INTENÇÃO DE ADOÇÃO DE COMPORTAMENTOS SEXUAIS SEGUROS EM ADOLESCENTES: ESTUDO DE VALIDAÇÃO

THÁBYTA SILVA DE ARAUJO

Co-autores: THÁBYTA SILVA DE ARAÚJO, GABRIELE VASCONCELOS ARCANJO, LYDIA VIEIRA FREITAS, FABIANE DO AMARAL GUBERT e NEIVA FRANCENELY CUNHA VIEIRA
Tipo de Apresentação: Oral

Resumo

INTRODUÇÃO

O período da adolescência é marcado pela formação da autonomia, da identidade além do descobrimento e aprendizado do adolescente tanto no contexto familiar quanto no sociocultural. Em todas as culturas e milênios, esse período é visto como um período de mudanças notáveis no corpo e no comportamento (UNICEF, 2011; JOHNSON, BLUM, GIEDD, 2009). Diante dessa perspectiva de verificar se os adolescentes tem intenção de adotar comportamentos sexuais seguros, a tecnologia torna-se uma ferramenta essencial nesse processo de construção de saberes aliados à manutenção da sua saúde frente às diversidades do período da adolescência.

OBJETIVO

Validar um instrumento para verificar a intenção de comportamentos sexuais seguros a partir do Modelo de Redução de Risco da AIDS e da Vulnerabilidade à infecção pelo HIV/AIDS.

METODOLOGIA

Pesquisa metodológica que visa à validação de um instrumento com a avaliação de especialistas da área da saúde e a realização de um teste piloto. Foram selecionados cinco especialistas do sexo feminino, enfermeiras, faixa etária entre 25 e 40 anos, com experiência em adolescentes, prevenção de DST/AIDS e hemoterapia. Para o teste piloto, foram 19 adolescentes com idade entre 16 e 19 anos, sexo masculino e feminino, estudantes do ensino médio e superior. O instrumento foi avaliado no período entre agosto/2012 a abril/2013 através da ferramenta Google Docs, via computador. Para se alcançar a validação, utilizou-se a validade de conteúdo e de rosto, e IVC ≥ 0,80 para os critérios objetivo, conteúdo, relevância e ambiente. O Modelo de Redução de Risco da AIDS (AIDS Risk Reduction Model - ARRM) proposto por Catania, Kegeles, Coates (1990) oferece uma estrutura para explicar e prever a maneira pela qual os indivíduos ou um grupo se comportam frente aos riscos relativos às DST/AIDS.

RESULTADOS

Após o recebimento das avaliações dos especialistas, observou-se que os critérios objetivo e relevância obtiveram 80% da concordância dos especialistas e os critérios conteúdo e ambiente alcançaram IVC = 0,60, contudo houve sugestões, que foram acatadas para melhor compreensão das perguntas, como algumas adaptações no enunciado de apresentação do questionário para que ficassem esclarecidos o objetivo do questionário, a importância da veracidade das respostas e a confidencialidade para aplicação do instrumento com o público-alvo. Em seguida a essas modificações, realizou-se o teste piloto, que apresentou 63% dos jovens destacando e reforçando a importância do instrumento ao propósito de identificar a intenção de adoção de comportamento sexual seguro de um adolescente e 37% sugeriram mudanças em algumas perguntas, relatando dúvidas ou confusão acerca do que estava sendo questionado e acharam-no extenso. Observou-se, nessa fase, que os adolescentes, em nenhuma fala, fizeram a associação de comportamento sexual e doação de sangue, sugerindo que esse tema foi pouco expressivo no instrumento.

CONCLUSÃO

Diante disso, tem-se a expectativa que a validação desse instrumento para o adolescente possibilite ao enfermeiro maior interesse em elaborar e validar outros instrumentos ou materiais didáticos para esse público como uma ferramenta facilitadora ao abranger as questões norteadoras que envolvem o período da adolescência. A avaliação do instrumento foi favorável por trazer temáticas de reflexão em relação ao comportamento sexual dos jovens em um período de mudanças e dúvidas, além de ser um instrumento confiável em que se tem a tecnologia como uma ferramenta aliada e de fácil acesso aos jovens.

REFERÊNCIAS

UNICEF. O direito de ser adolescente - oportunidade para reduzir vulnerabilidades e superar desigualdades. Brasília, DF: 2011.

JOHNSON, S.B.; BLUM, R.W.; GIEDD, J.N. Adolescent Maturity and the Brain: The Promise and Pitfalls of Neuroscience Research in Adolescent Health Policy. J Adolesc Health. vol. 45, n. 3, p. 216-21, 2009.