quanto aos desfechos dos partos, foram realizadas 3 episiotomias, 3,4%. Quanto às condições do períneo, 50,0% apresentaram-se íntegros, 17,0% laceração de 1º grau, 30,7% laceração de 2º grau e 2,3%, laceração de 3º grau. A humanização do parto visa a superação do medo e do isolamento que as mulheres sofrem no modelo assistencial obstétrico hegemônico, medicalizado e intervencionista. Para tal, o cuidado humano, integral e individualizado, cujas expectativas, necessidades e direitos das parturientes sejam considerados. CONCLUSÃO: É possível refletir que, estudos desta natureza são imprescindíveis para o conhecimento da atuação das residentes em Enfermagem Obstétrica e enfermeiras obstétricas na assistência direta ao parto, apontando os avanços já conseguidos e os pontos críticos presentes na prática cotidiana desta classe profissional, que se constitui como peça fundamental para a propagação do movimento de humanização do parto em todo o país.REFERÊNCIAS:ÂNGULO A., GIFFIN, K., GAMA, A. S., D'ORSI, E., BARBOSA, G.P. Saberes e práticas de enfermeiros e obstetras: cooperação e conflito na assistência ao parto. Cad. Saúde Pública,v.19, n.5, p. 1425-36, out, 2013.
BRASIL, Ministério da Educação. Comissão Nacional de Residência Multiprofissional em Saúde. Resolução nº 2 de 13 de abril de 2012. Dispõe sobre Diretrizes Gerais para os Programas de Residência Multiprofissional e em Profissional de Saúde. Diário Oficial da União 2012 abr; n 73,Seção 1:245.
MOUTA, R. J. Relação entre posição adotada pela mulher no parto, integridade perineal e vitalidade do recém-nascido. R. Enferm. UERJ, v.16, n.4, p.472-476, 2008.