ANÁLISE DOS DISCURSOS DAS JUVENTUDES SOBRE TUBERCULOSE ATRAVÉS DA WEB RÁDIO

SAMYLLA DE FATIMA SABOIA VERAS

Co-autores: , RAIMUNDO AUGUSTO MARTINS, NATALIA SOUSA LOPES, TALYTA MARTINS NEVES e MARIA ROCINEIDE FERREIRA DA SILVA
Tipo de Apresentação: Oral

Resumo

INTRODUCAO: A tuberculose (TB) permanece como grave problema de saúde pública. É uma doença infecto-contagiosa, causada pelo Mycobacterium  tuberculosis tendo as vias aéreas como principal via de transmissão de uma pessoa doente para um individuo sadio. São mais vulneráveis à doença as populações indígenas, presidiários, moradores de rua - estes devido à dificuldade de acesso aos serviços de saúde e às condições específicas de vida -; além das pessoas vivendo com o HIV.  O surgimento da AIDS e o aparecimento de focos de tuberculose resistente aos medicamentos agravam ainda mais esse cenário. De acordo com o Ministério da Saúde (MS), anualmente são notificados cerca de 6 milhões de novos casos em todo o mundo, levando mais de um milhão de pessoas a óbito por tuberculose (BRASIL, 2015). A cada ano, são notificados aproximadamente 70 mil casos novos e ocorrem 4,6 mil mortes em decorrência da doença. Apesar dos programas de prevenção e imunização, obrigatoriamente, para menores no primeiro ano de vida ou no máximo quatro anos, com a vacina BCG, o Brasil ainda ocupa o 17º lugar entre os 22 países responsáveis por 80% do total de casos de tuberculose no mundo. Nos últimos dez anos, o Brasil reduziu em 22,8% a incidência de casos novos de tuberculose e em 20,7% a taxa de mortalidade da doença. Em 2014, a incidência da doença no Brasil foi de 33,5 casos por 100 mil habitantes, contra 43,4/100 mil em 2004. A taxa de mortalidade de 2013 foi de 2,3 óbitos por 100 mil habitantes, abaixo dos 2,9 óbitos por 100 mil habitantes registrados em 2003 (BRASIL, 2016).  A tendência de queda em ambos os indicadores vem-se acelerando com o passar dos anos em um esforço nacional, podendo chegar assim ao controle eficaz da tuberculose, deixando de ser um problema de saúde publica. Em 2014, foi aprovada na Assembléia Mundial de Saúde a Estratégia Global e Metas para a Prevenção, Atenção e Controle da Tuberculose pós-2015. Esta estratégia pelo fim da Tuberculose, que tem como metas, para cumprimento até o ano de 2035, partindo do ano de 2015 tem como foco reduzir o coeficiente de incidência para menos de 10 casos por 100 mil habitantes e a redução do número de óbitos por tuberculose em 95%. Visando alcançar a queda desses indicadores e o alcance dessa meta, construímos coletivamente processos educativos em saúde na escola com o desenvolvimento dos programas de educação e saúde através da Web Rádio AJIR, que é um canal online articulado pela Associação dos Jovens de Irajá com o Laboratório de Práticas Coletivas em Saúde - LAPRACS/CCS e com apoio da Pró-Reitoria de Extensão - PROEX da Universidade Estadual do Ceará - UECE, no intuito de veicular programas e projetos na área de comunicação, educação, saúde, cultura, esporte, lazer, arte, literatura, entre outros. Portanto, objetivou-se com este estudo analisar os discursos das juventudes escolares sobre tuberculose, através desta emissora de comunicação digital na internet, a fim de tirar dúvidas e conscientizar para a prevenção e cuidados necessários contra a tuberculose. METODOLOGIA: Pesquisa descritiva, com abordagem qualitativa. A coleta de dados foi realizada a partir da análise dos discursos de 38 jovens que participaram do Programa em Sintonia com a Saúde (S@S), veiculado pela Web Radio AJIR com tema Tuberculose: educação e prevenção no ano de 2015 com quatro escolas do Ceará e um Centro Urbano de Cultura, Arte e Esporte (CUCA) em Fortaleza - Ceará. Este equipamento está localizado em território estratégico pois atende jovens de 15 a 29 anos, residentes em áreas de alta vulnerabilidade social. O programa foi produzido por estudantes de graduação em Enfermagem, Educação Física, Computação e Letras no estúdio da Web Radio, situado na UECE e acompanhado em tempo real por jovens através do site da emissora digital. Os dados foram apresentados como perguntas-discursos, pois são dizeres e fazeres destes sujeitos na constituição de seus saberes e práticas sobre a Tuberculose. Este estudo integra o projeto guarda-chuva: Tecnologias Digitais e Educação em Enfermagem: a experiência de utilização da Web Rádio AJIR como ferramenta pedagógica na formação dos educandos de enfermagem da Universidade Estadual do Ceará (No. FR 424380/2011).RESULTADOS: Para o desenvolvimento desse trabalho foi realizado debates com jovens na Web Rádio AJIR, explicando desde o surgimento da tuberculose até os cuidados e tratamentos necessários para os doentes e seus familiares. No programa, os sujeitos tiveram a oportunidade de tirar dúvidas e trocar ideias com o convidado participante. Foram realizadas varias perguntas-discursos pelos jovens, identificando como a maior dúvida a mais freqüente "A tuberculose surge através de gripe mal curada ou não?", " Como se pega a tuberculose?", " Tuberculose tem cura?" Neste debate foi possível identificar a falta de informação da comunidade que é um dos grandes problemas na saúde pública. Todavia, enfatizamos também a necessidade de provocar e estimular o diálogo e o envolvimento da sociedade, para contribuir e aprimorar a compreensão das razões que levam à persistência da tuberculose como um importante problema que afeta a população juvenil no Brasil. Contudo, a falta de informação, presente na população de mondo geral, vem atribuir um estigma com a pessoa afetada pela tuberculose, por que é uma doença que tem tratamento e cura e isso desencadeia algumas reações negativas quanto à adesão e continuidade do tratamento.CONCLUSAO: Assim, reforçar ações de informação e comunicação em saúde pode possibilitar a incorporação do processo de educação em saúde na escola e comunidade com ações voltadas para a sensibilização e participação da sociedade para que seja esclarecida não apenas o que é a doença, como ela é transmitida, mas também, da sua co-responsabilidade social no controle da doença que cresce e que se configura como um dos grandes problemas de saúde pública no país.