ATRIBUIÇÕES DE ENFERMAGEM NA ATENÇÃO À SAÚDE DO IDOSO
Edmara Teixeira Oliveira[1]
Maria Lígia Silva Nunes Cavalcante2
Cíntia Lira Borges3
Maria Josefina da Silva4
Isadora Barbosa Cavalcante5
INTRODUÇÃO: O Brasil é um país que envelhece de forma acelerada, porém não está preparado para atender a crescente demanda de idosos e encontra dificuldades em todos os níveis de atenção. Diante disso, a Estratégia de Saúde da Família (ESF) surge como uma alternativa de atenção integral à saúde do idoso, pois possibilita a proximidade do profissional com a comunidade1. A enfermagem dentro do contexto da ESF deve compreender as necessidades do idoso, optando por uma postura sensível e interativa de forma a conduzir ao bem-estar e à saúde do indivíduo 2, com atribuições e habilidades específicas de atuação. OBJETIVO: Descrever as atribuições de enfermagem relacionadas ao cuidado da pessoa idosa no contexto da Estratégia de Saúde da Família, conforme preconiza as diretrizes das políticas relativas a este grupo etário. METODOLOGIA: Trata-se de uma pesquisa descritiva, transversal, com abordagem quantitativa, realizada entre novembro de 2013 a março de 2014, em Unidades de Atenção Primária à Saúde do município de Fortaleza. A população foi constituída por 122 enfermeiros que atuam nas equipes de saúde da família das Secretarias Regionais de Saúde I, III e V. Os dados foram coletados por meio de dois instrumentos autoaplicáveis, contendo os dados sociodemográficos e as atribuições gerais dos enfermeiros na promoção da saúde do idoso, conforme preconiza o Ministério da Saúde (2010), e Silvestre e Costa Neto (2003) acrescenta 3-4. O segundo instrumento era composto por respostas sobre a frequência em que eram realizadas as ações. Foram respeitados os aspectos éticos estabelecidos na resolução n° 466/2012, mediante parecer 518.716 do COMEPE UFC. RESULTADOS: O perfil dos enfermeiros da pesquisa se caracterizou por indivíduos do sexo feminino (91,8%), com média de idade de 39 anos (± 6,7), especialistas em Saúde da Família (65,6%), com tempo de trabalho médio de 12 anos na atenção básica e de 10 anos junto ao idoso. Quanto às ações de saúde realizadas, 51% afirmou realizar visita domiciliar ao idoso acamado e 56,6% ao idoso dependente na frequência: nunca, ocasionalmente e frequentemente. Acerca da coordenação e organização de grupos de educação em saúde, 73,8% nunca, ocasionalmente e frequentemente organiza. Quanto à promoção de ações intersetoriais e o estabelecimento de outras parcerias, 59% dos enfermeiros nunca, ocasionalmente e frequentemente formavam parcerias. É escassa a formação de grupos de educação em saúde e parcerias em prol da saúde do idoso. Os entrevistados observaram a falta de interesse de gestores em investir e priorizar programas destinados à saúde do idoso, e dos enfermeiros, como coordenadores da gestão de cuidados prestados, a ausência de iniciativas, motivação e capacitação para mudança postural paradigmática de atendimento com enfoque no idoso5. Além disso, foi declarado que a situação no último ano se agravou em Fortaleza, uma vez que a gestão municipal prioriza o atendimento por livre demanda, em detrimento do atendimento pelos programas da ESF. Ademais, as visitas domiciliares, também, são reduzidas, tanto pela falta de tempo quanto pela falta de recursos físicos e materiais, como automóveis e segurança durante as visitas. Destaca-se que o idoso dependente e acamado tem acesso limitado a rede de saúde e deveria ser priorizado pela equipe multidisciplinar. CONCLUSÃO: Torna-se imperativo otimizar a operacionalização das políticas públicas voltadas para o idoso no sentido de capacitar profissionalmente o enfermeiro e ampliar os recursos necessários para melhorar as ações de cuidado à pessoa idosa. REFERÊNCIAS: 1) OLIVEIRA, J. C. A.; TAVARES, D. M. S. Atenção ao idoso na estratégia de Saúde da Família: atuação do enfermeiro. Revista da Escola de Enfermagem da USP, São Paulo, v. 44, n. 3, p. 774-781, Sep. 2010; 2) LIMA, C. A.; TOCANTINS, F. R. Necessidades de saúde do idoso: perspectivas para a enfermagem. Revista Brasileira de Enfermagem, Brasília, v. 62, n.3, p. 367-373, Jun. 2009; 3) BRASIL. Ministério da Saúde. Envelhecimento e saúde da pessoa idosa. Brasília, 2010; 4) SILVESTRE, J. A.; COSTA NETO, M. M. Abordagem do idoso em programas de saúde da família. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 19, n. 3, p. 839-847, Jun. 2003; 5) Schier J. Tecnologia de educação em saúde: O grupo aqui e agora. Porto Alegre: Sulina; 2004.
TEMA CENTRAL: Fundamentos e Práticas do Cuidado Clínico de Enfermagem e Saúde
EIXO: Cuidado clínico de enfermagem ao idoso;
[1] Mestranda em enfermagem. Universidade Federal do Ceará. Fortaleza-CE. Brasil. E-mail: edmaratoliveira@yahoo.com.br
2 Acadêmica do 9º semestre da Universidade Federal do Ceará - UFC. Bolsista CNPq. Membro do Grupo de Projeto de Pesquisa Práticas Cuidativas ao ser idoso nos contextos da atenção básica e institucional. Fortaleza, CE, Brasil. E-mail: mls__@hotmail.com
3 Enfermeira. Mestre em Cuidados Clínicos em Enfermagem e Saúde plea Universidade Estadual do Ceará. Enfermeira Assistencial da Instituição Lar Torres de Melo. Membro do Grupo de Pesquisa Educação, Saúde e Sociedade (GRUPESS) na Linha de Pesquisa Cuidados Clínicos ao Idoso e Práticas Educativas. Fortaleza, CE, Brasil. E-mail: cintialiraborges@yahoo.com.br
4 Doutora em Enfermagem. Professora Associada do Departamento de Enfermagem da Universidade Federal do Ceará. Fortaleza-CE. Brasil.
5 Acadêmica do 9º semestre da Universidade Federal do Ceará - UFC. Bolsista CNPq. Membro do Grupo de Projeto de Pesquisa Práticas Cuidativas ao ser idoso nos contextos da atenção básica e institucional. Fortaleza, CE, Brasil.