PRODUÇÃO DO CUIDADO AOS IDOSOS COM HIV/AIDS

MONALISA RODRIGUES DA CRUZ

Co-autores: , DIEGO DA SILVA MEDEIROS, MARIA RAQUEL RODRIGUES CARVALHO, MARIANA POMPÍLIO GOMES CABRAL, EVELYNE VIANA DE FRANCA e PROFª DRª MARIA SALETE BESSA JORGE
Tipo de Apresentação: Oral

Resumo

PRODUÇÃO DO CUIDADO AOS IDOSOS COM HIV/AIDS

 

Monalisa Rodrigues da Cruz1

Diego da Silva Medeiros2

Maria Raquel Rodrigues Carvalho3

4

5

Profª Drª Maria Salete Bessa Jorge6

monalisa.cruuz@hotmail.com

EIXO II: SABERES E PRÁTICAS DA ENFERMAGEM EM DIFERENTES CONTEXTOS LOCAIS, NACIONAIS E INTERNACIONAIS.       

 

Introdução

A síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS) continua sendo uma das Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) mais conhecidas no mundo, apesar de não ser a que possui maior índice de contaminação anual. A infecção da AIDS se dá pelo vírus HIV, que ataca as células imunológicas. Sua contaminação ocorre através do sangue contaminado, de seringas compartilhadas, do esperma, de secreção vaginal e do leite materno. É uma doença que não possui cura, mas seu tratamento, quando realizado de forma correta, é eficaz, apesar dos efeitos colaterais proporcionados pelo mesmo. De acordo com Felix e Ceolim (2012) um dos maiores problemas relacionados à adesão da terapia antirretroviral são os efeitos colaterais da terapia. Oliveira et al.(2011), traz em seu estudo que os idosos ainda possuem dúvidas e incertezas em relação às formas de contágio pelo HIV. Isso se dá pelo fato de que, ainda é cultural relacionar a contaminação pelo vírus HIV a indivíduos "promíscuos", como aos homossexuais e aos profissionais do sexo, excluindo, assim, os idosos. Algo bastante preocupante, quando falamos de AIDS, é a contaminação de idosos, que quase dobrou nos últimos anos, mostrando que a população antes dita não suscetível ao vírus, hoje é tida como um grupo de risco a infecção e a transmissão. Um dos fatos mais alarmantes quando relacionamos HIV/AIDS com idosos é o preconceito ainda existente por parte da população, que muitas vezes leva o idoso a não procurar maneiras preventivas, aumentando, assim, o número de indivíduos infectados e com maior probabilidade de transmitir a doença para seu parceiro.  Segundo Maschio (2011), apesar dos estudos mostrarem que os idosos tem uma vida sexual ativa, a sociedade e eles próprios negam essa verdade, isso ocorre pela cultura da população e por serem indivíduos de uma época em que não se cogitava falar sobre assuntos relacionados à sexualidade. O enfermeiro, como profissional da saúde, tem o papel importante na relação de ajuda, mediante do cuidado e da desmistificação da enfermidade para o idoso soropositivo, sendo, assim, sua atuação fundamental para que se possam esclarecer as dúvidas acerca da doença, bem como oferecer uma assistência integral e de qualidade. O presente estudo tem o objetivo de verificar como ocorre a atuação dos enfermeiros ao idoso com HIV/AIDS.

Metodologia


Trata-se de revisão integrativa da literatura sobre saúde do idoso e HIV/AIDS. Para Soares et al (2014), a revisão integrativa configura-se como um tipo de revisão da literatura que reúne achados de estudos desenvolvidos mediante diferentes metodologias, permitindo aos revisores sintetizar resultados sem interferir a filiação epistemológica dos estudos empíricos incluídos. Para o levantamento da literatura realizou-se acessos no banco de dados BIREME. As palavras-chave utilizadas foram: idoso e HIV/AIDS. Os critérios de inclusão dos artigos definidos para a revisão integrativa foram: artigos publicados em português, no período 2010 a 2015, artigos completos disponíveis na base de dado selecionada. Foram, inicialmente, obtidas 109 publicações; após avaliação dos critérios de inclusão, a amostra final foi constituída por 20 artigos.

Resultados e Discussão

O crescimento da população de idosos é um fenômeno mundial e está ocorrendo a um nível sem precedentes. Em decorrência do progressivo aumento do número de casos de HIV/AIDS nessa faixa etária. De acordo com o Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde, observou-se com relação às faixas etárias, entre 1998 e 2010, um aumento da taxa de incidência de casos de AIDS na faixa etária de 50 a 59, e de 60 anos a mais, esses dados foram avaliados de acordo com a taxa de incidência por 100.000 habitantes, podendo observar que em 1998 cerca 15,6% de indivíduos com 50 a 59 anos tinha algum tipo de DST, e a população com mais de 60 anos chegava a 4,9%. Já em 2010 os números tiveram um aumento considerável, passando a 22,1 % em indivíduos de 50 a 59 anos e 7,0% em pessoas com mais de 60 anos. (BRASIL, 2011). Sabe-se que a enfermagem atua no cuidado e prevenção de doenças, com isso, é dever do enfermeiro dar assistência ao paciente de forma integral, mantendo um diálogo, uma relação de empatia e confiança, esclarecendo todas as suas dúvidas e sempre dando  liberdade para que o mesmo sinta-se confortável a manifestar suas angústias, temores e anseios, vendo assim o enfermeiro como uma pessoa na qual possa confiar em todas as ocasiões. Segundo Macêdo, Sena e Miranda (2013), junto a evolução da enfermagem vieram as novas tendências direcionadas a assistência, saindo do modelo tecnicista, para o cuidar de maneira mais ampla, relacionando corpo e mente, tratando o indivíduo de forma humanizada. Tratando, assim, o indivíduo como um todo. A atuação do profissional da saúde com o portador do HIV/AIDS deve ser diferenciada por ser um momento bastante delicado de sua vida. De acordo com Ultramari et al. (2011),é necessário que ocorra a capacitação de profissionais da saúde em relação a atividade sexual na velhice, para que possam tratar de temas relacionados a sexualidade com idosos. O enfermeiro deve utilizar-se de todo seu conhecimento acerca do cuidado humanizado para tratar destes pacientes, sendo necessário sempre o diálogo sobre a doença, sobre o conhecimento do paciente acerca da doença, aconselhando-o nos momentos mais difíceis. De acordo com Pequeno, Macêdo e Miranda, (2013), o aconselhamento é considerado um momento de troca de informações e interações de sentimentos, muito importante para o paciente.

Conclusão

Com isso, pode-se entender a necessidade de os profissionais de saúde enxergarem seus pacientes idosos como propícios ao risco de infecção pelo vírus HIV e que estes sejam sempre visíveis perante a sociedade e políticas públicas. Como a expectativa e qualidade de vida tendem a aumentar, torna-se necessário implementar estratégias para diminuir o estigma em relação à vida sexual das pessoas mais velhas, práticas educativas para esta população, bem como incentivar pesquisas que focalizem a relação entre idosos e HIV.  Entende-se que as práticas de cuidados de si e dos outros podem ser construídas nas relações sociais, afetivas, de aprendizagem e poder que se estabelecem entre as pessoas, instituições, serviços de saúde e assistência, a essa população específica, as demandas diferenciadas exigem uma abordagem peculiar, pois é preciso avaliar que o envelhecimento não significa necessariamente uma associação com doenças ou uso constante de medicamentos, e sim um processo que reflete uma vida inteira de experiências, hábitos, crenças e costumes que devem ser respeitados e levados em consideração por toda população.