INTRODUÇÃO
O uso/abuso de substâncias psicoativas é tido como um problema de saúde pública, e é na adolescência, geralmente, onde ocorre o primeiro contato com as drogas, podendo levar ao fenômeno da dependência química, esta por sua vez desencadeia, dependendo da substância de escolha, inúmeras alterações biopsicossociais, além da possibilidade do desenvolvimento de sofrimento psíquico/transtornos mentais e outras comorbidades clínicas (MALBERGUIER et al., 2012).
OBJETIVO
Conhecer as consequências do uso/abuso de substâncias psicoativas na vida de adolescentes.
METODOLOGIA
Estudo descritivo, enquadrando-se na modalidade de estudo de caso.Teve como lócus o Centro de Atenção Psicossocial Infanto-Juvenil (CAPSi) da regional IV do município de Fortaleza. Os sujeitos da pesquisa foram três adolescentes, sendo dois do sexo masculino e uma do sexo feminino, que atenderam aos seguintes critérios de inclusão: iniciaram o tratamento no CAPSi por fazer uso/abuso de substâncias psicoativas, possuíam prontuário aberto no serviço e frequentaram o serviço no período da coleta de dados pelo menos uma vez. Quanto aos critérios de exclusão: adolescentes que estiveram a mais de 30 dias, anteriores ao início da coleta, sem comparecer as suas consultas ou grupos. A coleta se deu entre maio e junho de 2013. O instrumento de coleta de dados consistiu em um formulário, que segundo Gil (2010, p. 107) "situa-se entre o questionário e a entrevista." A opção pelo formulário se deu pelo fato de ele destacar a assistência direta do investigador, a garantia da uniformidade na interpretação dos dados. Os resultados obtidos, foram expostos mediante quadros e gráficos, assim como descritos, lançando mão das observações anotadas em diário de campo. O estudo advém do projeto de pesquisa "CUIDADO CLÍNICO À CRIANÇA E AO ADOLESCENTE USUÁRIO DE CRACK-abordagens terapêuticas e modelos de prevenção" que foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade Estadual do Ceará (UECE) sob processo nº 11042449-2 e Fl-405370.
RESULTADOS
Notou-se que o uso/abuso de substâncias psicoativas interferem negativamente nas atividades básicas (higiente, sono, alimentação, estudo) que deveriam ser desempenhadas cotidianamente pelos adolescentes; assim como prejudicam a adoção de uma rotina, suas relações interpessoais e prática de atividades que podiam melhorar sua saúde e desenvolvimento corporal.
Percebeu-se a aproximação do uso de drogas com a criminalidade, pois para aquisição da mesma os adolescentes roubaram, traficaram drogas e trocaram ou venderam os objetos pessoais e familiares.
Quanto às alterações físicas e mentais mais encontradas entre os adolescentes detectou-se: alucinações; ansiedade; perda de memória; agressividade; inquietação, dificuldade de concentração; emagrecimento; ossos salientes da face, braços, costelas, braços e pernas; boca seca; falta de apetite; queimaduras nos lábios e dedos.
Foram identificadas ainda consequências do uso/abuso de drogas em relação a escola: faltar à escola; pouca concentração nas atividades; avaliação de baixo rendimento; mentir para os colegas e professores; agressão verbal aos colegas e professores.
CONCLUSÃO
As consequências do uso/abuso de substâncias psicoativas na vida dos sujeitos desta pesquisa foram em um sentido degradante, onde os mesmos tiveram suas vivências, inclusive cotidianas, modificadas negativamente por conta desse uso/abuso.
REFERÊNCIAS
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. - São Paulo: Atlas, 2010.
MALBERGUIER, A.; CARDOSO, L.R.D.; AMARAL, R.A.; Uso de substâncias na adolescência e problemas familiares. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 28, n. 4, p. 678-688 abr. 2012.