RASTREAMENTO DE NEUROPATIA DIABÉTICA EM PACIENTES ATENDIDOS EM UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE

JULY GRASSIELY DE OLIVEIRA BRANCO

Co-autores: JULY GRASSIELY DE OLIVEIRA BRANCO, MARIA CECÍLIA CAVALCANTE BARREIRA, CAROLINE PINTO CAMELO, DANIELLE TEIXEIRA QUEIROZ e GERALDO BEZERRA DA SILVA JUNIOR
Tipo de Apresentação: Oral

Resumo

 

RASTREAMENTO DE NEUROPATIA DIABÉTICA EM PACIENTES ATENDIDOS EM UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE

 July Grassiely de Oliveira Branco¹, Maria Cecília Cavalcante Barreira², Caroline Pinto Camelo³, Danielle Teixeira Queiroz4, Geraldo Bezerra da Silva Junior5.

INTRODUÇÃO: A neuropatia é uma das complicações mais comuns do diabetes mellitus, compreendendo um conjunto de síndromes clínicas que afetam o sistema nervoso periférico sensitivo, motor e autonômico, de forma isolada ou difusa, nos segmentos proximal e distal, de instalação aguda ou crônica, de caráter reversível ou irreversível, manifestando-se silenciosamente ou com quadros sintomáticos dramáticos. Pode atingir 80 a 100% dos pacientes a longo prazo. A enfermagem tem papel fundamental na orientação dos pacientes e prevenção dessa complicação.

OBJETIVOS: Verificar a presença de fatores de risco para a neuropatia diabética; levantar o perfil socioeconômico e clínico dos pacientes portadores de neuropatia diabética de membros inferiores, identificar a prevalência desta condição e analisar a atenção dada pelos profissionais de saúde ao pé do paciente diabético.

METODOLOGIA: Foi realizado estudo descritivo exploratório, com abordagem quantitativa, realizado em uma Unidade Básica de Saúde da Família em Fortaleza, Ceará. A amostra constou de 50 pacientes. O estudo foi aprovado pelo comitê de ética com parecer de n°232/08.

RESULTADOS: Foram incluídos 50 pacientes portadores de DM2 acompanhados em uma Unidade Básica de Saúde da Família. Predominou o sexo feminino (70%), sendo a profissão mais citada dona de casa (46%). A média de idade foi 60,6 anos, tempo médio de diagnóstico 11,5 anos e de tratamento 11,1 anos. O peso médio dos participantes foi de 72 kg, um alto peso quando relacionado à média da altura de 1,56 cm, o que resulta em um IMC alterado (média de 29,3 kg/m², sobrepeso, presente em 40,8% dos pacientes). A circunferência abdominal média foi 100,1 cm, acima do limite preconizado para as mulheres. A glicemia de jejum teve valor médio 180 mg/dl, elevado, pois o normal é <110 mg/dl. Dos participantes, somente 9 já tiveram os pés examinados por um profissional de saúde e 11 já receberam orientação acerca dos cuidados com os pés. Sobre a fraqueza muscular em membros inferiores e a presença de "pontadas", "agulhadas", "formigamentos", "dormência", câimbra nos pés ou membros inferiores ou mesmo incômodo ao toque do lençol, a maioria referiu apresentar esses sintomas (64%).

CONCLUSÕES: A neuropatia diabética é uma complicação prevenível, justificando seu rastreamento.  A assistência prestada a estes pacientes deve ser reforçada para evitar o progresso da doença e para que não seja necessária a amputação de membros, principal consequência da neuropatia diabética em membros inferiores. Todos os diabéticos devem ser orientados para os cuidados com a saúde (atenção especial aos pés) e alertados para os fatores de risco da doença para prevenir novos casos e impedir agravamento dos já diagnosticados. Destaca-se a relevância dos cuidados de enfermagem relacionados à orientação do autocuidado e a necessidade de avaliação periódica dos pés por profissionais de saúde.

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Palavras-chaves: Diabetes Mellitus; Complicações; Avaliação; Neuropatia diabética.