INTRODUÇÃO: A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma doença crônica multifatorial, cujo tratamento exige que o paciente realize a prática do autocuidado para o controle da pressão arterial, visando à prevenção de complicações e a promoção da saúde (VI DIRETRIZES, 2010, LOPES et al., 2008).
OBJETIVOS: Verificar os fatores condicionantes que interferem nos comportamentos de autocuidado dos pacientes com HAS, considerando as características sociodemográficas e clínicas; Identificar as demandas de autocuidado dos pacientes com hipertensão arterial na atenção primária de saúde.
METODOLOGIA: Trata-se de um estudo descritivo, transversal, quantitativo, realizado com 92 pessoas com HAS em uma Unidade Básica de Saúde, localizada em Fortaleza-Ceará. A coleta de dados ocorreu no período de março a junho de 2013, por meio de uma entrevista, utilizando um formulário semiestruturado. Os dados foram compilados no Microsoft Excel Starter 2010 e analisados por meio da estatística descritiva. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Federal do Ceará, sob protocolo COMEPE nº 242.365.
RESULTADOS: Quanto aos fatores condicionantes relacionados às características sociodemográficas evidenciou-se predomínio do sexo feminino (71,7%), idade > 60 anos (64,1%), não branca (72,8%), ensino fundamental (54,3%), aposentado ou pensionista (56,5%) e renda familiar < um salário mínimo (55,4%). No que concerne aos fatores condicionantes ligados às características clínicas houve predomínio de pacientes com história familiar de doenças cardiovasculares (59,8%), com dislipidemias (70,7%), IMC sobrepeso ou obesidade grau I (67,4%) e apresentando outras morbidades (92,4%), sendo a diabetes mellitus a mais citada. Quanto às demandas de autocuidado, foram identificados: alimentação inadequada (54,3%), consumo de temperos artificiais (50%), sedentarismo (67,4%), não possuíam atividades de lazer (58,7%), estresse autorreferido (60,9%), sono interrompido (62%), conhecimento limitado acerca da doença (71,7%) e não participavam de atividades educativas (75%).
CONCLUSÃO: Foi possível identificar os fatores condicionantes e as demandas de autocuidado do paciente com HAS, possibilitando ao enfermeiro conhecer o déficit de autocuidado apresentada pelo paciente com HAS para estabelecer estratégias educativas, visando sensibilizá-los quanto à necessidade de praticar o autocuidado para obter resultados efetivos na sua saúde.
REFERÊNCIAS: VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão. Arq Bras Cardiol., São Paulo, v. 95, n. 1, supl.1, p.: 1-51, 2010.
LOPES, M.C.L.; CARREIRA, L.; MARCON, S.S.; SOUZA, A.C.; WAIDMAN, A.P. O autocuidado em indivíduos com hipertensão arterial: um estudo bibliográfico. Revista Eletrônica de Enferm., v. 10, n. 1, p.: 198-211, 2008.