INTRODUÇÃO: Os pacientes com prótese cardíaca valvar mecânica exigem acompanhamento regular da equipe de saúde durante a vida, com vistas a praticar o autocuidado para recuperação e promoção da sua saúde. Para tanto, é necessário que sejam implementadas as orientações dos cuidados para esta população, tornando o paciente um ser participativo no processo do cuidar, praticando o autocuidado (TARASOUTCHI et al., 2011).
OBJETIVO: identificar as demandas de autocuidado do paciente com prótese valvar mecânica.
METODOLOGIA: Trata-se de um estudo descritivo e de natureza quantitativa. Realizado em dois hospitais públicos terciários, situados em Fortaleza-Ce, os quais possuem ambulatórios de anticoagulação que acompanham pacientes com prótese cardíaca valvar mecânica. A amostra foi composta por 127 pacientes que atenderam aos critérios de inclusão e exclusão estabelecidos. Os dados foram coletados por meio de uma entrevista individualizada, utilizando um formulário com dados sociodemográficos e dados relacionados ao autocuidado que contemplaram os requisitos de autocuidado universais, desenvolvimentais e desvios de saúde de acordo com a Teoria de Autocuidado de Orem (1995). O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Federal do Ceará (No 422.098).
RESULTADOS: As demandas de autocuidado identificadas no requisito de autocuidado universal foram: higiene corporal (unhas grandes ou sujas - 43,6%, depilação com aparelho manual - 77,2%), higiene oral (uso de palito de dentes - 71,7%; não visita regularmente o dentista - 65,4%); ingestão de alimentos (consumo desregular de alimentos que contem vitamina k - 33,1%; não fraciona refeições ao longo do dia - 36,3%); prática de exercício físico (faz exercício físico menos de 30 min - 65,4%; faz exercício físico menos de 5 vezes por semana - 70,9%,). Como demanda de autocuidado no requisito de desvio de saúde, obteve-se: controle do INR (não realiza controle laboratorial do INR - 55,2%), comparecimento às consultas com a equipe de saúde (não comparece sistematicamente à consulta com especialistas - 45,7%); conhecimento (não busca informações acerca da doença e tratamento - 42,6%, não busca informações acerca das complicações do uso crônico de anticoagulante - 44,1%).
CONCLUSÃO: conclui-se que os pacientes com prótese valvar mecânica possui diversas demandas de autocuidado. É necessário que os enfermeiros e demais profissionais dos ambulatórios de valvopatias e anticoagulação estabeleçam um plano de cuidados conforme as necessidades individuais e específicas de cada um, a fim de corrigir as deficiências existentes e motivar e orientar os indivíduos a realizarem o autocuidado e evitar complicações.
REFERÊNCIAS: TARASOUTCHI, F. et al. Diretriz Brasileira de Valvopatias - SBC 2011/ I Diretriz Interamericana de Valvopatias - SIAC 2011. Arq. Bras. Cardiol., São Paulo , v. 97, n. 5, supl. 1, p.: 1-67, 2011.
OREM, D.E. Nursing: concepts of practice. 5th ed. St Louis: Mosby, 1995.