INTRODUÇÃO
O Agente Comunitário de Saúde (ACS), como membro da equipe de saúde da família, representa um elo entre a população e os demais profissionais da equipe, realizando atividades de vigilância à saúde. O desenvolvimento de ações de prevenção do câncer de colo de útero e o monitoramento de grupos específicos configuram-se em atribuições do ACS. Em razão disso, torna-se relevante a investigação do conhecimento dos ACS a respeito do exame preventivo do câncer de colo de útero, intencionando contribuir para a construção de ações voltadas para a qualificação profissional.
OBJETIVO
Verificar o conhecimento das Agentes Comunitárias de Saúde a cerca do exame preventivo do câncer de colo de útero.
METODOLOGIA
Estudo do tipo transversal, realizado com 129 Agentes Comunitárias de Saúde do sexo feminino, que trabalhavam no município de Cascavel, Ceará. Os dados foram obtidos no mês de fevereiro de 2014, por meio da aplicação de um questionário composto por 46 questões referentes a características sociodemográficas e conhecimento acerca do exame preventivo do câncer do colo do útero. Os dados foram organizados e submetidos à análise estatística descritiva, utilizando o programa Statistical Package for the Social Sciences, versão 16.0. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética da Universidade de Fortaleza, com parecer nº 520.887.
RESULTADOS
Verificou-se o predomínio de profissionais na faixa etária de 30 a 39 anos (46/35,7%), casadas (54/41,9%), de religião católica (99/76,7%), pardas (92/71,3%), com ensino médio completo (67/51,9%) e que tinham tempo de trabalho de 10 a 20 anos (32/24,8%). A maioria das ACS participou de treinamentos sobre o tema (92/71,3%), sentia-se segura quanto ao fornecimento de orientações sobre a questão (108/83,7%) e classificou seu conhecimento sobre o exame como adequado (102/79,1%). Em relação ao conhecimento sobre o assunto, 86,8% (112) afirmaram que o exame preventivo é a principal estratégia de prevenção do câncer de colo de útero, 86,8% (112) relataram que o exame deve ser realizado por todas as mulheres que iniciaram a vida sexual, 68,2% (88) asseguraram que não é necessário ter queixas ginecológicas para fazer o exame e 79,8% (103) disseram que mulheres que tem Doença Sexualmente Transmissível devem fazer o exame com mais frequência. A maior parte das participantes relatou que gestantes (104/80,6%), mulheres na menopausa (105/81,4%) e mulheres que não tem mais vida sexual ativa (112/86,8%) necessitam fazer o exame. Das participantes, 79,8% (103) relataram que mulheres devem evitar ter relação sexual 48 horas antes da realização do exame, 79,1% (102) negaram que as mulheres só devem fazer o exame se tiverem filhos e 84,5% (109) afirmaram que mulheres com histórico de Vírus do Papiloma Humano são mais susceptíveis ao câncer de colo de útero.
CONCLUSÃO
As profissionais investigadas apresentaram conhecimento adequado sobre o exame preventivo do câncer de colo de útero. Esta constatação é positiva, visto que as ACS encontram-se aptas para a orientação da comunidade, visando à efetivação das estratégias de prevenção e detecção precoce desse problema de saúde pública.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Secretaria de Atenção à Saúde. Controle dos cânceres do colo do útero e da mama. Brasília: Ministério da Saúde, 2013.
GOMES, K. O. et al. A Práxis do Agente Comunitário de Saúde no Contexto do Programa Saúde da Família: reflexões estratégicas. Saúde Soc., v.18, n.4, p.744-755, 2009.
PUPIN, V. M.; C. C. L. Agentes Comunitários de Saúde e os sentidos de "ser agente". Estudos de Psicologia, v. 13, n. 2, p. 157-163, 2008.