INTRODUÇÃO:
O desejo de ter filhos é inerente ao ser humano e um direito reprodutivo, assim, a convivência com o HIV não implica na supressão dessa vontade. Observa-se uma compreensão restrita sobre a autonomia das questões reprodutivas e do desejo de filhos por pessoas que vivem com o HIV1. O risco da transmissão vertical do vírus é usado pelos profissionais de saúde como empecilho para ter filhos, pois a reprodução nessa clientela não é discutida nem explicitada nos serviços de saúde2. Tal fato pode ser ocasionado pela estrutura curricular do ensino de enfermagem, o qual ainda é incipiente relacionado à temática, fazendo com que os estudantes busquem outras formas de aprendizado, como participando de oficinas educativas.
OBJETIVO:
Descrever a elaboração e execução de uma oficina educativa para acadêmicos de enfermagem sobre reprodução em pessoas que vivem com HIV.
METODOLOGIA:
Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência, sobre uma atividade educativa realizada durante um encontro de pesquisa voltado para acadêmicos de enfermagem. A atividade foi realizada no dia 18 de maio de 2013, em uma sala exclusiva, destinada às atividades do evento. O período
de duração foi quatro horas, participando 22 estudantes de enfermagem. A oficina foi ministrada por duas enfermeiras, as quais são membros de um grupo de pesquisa que desenvolve atividades de pesquisa, ensino e extensão voltados para a clientela que vive com HIV.
RESULTADOS:
A oficina foi iniciada com a apresentação dos participantes e o interesse dos mesmos na oficina, bem como suas expectativas. Logo após foi dada uma situação-problema envolvendo a temática, onde os alunos discutiram possíveis soluções. Depois foi realizada uma aula-expositiva, com apresentação de vídeos. As temáticas abordadas foram: Introdução ao tema HIV e sua epidemiologia, Direitos reprodutivos, Planejamento familiar, Aconselhamento e Técnicas reprodutivas mais seguras. Foi realizada dinâmica em equipe, em jogo de palavras cruzadas gigantes, em que a equipe que respondesse a mais questões ganharia prêmio. Ao final, questionou-se se havia dúvidas relacionadas à temática. Além disso, cada participante falou se a oficina correspondeu às expectativas, pontos positivos e negativos, além de sugestões. Os enfermeiros perceberam que os acadêmicos sentiram-se bastante satisfeitos com a oficina sobre reprodução em pessoas com HIV, mediante ser um assunto pouco explorado na graduação.
CONCLUSÃO:
As estratégias facilitaram o processo de aprendizagem através da participação ativa dos acadêmicos. Além disso, os estudantes puderam esclarecer dúvidas e quebrar paradigmas relacionados à temática. Sugere-se a ampliação da oficina nos mais diversos espaços, como unidades básicas de saúde, escolas, contemplando também a comunidade.
REFERÊNCIAS:
1.Moas LC, Vargas EP, Maksud I, Britto, R. HIV/AIDS e reprodução: a perspectiva jurídica em análise. Cad. Pesqui. 2013; 43(150): 948-967.
2.Silva NEK, Alvarenga AT, Ayres JRCM. Aids e gravidez: os sentidos do risco e o desafio do cuidado. Rev. Saúde Pública. 2006; 40(3): 474-481.