O CONCILIAR DA VIDA PESSOAL COM A VIDA PROFISSIONAL NO TRABALHO DOCENTE DE ENFERMAGEM
Amanda Miranda Cruz
Natália Gondim de Almeida
Juliana Vieira Figueiredo Lima
Dafne Paiva Rodrigues
Ana Virgínia de Melo Fialho
INTRODUÇÃO
O capitalismo e a globalização geraram mudanças estruturais e organizacionais nas sociedades, dentre as quais se destacam as relações entre os diferentes grupos e categorias, a precariedade e a precarização do trabalho, as características da família e seu lugar na sociedade (BRUMER, 2009). Tais mudanças contribuíram para a inserção da mulher no mercado de trabalho, com consequente divisão social dessa categoria. A mulher juntamente com o seu companheiro passaram a ser responsáveis pela renda financeira da família, tendo que ocupar-se em atividades fora de casa e, portanto, ambos precisaram adequar seu emprego a vida familiar (RODRIGUES, BARROSO E CAETANO, 2010). Neste sentido, destaca-se aqui a figura da enfermeira docente, como profissional que vivencia uma exaustiva jornada de trabalho na academia e em instituições de saúde, além de atividades relacionadas à sua vida familiar.
OBJETIVO
Averiguar como as enfermeiras docentes conciliam a vida pessoal e a vida profissional.
METODOLOGIA
Trata-se de um estudo exploratório descritivo, com abordagem qualitativa, realizado na Universidade Estadual do Ceará, em Fortaleza-CE. A amostra foi composta de 24 docentes de enfermagem. Utilizou-se entrevista semi-estruturada para coleta de dados, constituída por uma parte que abrange dados sócio-demográficos e outra de perguntas abertas. Os dados foram analisados pela técnica de Análise Categorial de Minayo. O estudo é parte integrante do projeto intitulado: Qualidade de Vida de Mulheres, Profissionais de Enfermagem, o qual recebeu parecer favorável n. 269.910.
RESULTADOS
Os sujeitos da pesquisa relataram facilidades e dificuldades em conciliar a vida pessoal com a profissional. A maioria possuía facilidades em conciliar, dentre elas relataram a capacidade de manter equilíbrio entre trabalho e família, apoio familiar, organização do tempo e a própria profissão docente. Sobre as dificuldades revelaram que a própria profissão docente, a família e os múltiplos papéis da mulher na sociedade criam obstáculos para conciliar a vida pessoal com a vida profissional. Assim, a dinâmica do cotidiano e as atividades da vida moderna promoveram alterações nas relações com o trabalho e a família. Ressalta-se, que o próprio interesse em tentar essa conciliação demonstra o desejo que possuem em dedicar mais tempo à família, intensificando a vivência familiar. A própria profissão docente, no entanto, foi o principal responsável pelas dificuldades em conciliar estas relações em virtude das exigências que a instituição põe sobre esses profissionais, assim como o excesso de carga horária e a má remuneração.
CONCLUSÃO
É um grande desafio para a mulher da vida moderna conseguir adequar suas inúmeras atividades cotidianas com seu relacionamento familiar, pois a sociedade capitalista e globalizada permitiu que a mulher conquistasse seu espaço, porém muitas são as responsabilidades surgidas com essas mudanças, como o cuidado com o lar, filhos, marido e trabalho. A estas mulheres devem ser ofertados, pelos familiares e trabalho, o apoio em seus múltiplos papéis na sociedade através do respeito, compreensão, valorização de suas atividades, assim, como qualidade do ambiente de trabalho.
REFERÊNCIAS
BRUMER, A. Gênero, família e globalização. Rev. Sociologias, Porto Alegre, ano 11, nº 21, jan./jun., p. 14-23, 2009.
RODRIGUES, E.; BARROSO, M.; CAETANO, A. trabalho, família e bem-estar: fatores e padrões de qualidade de vida na Europa. Centro de Investigação e Estudos de Sociologia - CIES, n. 93, p.1-54, 2010.