PERFIL DO GRAU DE DEPENDÊNCIA ENTRE IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS

RAIZA KELLE DE ALMEIDA DE SOUZA

Co-autores: RAIZA KELLE DE ALMEIDA DE SOUZA, CÍNTIA LIRA BORGES , ACÁCIA MARIA FIGUEIREDO TORRES DE MELO MOURA, LUCÉLIA MALAQUIAS CORDEIRO e MARIA LÍGIA SILVA NUNES CAVALCANTE
Tipo de Apresentação: Pôster

Resumo

 

PERFIL DO GRAU DE DEPENDÊNCIA ENTRE IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS

Raiza Kelle de Almeida de Souza[1]

Cíntia Lira Borges [2]

Acácia Maria Figueiredo Torres de Melo Moura[3]

Lucélia Malaquias Cordeiro[4]

Maria Lígia Silva Nunes Cavalcante5

INTRODUÇÃO: A avaliação funcional, preconizada pela Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa, é fundamental e determina não só o comprometimento funcional da pessoa idosa, mas a necessidade de auxílio e intervenção (BRASIL, 2006). Em Instituições de Longa Permanência (ILP) avaliar a funcionalidade dos residentes é crucial para elaboração de estratégias de promoção da saúde e segurança do paciente. Uma das formas de avaliação é caracterizar o grau de dependência para a realização das atividades de vida diária (AVDS) a fim de identificar a capacidade de autocuidado e independência do idoso no ambiente. O enfermeiro deve ser capaz de avaliar a capacidade funcional e proceder com intervenções efetivas para manutenção da segurança, qualidade de vida e bem-estar do idoso.

OBJETIVO: Identificar o perfil e o grau de dependência de idosos institucionalizados.

METODOLOGIA: Trata-se de um estudo descritivo, transversal, com abordagem quantitativa, no período de abril a maio de 2013 com 38 idosos residentes em uma ILP, utilizando um questionário sociodemográfico e clínico, e a classificação do grau de dependência dos idosos, conforme a Resolução da Diretoria Colegiada 283/2005 da ANVISA (ANVISA, 2005). A RDC categoriza o idoso em grau de dependência I - idosos independentes, mesmo que requeiram uso de equipamentos de autoajuda; II - idosos com dependência em até três AVDS, sem comprometimento cognitivo ou com alteração cognitiva controlada; III - idosos com dependência que requeiram assistência em todas as AVDS e ou com comprometimento cognitivo. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Ceará, parecer: 255.563.

RESULTADOS: Observou-se que a média de idade foi de 73,6 anos (±7,7), sendo 57,9% do sexo feminino e 42,1% do sexo masculino. Todos os idosos apresentavam comorbidades, como Hipertensão (71,1%), Dislipidemia (38,8%), Diabetes (26,3%), ou consumiam algum tipo de medicamento, como anti-hipertensivos (71,1%), psicotrópicos (63,1%), estatinas (57,9%), antiagregantes (50%), diuréticos (28,9). Os motivos principais de institucionalização foram doença (42,1%) e vontade própria (31,5%). Acerca dos graus de dependência, 78,9% apresentavam grau I, 18,4% grau II e 2,6% grau III de dependência. Destaca-se que dos idosos pesquisados, a maioria deambulava (92,1%) e era independente para realização das AVDS, o que justifica o grau I de dependência ter sido majoritário. Nota-se que aproximadamente, metade das incapacidades apresentadas pelo idoso se desenvolve de forma crônica e progressiva, em associação com doenças, fragilidades (FABRICIO-WEHBE, 2008), polifarmácia e dependência para a prática das AVDS. A idade, também, é um fator que contribui para a perda da aptidão física, da força, da qualidade muscular, do equilíbrio, e para o aumento de quedas e hospitalizações.

CONCLUSÃO: A equipe multiprofissional, em especial o enfermeiro, deve procurar promover a qualidade de vida do idoso institucionalizado, atentando para preservar a autonomia e independência para tomadas de decisão do indivíduo, e permitir a integração social, priorizando sua cidadania e dignidade. É de extrema relevância conhecer o processo de envelhecimento, a partir de uma visão multidimensional, a fim de entender e avaliar as necessidades principais, e prevenir ou adiar o início da perda de capacidade funcional. Uma medida seria o estímulo à prática de AVDS, o controle rígido das doenças crônico-degenerativas, a avaliação geriátrica ampla e a amplificação da assistência e das opções de tratamento.

REFERÊNCIAS: 1) BRASIL. Portaria do Gabinete do Ministro de Estado da Saúde de no 2528, de 19 de outubro de 2006. Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa. Brasília: Diário Oficial da República. 2)  ANVISA. Resolução da Diretoria Colegiada. RDC nº 283, de 26 de setembro de 2005; 3) FABRICIO-WEHBE, S. C. C. Adaptação cultural e validação da Edmoton Frail Scale (EFS): escala de avaliação de fragilidade em idosos. Tese. Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2008.

 


[1]Graduanda em Enfermagem 9º semestre da Universidade de Fortaleza. Estagiária Remunerada da Instituição de Longa Permanência Lar Torres de Melo.

[2] Enfermeira da Instituição de Longa Permanência Lar Torres de Melo. Mestre em Cuidados Clínicos em Enfermagem e Saúde pela Universidade Estadual do Ceará. Membro da Linha de Pesquisa Cuidado Clínico ao Idoso e Prática Educativa, do Grupo de Pesquisa Enfermagem, Educação, Saúde e Sociedade (GRUPEESS).

[3] Enfermeira da Instituição de Longa Permanência Lar Torres de Melo e do Hospital Geral César Calls. Especialista em administração hospitalar e gerontologia social.

[4] Graduanda em Enfermagem pela Universidade de Fortaleza. Bolsista de Iniciação Científica - FUNCAP. Estagiária na Instituição de Longa Permanência Lar Torres de Melo.  Membro da Linha de Pesquisa Cuidado Clínico ao Idoso e Prática Educativa, do Grupo de Pesquisa Enfermagem, Educação, Saúde e Sociedade (GRUPEESS).

5 Acadêmica do 9º semestre da Universidade Federal do Ceará - UFC. Bolsista CNPq. Membro do Grupo de Projeto de Pesquisa Práticas Cuidativas ao ser idoso nos contextos da atenção básica e institucional.