AVALIAÇÃO DO RISCO PARA ÚLCERA POR PRESSÃO DE ACORDO COM A ESCALA DE BRADEN

SAMARA NAIANE DE SOUZA NASCIMENTO

Co-autores: SAMARA NAIANE DE SOUZA NASCIMENTO, FRANCISCA ERIKA DE LIMA, LUANA NUNES CALDINI, LIVIA MOREIRA BARROS e JOSELANY ÁFIO CAETANO
Tipo de Apresentação: Pôster

Resumo

AVALIAÇÃO DO RISCO PARA ÚLCERA POR PRESSÃO DE ACORDO COM A ESCALA DE BRADEN

Samara Naiane de Souza Nascimento[1];

Francisca Erika de Lima[2];

Luana Nunes Caldini[3];

Livia Moreira Barros[4];

Joselany Áfio Caetano[5]


Introdução: Durante o período de hospitalização em Unidades de Terapia Intensiva, pacientes com quadro clínico grave requerem medidas de suporte à vida que prejudicam um dos mais importantes mecanismos de manutenção da integridade da pele que é a mobilização no leito, como por exemplo, sedação contínua e drogas vasoativas, assim como diversos tipos de dispositivos como cateteres, sondas, drenos e imobilizadores (SERPA et al 2011). Para avaliar os riscos aos quais esses pacientes estão submetidos, Braden e Bergstrom desenvolveram a escala de Braden em 1987, a qual adaptada e validada para o Brasil em 1999. Ela consiste de seis subescalas: percepção sensorial, umidade, atividade, mobilidade, nutrição e fricção e cisalhamento. O escore total pode variar de 6 a 23 pontos, sendo os pacientes classificados da seguinte forma: risco muito alto (escores iguais ou menores a 9), risco alto (escores de 10 a 12 pontos), risco moderado (escores de 13 a 14 pontos), baixo risco (escores de 15 a 18 pontos) e sem risco (escores de 19 a 23 pontos) (BAVARESCO et al, 2011; SERPA et al 2011). Sendo assim, considera-se fundamental o uso dessas escalas pelo enfermeiro, devendo o mesmo estar capacitado para avaliar e classificar o risco aos quais os pacientes que estão sendo assistidos estão expostos, uma vez que a prevenção de UP não apenas favorece o paciente, o qual sofre mais injúrias, mas também favorece a equipe quanto à otimização do cuidado, o trabalho dispensado ao paciente e ao hospital, o qual reduz os custos dispensados a curativos e outros insumos necessários ao tratamento de úlceras bem como reduz o período de hospitalização.                            Objetivo: Avaliar o risco de desenvolvimento de úlceras por pressão de acordo com a escala de Braden em pacientes críticos internados na UTI de um hospital de referência em Fortaleza-CE.                                                          Metodologia: Trata-se de um estudo longitudinal com abordagem quantitativa desenvolvido em um hospital universitário de grande porte do município de Fortaleza/CE no período de setembro a dezembro de 2012. Essa UTI é destinada apenas à pacientes adultos de várias especialidades médicas, tendo apenas seis leitos e conta com uma equipe de enfermagem composta por 2 enfermeiros e 3 técnicos/auxiliar de enfermagem por plantão. A amostra foi composta por todos pacientes internados na UTI durante o período de coleta de dados os quais obedeceram aos seguintes critérios de inclusão: não apresentar UP no momento da admissão; apresentar escore na escala de Braden menor ou igual a 16 e tempo mínimo de internação de 48hrs. A coleta foi realizada através de um formulário estruturado que continha dados de identificação e dados relativos à escala de Braden. Os dados coletados foram tabulados e analisados na planilha do Microsoft Excel. O presente estudo foi realizado conforme a Resolução 466/12 da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP), sob o CEP: 098.09.11.                                                                  Resultados: A amostra foi composta por 63 pacientes, de ambos os sexos, com média de idade de 59,9 anos. Na avaliação do risco durante a admissão observamos escore mínimo de 7 e máximo de 16, constatamos um predomínio de pacientes com risco elevado 54% (34). Quanto aos parâmetros da escala de Braden, no item Atividade todos pontuaram um escore, pois todos os pacientes estavam acamados por causa do uso de sedativos ou sequelas neurológicas. No item Percepção Sensorial o escore predominante foi o um - Completamente limitado, com 34,9% (22), devido o uso de sedativos ou sequelas neurológicas. Observamos também que pelos mesmos motivos, em relação à Mobilidade a maioria estava completamente imobilizado 42,9% (27), pontuando um neste item. No item, Fricção e Cisalhamento, a maioria, 60,3% (38) apresentou escore um - Problema, pois como a maioria estava completamente imobilizada, era mais difícil evitar os eventos adversos causados por essas forças mecânicas. No item Umidade o escore dois - Muito úmido foi o mais frequente com 82,5% (52), pois apresentavam episódios de diarreia ou diurese em fraldas. No item Nutrição, a maioria obteve pontuação um - Muito pobre, com 52,4% (33), onde foi observado paciente em dieta zero, por via parenteral ou enteral e que não aceitavam a dieta oral completa.              Conclusão: Observou-se que a maioria dos pacientes possuía elevado risco para UP (34), e que a utilização da escala de Braden para predizer o risco de desenvolver UP é útil, pois permite uma avaliação sistemática do paciente, permitindo a elaboração de planos de cuidados efetivos para a prevenção de UP, melhorando a prática da assistência de enfermagem.                                                                                                                         Referências: 1- BAVARESCO, T; MEDEIROS, R.H; LUCENA, A.F. Implantação da escala de Braden em uma unidade de terapia intensiva de um hospital universitário. Rev. Gaúcha Enfermagem, 32(4):703-10. Porto Alegre (RS), dezembro, 2011.                                                 2- SERPA, L.F; SANTOS, V.L.C.G; CAMPANILI, T.C.G.F; QUEIROZ, M. Validade preditiva da Escala de Braden para o risco de desenvolvimento de úlcera por pressão em pacientes críticos. Rev. Latino-Am Enfermagem, 19(1): [8 telas], jan-fev, 2011.

 

[1] Acadêmica de enfermagem da universidade Federal do Ceara;

[2] Acadêmica de Enfermagem UFC, bolsista do projeto de extensão Segurança do Paciente no Contexto Hospitalar;

[3] Residente em enfermagem no Instituto do Câncer em Fortaleza-Ce;

[4] Mestranda em Enfermagem UFC;

[5] Orientadora, Professora Doutora em Enfermagem UFC.