INTRODUÇÃO
A teoria pode ser definida como um conjunto de conceitos e definições relacionados entre si, com uma visão sistemática dos eventos, que tem a finalidade de explicar os eventos por meio das relações entre as variáveis. (GEORGE, 2000)
Simplificando, a teoria busca um sentido para a visualização de fatos e eventos, desta forma, orientando cientificamente a prática.
Assim, George (2000) aponta que a teoria na enfermagem tem a finalidade de descrever, explicar, prever ou prescrever o cuidado de enfermagem. Isto reforça a importância da teoria de enfermagem e da prescrição do cuidado de enfermagem.
A primeira teoria de enfermagem foi a de Florence Nightingale, no século XIX, porém somente no século XX sentiu-se a necessidade urgente de conhecimento para a Enfermagem. Foi então, que em 1954, Hildegard Peplau, com a publicação do seu livro, marcou o início do desenvolvimento de referenciais teóricos próprios da área. (GARCIA; NÓBREGA, 2004)
As teorias de enfermagem permitem a reflexão criativa do modo de trabalho, além de tornar o trabalho de enfermagem mais autônomo, desvinculando o cuidado limitado à complementar a ação médica. (GARCIA; NÓBREGA, 2004)
A importância da pesquisa para o meio científico será atualizar os dados sobre o uso de teorias de enfermagem na saúde mental, reforçando a necessidade de se desenvolver pesquisas com este tema voltadas para esta área, além de mostrar o que já havia sendo desenvolvido.
Ao proporcionar este tipo de conhecimento aos profissionais de enfermagem, relembramos a importância do uso das teorias na saúde mental e apresentamos novos meios teóricos para que esses profissionais possam se embasar e desenvolver um trabalho de qualidade e com teor científico.
OBJETIVOS
Conhecer as teorias de enfermagem utilizadas na saúde mental.
METODOLOGIA
O presente estudo trata-se de uma revisão integrativa, método que busca analisar as produções anteriores sobre determinado assunto, e se divide em seis passos. O primeiro passo é delimitar uma pergunta problema. O segundo é a definição dos critérios de inclusão e exclusão. No terceiro passo deve-se identificar os estudos encontrados, lendo-os criteriosamente. O quarto passo é categorizar as informações encontradas nos artigos científicos e, para isso, o pesquisador pode criar diversos métodos de categorização, e deve explicar como analisa seus resultados. O quinto passo deve ser a discussão dos seus resultados, apresentando informações relevantes e os pontos a serem melhorados. O sexto passo é a síntese do conhecimento, onde o pesquisador deve apresentar os principais resultados e a importância da pesquisa. (BOTELHO; CUNHA; MACEDO, 2011)
Foi realizada busca nas bases de dados Scientific Electronic Library Online (SciELO) e Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), com os descritores Teoria de Enfermagem e Saúde Mental. Os critérios de inclusão foram artigos, na íntegra e gratuitos e em Português, Inglês e Espanhol. Os critérios de exclusão foram artigos que não abordassem nenhuma teoria, ou teorias de outras áreas que não a Enfermagem. Foram encontrados 29 artigos na SciELO, onde desses 29, 15 utilizavam alguma teoria de enfermagem. Após a leitura dos artigos restantes, apenas 1 abordou teoria de enfermagem. Na LILACS foram encontrados 4 artigos, e 3 artigos abordavam as teorias de enfermagem. No total, foram utilizados 4 artigos para compor a pesquisa.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Dos quatro artigos encontrados, cada um trazia uma teoria de enfermagem diferente, que foram a Teoria do Cuidado Humano e do Cuidado Transpessoal de Jean Watson, Teoria da Maré de Phil Barker, Teoria da Enfermagem Humanística de Hildegard Peplau e Teoria do "Tornar-se Humano". Com base na leitura dos artigos, as teorias relatam a importância do enfermeiro no tratamento dos pacientes psiquiátricos, atuando diretamente e indiretamente, por meio da família, enfocando no cuidar humanizado, aproximado da atenção psicossocial. Todas as teorias traziam estratégias para a atuação do enfermeiro, as quais ele pode adaptar para sua realidade, e os autores mostraram que o uso das teorias no cuidado implicava numa atuação mais humanizada e que percebia todos os sujeitos envolvidos no processo de tratamento. Além disso, os artigos retrataram a deficiência de trabalhos científicos voltados para a área de teorias de enfermagem em saúde mental, o que também foi percebido pela autora.
CONCLUSÕES
Conclui-se que as teorias de enfermagem são necessárias para uma atuação de qualidade, onde todos possam ser percebidos e cuidados pelo profissional de enfermagem, possibilitando um tratamento efetivo, pois elas guiam para uma prática humanizada. Além disso, observou-se o déficit de produções científicas com o tema abordado, mostrando que as teorias e a saúde mental precisam de um enfoque maior, visando maior produção e atualização das teorias associadas a prática, o que possibilita aos profissionais serem peças fundamentais na transformação da saúde mental e, consequentemente, um cuidado de enfermagem mais humanizado.
REFERÊNCIAS
BOTELHO, L. L. R., CUNHA, C. C. A., MACEDO, M. O método da revisão integrativa nos estudos organizacionais. Gestão e Sociedade, Belo Horizonte, v. 5, n. 11, mai/ago, p. 121-136, 2011.
GARCIA, T. R., NÓBREGA, M. M. L. Contribuição das teorias de enfermagem para a construção do conhecimento da área. Rev Bras Enferm, Brasília, v. 57, n. 2, mar/abr, p. 228-232, 2004.
GEORGE, J. B. Teorias de enfermagem: Os fundamentos à prática profissional. Porto Alegre: Artmed, 4 ed, 2000.