Vanelly de Almeida Rocha 1
Jamille Pinheiro Cunha 2
Cíntia Lira Borges 3
Acácia Maria Figueredo Torres de Melo Moura 4
Maria Célia de Freitas 5
INTRODUÇÃO: O Processo de enfermagem (PE) é um meio sistematizado de oferecer cuidados humanizados objetivando resultados satisfatórios. O PE segue cinco passos, que ocorrem de forma inter-relacionada: investigação, diagnóstico, planejamento, implementação e avaliação. Uma fase crucial do PE é o diagnóstico de enfermagem na qual se estabelecem as características definidoras e os fatores de risco relacionados para determinado problema identificado no indivíduo, considerando suas peculiaridades e individualidade para, a partir disso, traçar um plano terapêutico de cuidado. Durante a velhice, inúmeras são as alterações fisiológicas que possibilitam riscos para a segurança do paciente. Por isso, a importância de identificar precocemente diagnósticos de enfermagem, principalmente, os de risco, para elaboração de ações interventivas a fim de promover segurança e melhoria da qualidade da assistência.
OBJETIVO: Estabelecer os principais diagnósticos de enfermagem de idosos institucionalizados com vista na promoção de sua segurança.
METODOLOGIA: Estudo descritivo e transversal, realizado com 21 idosos residentes em uma Instituição de Longa Permanência da cidade de Fortaleza (CE). A coleta de dados ocorreu em abril de 2013. A entrevista foi realizada por meio de um instrumento contendo histórico e exame físico do idoso. O estudo foi submetido à Plataforma Brasil e ao Comitê de Ética da Universidade Federal do Ceará, CAAE: 14189913.8.0000.5054.
RESULTADOS: Os diagnósticos de enfermagem mais presentes foram: risco de quedas, 14 (66,6%), dentição prejudicada, 10 (47,6%), constipação, 09 (42,8%), incontinência urinária, 08 (38%), e deambulação prejudicada, 06 (28,5%). O risco de quedas esteve associado a diversos fatores, dentre eles a polifarmácia, a qual é muito comum entre idosos institucionalizados (LUCCHETTI et al., 2010) e facilita a ocorrência de interações medicamentosas, reações adversas e a deambulação prejudicada do idoso. Além disso, o uso exacerbado pode causar diminuição da alerta e da função psicomotora, fraqueza muscular, tontura, arritmia e hipotensão postural (LOJUDICE et al., 2010). A dentição prejudicada esteve associada ao déficit da higiene bucal, ao processo fisiológico inerente do envelhecimento e à condição de vida precária pregressa dos residentes. A constipação, que além de se relacionar com a diminuição da motilidade gastrointestinal, alteração fisiológica da velhice, esteve associada ao uso de alguns medicamentos, como o carbonato de cálcio, os antidepressivos e diuréticos. A incontinência urinária justificou-se, sobretudo, pelo uso de diuréticos, pela impactação fecal e enfraquecimento das estruturas de suporte pélvico. Sobre a deambulação prejudicada, a principal causa foram os episódios anteriores de quedas. Destaca-se que a ocorrência de quedas é um fator predisponente ao aparecimento de vários outros diagnósticos.
CONCLUSÃO: Os dados da pesquisa evidenciaram o quanto os idosos institucionalizados estão expostos a problemas que comprometem sua segurança, autonomia, independência e qualidade de vida. Sendo assim, é fundamental que o PE seja efetivamente aplicado no cuidado prestado a esta população como subsídio para tomadas de decisão e intervenções de gestão, possibilitando a promoção da segurança e assistência qualificada, minimizando os riscos e alterando o quadro de eventos indesejáveis.
REFERÊNCIAS:
LOJUDICE, D. C. et al. QUEDAS DE IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS: ocorrência e fatores associados. Rev. Bras. Geriatr. Gerontol., Rio de Janeiro, v.13, n.3, 2010.
LUCCHETTI, G.; LAMAS GRANERO, A.; LUCIANO PIRES, S.; LUIZ GORZONI, M.. Fatores associados à polifarmácia em idosos institucionalizados. Rev. Bras. Geriatr. Gerontol., Rio de Janeiro, v. 13, n. 1, 2010.