Introdução: Ao longo dos anos, mesmo com os avanços tecnológicos dos serviços e dos cuidados em saúde, as Úlceras por Pressão (UP) constituem um importante problema para os profissionais da área, instituições, familiares e principalmente para o paciente (ARAÚJO, 2011), as quais são definidas como úlceras de decúbito, lesão ou solução de continuidade na pele e estruturas subjacentes, geralmente sobre uma proeminência óssea, ocasionado por pressão contínua, fricção, cisalhamento ou combinação destes (NPUAP, 2014). Vários fatores podem predispor o indivíduo à formação das úlceras por pressão como a alteração do rubor e elasticidade, a umidade e a textura da pele; proeminência óssea evidenciada, idade acima de 60 anos, alteração da temperatura corporal, mobilidade física prejudicada total ou parcialmente; cisalhamento, fricção, restrição total ou parcial de movimento, mobilização inadequada, tipo de colchão utilizado, condições da roupa de cama e higiene corporal inadequado (ROGENSKI e KURCGANT, 2012). Objetivo: Descrever o caso clínico de um paciente crítico com de úlcera por pressão internado em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Metodologia: Estudo de caso clínico com abordagem qualitativa realizado durante o mês de março de 2014 em uma UTI clínica de um Hospital Universitário em Fortaleza-CE. A escolha do sujeito em estudo foi estabelecido a partir do maior grau de dependência do cuidado de enfermagem estabelecido pela escala de Classificação de Risco de Fugulin. A coleta de dados foi realizada por um diário de campo bem como por consulta ao prontuário, instrumento de procedimentos invasivos e instrumento de evolução do curativo. A UP foi medida de três em três dias com régua descartável, durante o banho. Os dados obtidos foram analisados de forma descritiva, sendo discutidos de acordo com a literatura nacional e internacional. Esse estudo respeitou a Resolução 466/12 da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP), sendo aprovado sob CEP 098.09.11. Resultados: MPS, 85 anos, sexo masculino, branco, casado, procedente de Fortaleza, encontra-se no 20º dia de internação na unidade de terapia intensiva, diagnosticado, inicialmente, apenas com Pneumonia Adquirida na Comunidade (PAC) e posteriormente evoluindo com Insuficiência Respiratória Aguda (IRpA) e Infarto Agudo do Miocárdio (IAM). Apresenta como co-morbidades Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), Insuficiência Cardíaca Congestiva (ICC) e obesidade. Desorientado, agitado, reativo com os olhos e membros superiores à estímulos verbais e táteis, afásico. Apresenta escore de Braden igual a nove. Hidratado, hipocorado com boa perfusão capilar. Traqueostomizado com suporte ventilatório apresentando padrão respiratório confortável e SatO2: 98%. Nutrição por SNE 100 ml de 3/3hrs com boa aceitação. Diurese reduzida por cistostomia e eliminações intestinais de característica pastosa e coloração amarela presentes duas vezes ao dia. Concilia sono e repouso. Mantém cateter venoso central em jugular direita para hidratação venosa, 10ml/hr e antibiótico: Tazocim 4,5ml de 8/8hrs. Em uso de noradrenalina 64mg/ml, 5ml/hr, uma droga vasoativa que um de seus efeitos é a vasoconstrição periférica, o qual diminui o aporte de O2 oferecido aos tecidos periféricos. MPS tem uma úlcera sacral, categoria III segundo o National Pressure Ulcer Advisory Panel (NPUAP, 2014) a qual tem perda de tecido de profundidade desconhecida, que é totalmente obscurecida pelo tecido necrótico no leito da ferida e bordas com tecido de granulação. A troca de curativo foi realizada diariamente com pomada de kollagenase no centro da úlcera, ácido graxo essencial (AGE) nas bordas e cobertura secundária feita com gaze e fita microporosa. A UP foi medida oito vezes, na primeira e segunda foram encontrados valores de comprimento versus largura igual a 10 x 12cm, na terceira a quinta medida valores de 10,5 x 14,5cm e da sexta a oitava valores de 12 x 17cm. Sempre com moderada quantidade de exsudato e placa necrótica no centro da lesão. A partir do diagnóstico Integridade da pele prejudicada, os principais cuidados de enfermagem segundo a SAE foram realizar mudança de decúbito e realizar troca de curativo, anotando a característica da lesão. Conclusão: Conclui-se que, apesar de todos os cuidados de enfermagem como mudança de decúbito, troca de curativos utilizando coberturas biológicas, minimização das forças de fricção e cisalhamento no banho, entre outros não fez com que a UP regredisse seu tamanho. Porém, sabemos que a melhora da UP não depende apenas dos cuidados de enfermagem, mas também de fatores extrínsecos e intrínsecos do paciente. Referências: 1- ARAÚJO, T.M; ARAÚJO, M.F.M; CAETANO, J.Á. Comparação de escalas de risco para úlceras por pressão em pacientes em estado crítico. Maranhão, Rev. Acta Paul Enfermagem, 24(5): 695-700, 20011. 2- NATIONAL PRESSURE ULCER ADIVISORY PANEL. NPUAP: pressure ulcer stages/categories. http://www.npuap.org Acessado em 15/04/2014.