INTRODUÇÃO
A identificação dos riscos e a utilização de estratégias para o seu gerenciamento são atividades que devem fazer parte da gerência do cuidado e permear ações planejadas e seguras para paciente e profissional. É necessário esclarecer e enfatizar a importância de se gerenciar o cuidado por meio da mudança na formação de saberes e fazeres de enfermeiros no cenário hospitalar, superando a dicotomia entre o cuidar e administrar (CHRISTOVAM; PORTO; OLIVEIRA, 2012). Nesse contexto, o gerenciamento de risco é uma ferramenta que favorece o gerenciamento do cuidado, pois proporciona identificação de riscos e eventos adversos no campo da segurança do paciente, propondo ações de prevenção no intuito de melhorar a qualidade da assistência prestada (COSTA; MEIRELLES; ERDMANN, 2013).
OBJETIVO
Averiguar como ocorre a identificação, a análise e o tratamento dos riscos em hospital público de referência; e enumerar os fatores intervenientes no planejamento e na execução das atividades do serviço de gerenciamento de riscos.
METODOLOGIA
Estudo descritivo, com abordagem qualitativa, realizado em hospital público estadual de referência, em Fortaleza-CE. A coleta dos dados foi realizada entre dezembro de 2013 e janeiro de 2014, após aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa (Nº. 441.450/13). Foram entrevistados todos os profissionais que compõem a equipe do serviço, sendo cinco enfermeiras, uma farmacêutica e uma auxiliar administrativa. Utilizou-se roteiro de entrevista em profundidade que abordava dados de identificação e a questão norteadora: Como tem sido o trabalho desempenhado pelo serviço de gerenciamento de risco nesta instituição e quais os fatores intervenientes nesse processo? Em seguida, os depoimentos foram analisados segundo a técnica de Análise Categorial Temática, emergindo 4 categorias temáticas, cujos depoimentos foram discutidos segundo as mais recentes evidências científicas sobre gestão de riscos e segurança do paciente.
RESULTADOS
Segundo os gestores, o serviço de gerenciamento de riscos desenvolve atividades de tecnovigilância, famacovigilância e hemovigilância, segundo o preconizado pela ANVISA, integrando a rede sentinela de hospitais. A ênfase do trabalho da gestão de riscos é na busca ativa, uma vez que a notificação espontânea não é realidade da instituição. Quanto aos fatores intervenientes para o efetivo gerenciamento de riscos, os gestores destacaram falta de conhecimento e sensibilização dos profissionais da assistência; elevada rotatividade de profissionais; subnotificações e ausência de sistema informatizado e treinamento e capacitação inadequados. No que se refere à estrutura do setor de gerenciamento de riscos, observou-se um processo de trabalho interno organizado, sendo composto por equipe integrada, que busca atualização permanente.
CONCLUSÃO
Para suprir a demanda do gerenciamento dos riscos, deve-se instituir um processo de consolidação e parceria que atue de forma direta e permanente com as unidades assistenciais e que permita comunicação efetiva sobre as informações geradas sobre riscos e eventos adversos, com vistas à segurança do paciente.
REFERÊNCIAS
CHRISTOVAM, B.P.; PORTO, I.S. Habilidades na gerência do cuidado: aspectos conceituais e suas aplicações. Disponível em: http://www.uff.br/anaissegerenf/pdf/PALESTRA%20HABILIDADES%20NA%20GER%CANCIA%20BARBARA.pdf. Acesso em: 12 nov. 2012.
COSTA, V. T.; MEIRELLES, B. H. S.; ERDMANN, A. L. Melhores práticas do enfermeiro gestor no gerenciamento de risco. Revista Latino-Americana de Enfermagem, Ribeirão Preto, v. 21, n. 5, p. 1-7, set./out. 2013.