Introdução
De acordo com Assis (2006), a monitoria acadêmica é uma oportunidade ímpar para formação docente do aluno, pois coloca, frente a frente, o professor com toda a sua experiência e conhecimentos e o aluno iniciante, imaturo e ávido em busca de novos saberes. Sendo assim, a monitoria pode ser uma ferramenta de desenvolvimento do acadêmico tanto no âmbito do ensino como da pesquisa, além de proporcionar um desenvolvimento da didática, da postura, da fala e do aprendizado. Ademais, a disciplina em questão, Enfermagem em Saúde da Mulher, disciplina do 6° semestre da graduação em Enfermagem da Universidade Estadual do Ceará, requer maior prática e muito estudo por parte dos alunos, já que aborda as fases evolutivas do ciclo da vida da mulher segundo as diretrizes da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher (PNAISM), da puberdade ao climatério, conhecendo as causas de morbimortalidade no processo reprodutivo, afecções ginecológicas e oncoginecológicas, causas, prevenção e tratamento; enfoca a importância do planejamento familiar, a prevenção do câncer de colo uterino e detecção precoce do câncer de mama, os aspectos fisiológicos da gravidez, parto e puerpério e busca a compreensão da dinâmica das práticas e políticas de saúde relacionadas à mulher, preparando o aluno para prestar assistência sistematizada e humanizada em suas diferentes etapas do desenvolvimento com postura ética e utilizando os princípios técnico-científicos apreendidos, integrando o conhecimento de pesquisas ao cuidado da mulher no seu contexto familiar e social. Assim, a monitoria acadêmica surge
ISSN: 2446-533X
como um reforço para o aproveitamento da disciplina, que beneficia tanto os alunos da disciplina quanto os monitores. Dessa forma, objetiva-se relatar as experiências vividas pelas acadêmicas como monitoras da disciplina Enfermagem em Saúde da Mulher.
Metodologia
Trata-se de relato de experiência de alunas de graduação do Curso de Enfermagem da disciplina Enfermagem em Saúde da Mulher no período letivo de 2015 da Universidade Estadual do Ceará.
Resultados e DiscussãoA monitoria acadêmica é uma oportunidade para os estudantes compreenderem a importância da ética, da constante atualização e do empreendimento na própria formação, seja como um futuro profissional do mercado ou como pesquisador. Durante o período da monitoria, o primeiro desafio é saber como reforçar o conhecimento já visto em sala de aula para os estudantes. Dessa forma, a disciplina em si, ajudou, pois é uma disciplina bastante prática. Então, foi estabelecido que as monitorias seriam mais técnicas, ou seja, seriam atividades de aprimoramento técnico, como simulado de exame de prevenção. Apesar disso, algumas monitorias teóricas foram realizadas, já que os próprios alunos demonstraram necessidade. No decorrer do ano, pôde-se perceber que com o tempo da prática docente, algumas maneiras de realizar a monitoria favorecia o aprendizado dos alunos, e até mesmo, surgiam ideias, dicas e "bizus" que ajudavam os estudantes. Além disso, uma grande potencialidade da universidade é possuir um Laboratório de Saúde da Mulher, em que existem equipamentos para praticar as técnicas da obstetrícia. Assim, com o término da monitoria, a confiança e a segurança das monitoras era uma realidade: a didática foi aprimorada e os conhecimentos sobre o assunto foram expandidos. Algumas atividades desenvolvidas foram: construção de estudos dirigidos de monitoria, simulados práticos e teóricos para as provas, organização e limpeza do Laboratório de Saúde da Mulher. Outra potencialidade foi a atuação tanto da professora orientadora quanto dos outros professores da disciplina que apoiaram as monitoras desde o início até o fim da monitoria: quando era preciso tirar dúvidas, eles estavam presentes e dispostos a ajudar. Além disso, os professores orientavam quanto aos temas prioritários das monitorias e direcionavam quanto à didática e aos próprios livros de consulta para confecção dos materiais. Assim, como Assis (2006) comprova quando diz que esse é um momento que deve ser considerado pelos professores como de suma importância para preparar os novos profissionais, dando-lhes apoio e transmitindo-lhes conhecimentos que
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vão garantir sua atuação nos espaços sociais. Assim, cuidar da mulher torna-se um desafio para os acadêmicos de enfermagem, devido à singularidade da mulher, mas tem sido uma realidade, no âmbito dos resultados significativos que os alunos constroem, desde o acolhimento até as técnicas mais inovadoras. A monitoria surge como um reforço nesse desafio, ajudando os estudantes e as próprias monitoras. Nesse cenário, alguns fatores positivos encontrados na atividade como monitor, como o contato com os outros alunos e também o contato mais próximo com os professores da disciplina favoreceu o empoderamento das monitoras. Porém, percebe-se que a incompatibilidade dos horários dos alunos da disciplina e dos horários do monitor é um fator limitante para o desenvolvimento significativo da monitoria, embora as monitoras tenham conseguido priorizar certas atividades para que a monitoria acontecesse.
Conclusão
A oportunidade de ser monitora da disciplina Enfermagem em Saúde da Mulher, além de ter proporcionado um crescimento na formação profissional, trouxe experiências únicas, tanto pelo contato com os outros alunos, como pela humanização e pela desenvoltura técnica que pudemos adquirir ao longo desse processo. Assim, apesar da intensidade que a monitoria requer, já que o comprometimento e a responsabilidade são essenciais, ela tende a desenvolver a proatividade e até mesmo a desenvoltura técnica das monitoras, trazendo resultados a curto e longo prazo na formação profissional e acadêmica dessas futuras enfermeiras.
Referências
ISSN: 2446-533X
ASSIS, F.; BORSATTO, A.Z.; SILVA, P.D.D.; PERES, P.L.; ROCHA, P.R.; LOPES, G.T. Programa de monitoria acadêmica: percepções de monitores e orientadores. R Enferm UERJ, Rio de Janeiro, v.14, n.3, p.391-7, jul/set, 2006.
Ministério da Saúde (Br). Secretaria de Atenção à Saúde. Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher: princípios e diretrizes. Brasília (DF): Ministério da Saúde; 2007.