Análise de atitudes de jovens após intervenções educativas para a prevenção de IST Anna Jessyca Andrade Lacerda, Rayanne da Silva Costa, Jéssica Freire Rangel, Priscila de Vasconcelos Monteiro, Maria Lucia Duarte Pereira. 1. Universidade Estadual do Ceará - Fortaleza 2. Universidade Estadual do Ceará - Fortaleza 3. Universidade Estadual do Ceará - Fortaleza 4. Universidade Estadual do Ceará - Fortaleza 5. Universidade Estadual do Ceará - Fortaleza E-mail do apresentador: jessyca_3011@hotmail.com EIXO III. ENFERMAGEM, SAÚDE E SOCIEDADE: ENCONTRO NOS TERRITÓRIOS Introdução Considerando o cenário atual das IST (infecções Sexualmente Transmissíveis), os jovens constituem o maior desafio para controle dessas infecções, pois são um dos grupos etários mais vulneráveis (LUNA, 2012; CHAVES, 2014). Na realidade brasileira, até o mês de junho de 2010, 66.751 mil casos de aids entre pessoas de 13 a 24 anos haviam sido notificados (BRASIL 2010). Alguns fatores podem contribuir para o maior número de casos entre os jovens, como o desconhecimento a respeito do assunto, a forte influência da mídia que estimula a prática sexual precoce sem as devidas instruções, a ausência de projetos de educação sexual nas escolas ou até mesmo a ideia de invulnerabilidade observada na faixa etária (LUNA, 2012; CHAVES, 2014). As atitudes dos jovens merecem maior atenção por parte de familiares, professores, profissionais de saúde e da própria comunidade. A escola constitui um ambiente ideal para o desenvolvimento de projetos que possibilitem a troca de informações a respeito das IST. A atuação do Enfermeiro nas escolas é fundamental, pois muitas vezes os professores não sabem como abordar o assunto e esclarecer as dúvidas. As ações devem ser voltadas a discutir conhecimentos e desenvolver competências para modificação de comportamentos de risco frente a essas doenças (CHAVES, 2014; RUSSO, ARREGUY 2015). O objetivo do estudo é analisar as atitudes de jovens após intervenções educativas para a prevenção de IST. Metodologia Trata-se de um estudo de intervenção desenvolvido através de um projeto de extensão universitária, realizado por acadêmicas de enfermagem da Universidade Estadual do Ceará - UECE. São 4 voluntárias, duas bolsistas (uma bolsista funcap e outra bolsista cnpq), uma doutoranda do Programa de Pós-graduação em Cuidados Clínicos em Enfermagem e Saúde, todas integrantes do grupo de pesquisa Clínica e Epidemiologia das Doenças Infecciosas e Parasitárias - CEDIP, sob orientação de uma professora do departamento de enfermagem e coordenadora do referido grupo de pesquisa. No projeto de extensão "A Intervenção Educativa como Dispositivo de Prevenção do HIV entre Jovens" foram realizadas atividades em uma escola pública estadual no município de Fortaleza - Ceará. As atividades foram desenvolvidas através de encontros semanais com turmas do ensino médio, em um total de quatro encontros. As atividades abordavam estigma e preconceito, prevenção de IST e uso de preservativos, o conhecimento e enfrentamento de IST, além dos processos decisórios e relacionamentos afetivos. Após as intervenções foi repassado um questionário com perguntas sobre características sociais, econômicas e demográficas e sobre os conhecimentos, atitudes e práticas sexuais elaborados segundo o inquérito PCAP (BRASIL, 2011). Os dados provenientes dos questionários foram analisados através de estatística descritiva com o auxílio do software Statistical Package of Social Science, versão 16.0 (SPSS). O estudo obedece aos critérios estabelecidos na Resolução CNS Nº 466, de 12 de dezembro de 2012, que incorpora os referenciais da bioética, tais como, autonomia, não maleficência, beneficência, justiça e equidade, e visa a assegurar os direitos e deveres que dizem respeito aos participantes da pesquisa, à comunidade científica e ao Estado (BRASIL, 2012). O projeto foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual do Ceará e obteve aprovação com parecer de número 58028. Resultados e Discussão
Dentre as variáveis no quesito atitudes do questionário repassado aos alunos antes e após as intervenções, destacamos estas três variáveis: Uma pessoa pode ser infectada com o HIV compartilhando talheres, copos ou refeições; O HIV pode ser transmitido através do beijo na boca; A pessoa que teve poucos parceiros sexuais durante a vida não corre o risco de ter uma DST ou o HIV. A falta de conhecimento e /ou informações equivocadas fazem com que a população tenha uma ideia distorcida sobre o HIV/aids, o que dissemina o preconceito e atitudes erradas diante da pessoa com o vírus HIV. Pode-se observar que houve uma melhora significativa acerca de variáveis que abordavam a transmissão do vírus através do beijo na boca, compartilhando talheres, copos ou refeições. Durante as atividades foram trabalhadas informações acerca da transmissão e do preconceito. Segundo Ayres et al (2006), a vulnerabilidade significa que pessoas são mais suscetíveis ou não a adquirir doenças, mas algumas pessoas têm mais recursos e condições de evitá-las e diminuí-las. Pessoas que tiveram poucos parceiros sexuais são menos vulneráveis a adquirir uma DST, mas isto não implica dizer que estas pessoas não correm riscos. A relação sexual desprotegida é um dos principais fatores de risco para a obtenção de uma DST, onde a camisinha é vista como uma proteção eficaz. Portanto, o pouco número de parceiros não os isenta de riscos, e sim o uso de preservativos em todas as relações sexuais. Conclusão A falta de conhecimento e/ou informações equivocadas sobre a transmissão das IST favorecem o preconceito diante da pessoa com o HIV. É necessário maior conscientização tanto das unidades escolares para buscar apoio e recepcionar o profissional, quanto preparar o profissional desde a graduação para atividades educativas como esta que podem solucionar diversos problemas de saúde existentes, criando-se um elo entre a tríade: comunidade, profissional de saúde e a família. Referências BRASIL, Ministério da Saúde (MS). Versão preliminar: 26ª a 52ª semanas epidemiológicas - julho a dezembro de 2009. 01ª a 26ª semanas epidemiológicas - janeiro a junho de 2010. Boletim Epidemiológico AIDS- DST 2010; 7(1): 1- 21. LUNA, Izaildo Tavares et al. AÇÕES EDUCATIVAS DESENVOLVIDAS POR ENFERMEIROS BRASILEIROS COM ADOLESCENTES VULNERÁVEIS ÀS DST/AIDS. Ciencia y Enfermeria Xviii, Chile, n. 1, p.43-55, 2012. SENEM, Cleiton José et al. Vulnerabilidade ao HIV em estudantes de ensino médio de uma escola pública no interior de São Paulo. SALUSVITA, Bauru, v. 33, n. 1, p. 45-55, 2014. CHAVES, Ana Clara Patriota et al. Conhecimentos e atitudes de adolescentes de uma escola pública sobre a transmissão sexual do HIV. Rev Bras Enferm, v. 67, n. 1, p.48-53, 2014. RUSSO, Kalline; ARREGUY, Marília Etienne. Projeto "Saúde e Prevenção nas Escolas":: percepções de professores e alunos sobre a distribuição de preservativos masculinos no ambiente escolar. Revista de Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 25, n. 2, p.501-523, 2015. AYRES et al. PRINCIPAIS VULNERABILIDADES E RISCOS PARA A INFECÇÃO PELO HIV. Disponível em: <https://www.google.com.br/search?q=PRINCIPAIS+VULNERABILIDADES+E+RISCOS+PARA+A+INFECÇÃO+PELO+HIV&oq=PRINCIPAIS+VULNERABILIDADES+E+RISCOS+PARA+A+INFECÇÃO+PELO+HIV&aqs=chrome..69i57.1296j0j7&sourceid=chrome&ie=UTF-8> Acesso em: 02 maio 2016.
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