INTRODUÇÃO: O cuidado com a saúde do idoso é um desafio enfrentado em âmbito mundial. Para atender a todas as demandas e necessidades dessa população, que está em ascensão, é necessário um trabalho interdisciplinar entre os profissionais de saúde, bem como a disponibilidade das autoridades para investir nos trabalhos direcionados ao idosos. Um dos desafios se refere ao hábito de vida saudável que deve ter início desde enquanto criança, uma vez que na velhice, o aumento da massa de gordura, o acúmulo da gordura centrípeta, a redução da estatura e do peso corpóreo podem afetar os parâmetros das avaliações antropométricas e a classificação nutricional dos idosos (CERVI et, al 2005). Existem inúmeras ferramentas de avaliação nutricional nos idosos, uma delas é o índice de massa corporal (IMC) que combina medidas de peso e altura, e é o parâmetro mais usado para rastreamento de alterações do estado nutricional entre adultos e idosos. A identificação das condições nutricionais é importante para promover ações direcionadas às necessidades da população idosa, visando o envelhecimento saudável e com qualidade de vida.
OBJETIVO: Identificar o perfil e o Índice de Massa Corporal de idosos residentes de uma instituição da cidade de Fortaleza, Ceará, Brasil.
METODOLOGIA: Trata-se de um estudo descritivo, transversal, com abordagem quantitativa, no período de abril a maio de 2013, com 38 idosos, desenvolvido em uma Instituição de Longa Permanência para Idosos, na cidade de Fortaleza-CE. Para coleta de dados utilizou-se um formulário sociodemográfico e das condições de saúde dos idosos. Os valores do IMC foram estabelecidos conforme preconiza o Ministério da Saúde (2010), a saber: IMC ≤ 22 baixo peso, IMC entre 22 e 27 adequado ou eutrófico e IMC ≥ 27 sobrepeso. A pesquisa foi aprovada no Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Ceará, parecer: 255.563.
RESULTADOS: Observou-se que a média de idade foi de 73,6 anos (±7,7), sendo 57,9% do sexo feminino e 42,1% do sexo masculino. Todos os idosos apresentavam comorbidades, como Hipertensão (71,1%), Dislipidemia (38,8%), Diabetes (26,3%), ou consumiam algum tipo de medicamento, como anti-hipertensivos (71,1%), estatinas (57,9%). Os motivos principais institucionalização foram doença (42,1%) e vontade própria (31,5%). Acerca do diagnóstico nutricional 13,2% estavam na faixa do baixo peso, 42,1% eram eutróficos e 44,7% possuíam sobrepeso. Dos idosos com sobrepeso, 64,7% possuíam idade entre 60 a 75 anos e 58,8% eram mulheres. No idoso é comum que as alterações antropométricas estejam relacionadas com o ganho de peso nas primeiras décadas de velhice e perda de peso nas últimas décadas. Dos 50 aos 65 anos o sobrepeso prevalece e está diretamente ligado às doenças cardiovasculares e diabetes, deficiências e incapacidades, e dos 80 anos em diante a magreza e a perda de massa preocupam mais, estando associadas ao risco aumentado de mortalidade por câncer, doenças respiratórias e infecciosas (MATSUDO et al., 2000; CERV et al,2005) e, está mais presente em idosos frágeis.
CONCLUSÃO: A obesidade e a desnutrição constituem problemas de saúde pública e são marcadores da síndrome da fragilidade. Por isso a prevenção de doenças, o controle do peso, a prática de atividade física e os hábitos alimentares saudáveis são ações em saúde de grande importância para manutenção de uma vida saudável. A enfermagem tem papel primordial no trabalho junto com a equipe multiprofissional no seguimento de saúde do idoso, principalmente, do institucionalizado, observando as necessidades do indivíduo e intervindo precocemente para modos de vida saudáveis.
REFERÊNCIAS: 1) CERVI, A.; FRANCESCHINI, S. C. C.; PRIORE, S. E. Análise crítica do uso do índice de massa corporal para idosos. Rev. Nutr., Campinas, v.18, n. 6, Nov./Dec. 2005; 2) BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção a Saúde. Envelhecimento e saúde da pessoa idosa. Brasília, 2010. 192 p.; 3) MATSUDO, S. M.; MATSUDO, V. K. R.; NETO, T. L. B. Impacto do envelhecimento nas variáveis antropométricas, neuromotoras e metabólicas da aptidão física. Rev. Bras. Ciên. e Mov. Brasília, v.8 n. 4, set. 2000.