INTRODUÇÃO
Os enfermeiros, na busca de consolidar sua profissão como ciência, vêm dedicando especial atenção à pesquisa, por ser um instrumento que contribui positivamente para o crescimento da enfermagem e, consequentemente, para a formação profissional dos enfermeiros, no conjunto ou individualmente, ampliando a visão dos fatos e possibilitando a atualização de seus conhecimentos para um maior domínio das tecnologias em saúde e melhoria na qualidade da assistência prestada, visando maior segurança ao paciente. A pesquisa vem contribuir na aplicação do Processo de Enfermagem (PE). Desde a década de 70, a literatura internacional de enfermagem vem mostrando diversos modelos de utilização dos resultados de pesquisa na prática. Nos últimos anos, tanto em eventos científicos, quanto na literatura internacional, educadores, pesquisadores e enfermeiros assistenciais vêm dando muita atenção à prática baseada em evidências (PBE) que surgiu primeiramente aplicada à medicina, mas logo se disseminou para todas as áreas da saúde (CALIRI; MARZIALE, 2000).
OBJETIVO
Diante do que foi exposto, este estudo tem como objetivo: caracterizar a produção científica associada ao processo de enfermagem como forma de construir uma prática clínica em saúde baseada em evidências.
METODOLOGIA
Trata-se de uma revisão integrativa da literatura que utilizou os descritores não controlados "consulta", "processo de enfermagem", "pesquisa" e a tradução das palavras agrupadas em inglês e espanhol nas seguintes bases de dados: LILACS, PUBMED, CINAHL e COCHRANE. A busca aconteceu no período de dezembro de 2012 a fevereiro de 2013 sendo selecionados 31 artigos que atenderam aos critérios de inclusão: artigos disponíveis na íntegra; idiomas português, inglês ou espanhol; artigos que abordassem o processo ou consulta de enfermagem. A quantificação dos dados foi utilizado o Software Excel 2007. Para a análise dos aspectos metodológicos da produção científica foram considerados: tipo do estudo, delineamento e natureza; local de desenvolvimento; ambiente da consulta; sujeitos do estudo; ano de desenvolvimento dos estudos e tema central.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
No que concerne ao tipo de estudo verificou-se que houve um predomínio de estudos do tipo descritivo e descritivo-exploratórios cada um com 58,1% e 22,5% dos artigos, respectivamente. Em relação à natureza dos estudos houve uma porcentagem alta de estudos qualitativos (74,2%). O local de desenvolvimento dos estudos brasileiros é notável um maior impacto da região sudeste com 48,4% dos estudos, logo em seguida vem a região Nordeste, com 22,5%. No que diz respeito ao ambiente de realização da coleta de dados, verificou-se estudos desenvolvidos nos três níveis de atenção, ficando a unidade básica de saúde com 38,6%, os ambulatórios com 19,4% e os hospitais com 25,8% dos estudos analisados. Quanto aos sujeitos de estudo, dentre os estudos realizados, houve 20 estudos desenvolvidos com adultos, um com crianças, um com adolescentes e um com idosos. E dez estudos foram desenvolvidos com profissionais de enfermagem e um estudo com acadêmicos de enfermagem. Em relação ao ano de desenvolvimento dos estudos percebe-se que de 1995 a 2000 apenas 12,9% dos estudos foram produzidos. Já entre os anos de 2006 e 2010 houve um aumento substancial, sendo produzidos 51,6% dos estudos. Grande parte das pesquisas aborda o Processo de Enfermagem como um todo, o equivalente a 46%, logo em seguida enfocam mais somente os diagnósticos e depois as intervenções.
CONCLUSÃO
A pesquisa no trabalho dos profissionais de saúde, não só do enfermeiro, deve ser um elemento a permear toda a política de atenção à saúde visando a melhoria da qualidade da assistência e segurança do paciente.