ACESSO VENOSO PERIFÉRICO E SUAS COMPLICAÇÕES NA CRIANÇA HOSPITALIZADA

TATIANNY NARAH DE LIMA SANTOS

Co-autores: , MARIA SOLANGE NOGUEIRA DOS SANTOS, TUANNY PAULA DE LIMA SANTOS, RAQUEL MENDES SILVA, FABÍOLA ARAÚJO CRVALHO e EDNA MARIA CAMELO CHAVES
Tipo de Apresentação: Pôster

Resumo

Introdução
A punção venosa é um dos procedimentos diagnósticos e terapêuticos que causam dor, entretanto as crianças podem submeter a esse procedimento varias vezes no mesmo dia dependendo da situação clinica e física (MARTINS; SILVINO, 2009). Assim, a realização desse estudo se justifica na necessidade de avaliar a qualidade do cuidado de enfermagem no ato da punção venosa periférica e da infusão da terapia intravenosa, tendo em vista que esse procedimento de enfermagem implica na necessidade de conhecimentos científicos para a sua realização e manutenção com o intuito de efetivar o tratamento proposto para a criança durante a sua hospitalização e reduzir os riscos de complicações. O objetivo do estudo foi identificar as principais complicações durante a terapia intravenosa em crianças em um hospital público do município de Maracanaú-CE.

Metodologia

Trata-se de um estudo descritivo e transversal com abordagem quantitativa. A amostra foi constituída por 50 crianças internadas escolhida de forma convencional. Os critérios de inclusão foram: idade inferior a 12 anos e estar fazendo uso de terapia intravenosa, no período de janeiro a junho de 2011. A pesquisa foi submetida à apreciação do Comitê de Ética e Pesquisa sob o parecer N° 015/2010.

Resultados e Discussão

Observou-se que a principal indicação para uso de terapia intravenosa foi o uso de
antibióticos (86,0%). O tipo de acesso predominante foi o cateter periférico (92%) seguido
do uso de scalp (6%). Os medicamentos administrados que apresentaram mais
complicações durante ou após a infusão foram ceftriaxona (12%) e a penicilina cristalina
(6%). Entretanto, 74% das crianças não apresentaram complicações. A troca do
dispositivo intravenoso foi feita em 72 horas em 56% dos casos e havia a identificação da
data e do nome do profissional que realizou o acesso em 96% das crianças. Durante a
infusão dos medicamentos, 46% das crianças não tiveram complicações. Porém, algumas
crianças apresentaram complicações como hiperemia (24%), flebite (12%), reação
pirogênica (8,0%), entre outras. A hospitalização é uma situação crítica e delicada na vida
ISSN: 2446-533X
de qualquer ser humano, especialmente quando se trata de crianças (FRANQUINELO;
HIGARASHI; MARCON, 2007). De acordo com o Centers for Disease Control (CDC),
recomenda-se a substituição de cateteres como procedimento para prevenir flebite e
infecção relacionada ao cateter, fixando o tempo de permanência máxima de 04 dias. Os
locais de acessos venosos recomendados em pediatria são vasos periféricos, sendo que,
os mais comuns são as veias periféricas de membros superiores, pela facilidade de serem
puncionadas, devido à sua localização, rapidez e segurança (JACINTO; AVELAR;
PEDREIRA, 2011). De acordo com Chaves (2003) a rede venosa dos membros
superiores apresenta melhor acesso e maior segurança para a equipe de enfermagem.
Flebite, infiltração e extravasamento por drogas são descritas como eventos adversos
relacionados ao uso de cateteres periféricos. Tais complicações podem ser atribuídas a
uma série de fatores, como o tipo de cateter selecionado, local de inserção, tempo de
permanência do cateter e tipo de curativo utilizado. Em crianças, a complicação mais
comum consiste na infiltração, que é decorrente do vazamento de solução dentro do vaso
ou da perfuração da parede do vaso após uma flebite. Os sinais mais comuns são pele
fria e pálida, dor, desconforto, edema local, sensação de queimação e sensibilidade
diminuída. A infiltração pode ocorrer também devido a falha no momento da punção,
condições clínicas da criança, tipo de solução e histórico de complicações relacionadas
ao procedimento (JACINTO; AVELAR; PEDREIRA, 2011). A expressão "veia cansada" é
a denominação dada pelos técnicos de enfermagem ao acesso vascular que começa a
apresentar sinais de flebite pelo uso contínuo de fármacos irritantes ao endotélio venoso.
Esse é um sinal de que em breve aquela veia não estará mais adequada para a
terapêutica e a criança precisará de uma nova punção venosa. Puncionar uma veia
periférica visível facilita ao enfermeiro realizar o procedimento e também diminuir na
criança o trauma da punção, a ansiedade e complicações. O diagnóstico das
complicações relacionadas à infecção é de grande responsabilidade do enfermeiro, pois,
a monitorização dos sinais, como hiperemia, secreção no óstio e rubor devem ser feitos
diariamente. Com isso, observa-se que o enfermeiro deve estar apto a reconhecer os
riscos e as complicações decorrentes da terapia intravenosa, o qual deve buscar
informações atualizadas sobre o assunto em fontes idôneas. Além disso, há que se
ressaltar a necessidade de treinar toda a equipe de enfermagem para o manuseio do
dispositivo, tendo-se em vista que a prática da terapia intravenosa, no Brasil, é realizada
por todos os profissionais da equipe.

Conclusão

As flebites, obstrução venosa, hiperemia e outros problemas relacionados às punções, podem ser facilmente identificados, durante a observação do estado de conservação e manutenção da permeabilidade do acesso venoso, através da identificação da data, hora e tipo de cateter utilizado na punção, com atenção no período para a troca do cateter de acordo com cada dispositivo. Introduzir um plano terapêutico que previna complicações durante as infusões endovenosas, habilitar o profissional responsável para a punção periférica durante o procedimento, é imprescindível para minimizar ou reduzir complicações durante a terapêutica.

Referências

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