EDUCAÇÃO INFANTIL: ESPAÇO SOCIAL PARA PROMOVER CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO SAUDÁVEIS

MARIA EDINIR DE ALMEIDA

Co-autores: MARIANA GOMES DE OLIVEIRA, LETICIA OLIVEIRA MELO, INGRID MARTINS LEITE LÚCIO, ADRIANA SOUSA CARVALHO DE AGUIAR e MARIA EDINIR DE ALMEIDA
Tipo de Apresentação: Pôster

Resumo

 

 

II SIEPS

                                                                        XX ENFERMAIO

              I MOSTRA DO INTERNATO EM ENFERMAGEM

 

                                       Fortaleza - CE

                               23 a 25 de Maio de 2016

 

 

EDUCAÇÃO INFANTIL: ESPAÇO SOCIAL PARA PROMOVER CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO SAUDÁVEIS

 

Mariana Gomes de Oliveira1, Leticia Oliveira de Melo2, Ingrid Martins Leite Lúcio3, Adriana Sousa Carvalho de Aguiar4 ,Maria Edinir de Almeida5


 

 

edinyalmeida@gmail.com

 

 

EIXO II: SABERES E PRÁTICAS DA ENFERMAGEM EM DIFERENTES CONTEXTOS LOCAIS, NACIONAIS E INTERNACIONAIS

 

 

 

Introdução


A Educação Infantil tem por objetivo o desenvolvimento integral da criança até 5 anos de idade, em seus aspectos físico, afetivo, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da sociedade (BRASIL, 2013). Entretanto, Oliveira (2013) afirma que a Educação Infantil, sozinha, não consegue abranger todos esses aspectos de atenção à criança, sem deixar lacunas, existindo, pois, a necessidade de estabelecer parceria com outros setores sociais, como por exemplo, a saúde.

Desta forma, a escola se caracteriza como um espaço social oportuno para o desenvolvimento de ações de promoção da saúde, em que é possível gerar autonomia, participação crítica, partindo de uma visão integral e multidisciplinar que considera o indivíduo em seu contexto familiar, comunitário e social (OLIVEIRA, 2013).

Nesse contexto, a instituição educativa se constitui um excelente lugar para aplicação de ações para a promoção da saúde, contribuindo para a melhoria das práticas de cuidado diretamente oferecido às crianças, bem como para estimular a adoção de hábitos saudáveis desde a infância (MARTINS; VERÍSSIMO, 2006), visto que as creches e pré-escolas têm como objetivo central apoiar as famílias em relação a um crescimento e desenvolvimento integral e harmonioso à criança (ARAÚJO; PEREIRA, 2009).

Este estudo tem por objetivo identificar a relação da família da criança com a instituição de educação infantil observando a possibilidade de atuação do enfermeiro. Este trabalho é um recorte da pesquisa 'A atenção à saúde da criança na educação infantil sob a ótica dos saberes e práticas dos educadores, oriunda do Mestrado em Enfermagem da UFAL (OLIVEIRA, 2015)

 

 

 

 

Metodologia


Estudo qualitativo realizado no VII Distrito Sanitário de Maceió, no período de abril a setembro de 2014. A coleta foi realizada por meio da observação qualitativa, registro fotográfico e entrevista com roteiro semiestruturado com informações sobre características operacionais, estrutura física; práticas de cuidado; saúde e segurança da criança, com 19 educadores da educação infantil. Os dados foram analisados a partir da análise temática de conteúdo. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa/UFAL no dia 27 de maio de 2013, com número de parecer 560.971.

 

 

 

Resultados e Discussão


O desenvolvimento físico, psíquico e social do ser humano depende em grande parte dos cuidados recebidos especialmente nos três primeiros anos de vida. Quando estes cuidados faltam, são inadequados ou insuficientes, as consequências podem ser decisivas e de longa duração, determinando a capacidade de aprender, de se relacionar e de regular emoções (ALVES; VERÍSSIMO, 2007).

A partir da fala dos sujeitos do estudo revelou-se que a direção da escola permite o excesso de crianças em relação ao que é preconizado pelas diretrizes, o que vem a acentuar a limitação da autonomia das crianças, assim como, o seu desenvolvimento motor. Assim, apreende-se que o educador infantil defende seu papel como relevante no processo de formação das habilidades da criança, ou seja, que também é responsável pelo desenvolvimento da criança em diferentes áreas, desde o motor ao emocional.

Assim, sendo a creche corresponsável pelo crescimento e desenvolvimento da criança, ressalta-se que na prática os educadores destacam o acompanhamento do desenvolvimento da linguagem, motor e social como uma forma de avaliar a evolução da criança durante um ano de convivência.

Contudo, destaca-se que ao longo das entrevistas com os educadores os mesmos não souberam identificar as etapas do desenvolvimento da criança à luz do conhecimento científico. O que pode sugerir que o acompanhamento e, consequentemente, o registro deste desenvolvimento não contempla todos os aspectos que devem ser alcançados para determinada faixa etária.

Nesse sentido, ressalta-se que o educador precisa saber orientar, avaliar e elaborar propostas, isto é, interpretar e reconstruir o conhecimento; deve transpor os saberes específicos de suas áreas de conhecimento e das relações entre essas áreas; conhecer e compreender as etapas de desenvolvimento dos estudantes com os quais está lidando (BRASIL, 2013).

Assim, percebe-se que muitas práticas ainda são baseadas no senso comum, na experiência materna ou em outras experiências pessoais. Entretanto, destaca-se que alguns educadores ressaltam uma prática influenciada pela contribuição teórica de estudiosos na área; o que demonstra uma preocupação com a qualidade do serviço oferecido:

 

 

 

 

Conclusão


O estudo aponta a necessidade de se incluir conhecimentos sobre o crescimento e desenvolvimento saudável, especialmente quanto à promoção da saúde das crianças, tanto na formação inicial quanto continuada dos educadores infantis. Sendo o educador um promotor do cuidado, é necessário que este complemente sua formação, proporcionando à criança uma assistência baseada em evidências.

Assim, a capacitação dos profissionais quanto aos aspectos aqui ressaltados pode ser mediada ou realizada com a inserção de um enfermeiro no âmbito da creche. Este, por sua vez, também realizaria ações de promoção e prevenção junto às crianças e profissionais, promovendo a intersetorialidade, mas não diminuindo as responsabilidades da unidade básica de saúde nem hierarquizando as atividades de cuidado e educação, sendo, assim, um caminho para que a criança receba atenção integral.

 

 

 

Referências


ALVES, R.C.P; VERÍSSIMO, M.R.L.O. Os educadores de creche e o conflito entre cuidar e educar. Revista Brasileira Crescimento Desenvolvimento Humano., São Paulo, SP, v.17, n.1, p.13-25, 2007.

 

ARAÚJO, M.F.M.; LEMOS, A.C.S; CHAVES, E.S. Creche comunitária: um cenário para a detecção da obesidade infantil. Ciência, Cuidado e Saúde Maringá., v. 5, n.1, p. 24-31, 2006.

 

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação Básica. Secretaria de Educação Básica. Diretoria de Currículos e Educação Integral. Brasília: MEC, SEB, DICEI, 2013.

MARTINS, J.; VERÍSSIMO, M.L.Ó.R. Conhecimentos e práticas de trabalhadoras de creches municipais relativos ao cuidado da criança com infecção respiratória aguda. Interface - Comunic., Saúde, Educ., v.10, n.20, p.497-504, jul/dez, 2006.

 

OLIVEIRA, P. R. O papel do enfermeiro no processo educativo em saúde na educação infantil: concepções de educadores e enfermeiros. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal de Mato Grosso. Instituto de Educação. Programa de Pós-graduação em Educação, Cuiabá, 2013.

 

OLIVEIRA, M.G. atenção à saúde da criança na creche e pré-escola:

Saberes e práticas de educadores. Dissertação (Mestrado)- Universidade Federal de Alagoas. Programa de Pós-graduação em Enfermagem, 2015.