INTRODUÇÃO
O envelhecimento populacional carrega múltiplas transformações sociais, culturais, econômicas e familiares. Percebe-se que, embora existam políticas, o extrato populacional de idoso, ainda, clama o respeito e a efetividade dos direitos. Considerando que a equipe de atenção ao idoso é formada pelas pessoas mais próxima à realidade dele, resolveu-se conhecer como representam o idoso, a partir dos questionamentos: Quais as representações sociais dos cuidadores sobre a velhice, o idoso e o cuidado ao idoso institucionalizado?
OBJETIVOS
Conhecer os conteúdos que integram as representações sociais dos cuidadores de uma ILPI sobre a velhice, a pessoa idosa e o cuidado ao idoso; Aplicar um jogo educativo com os cuidadores para discutir a velhice, o idoso e o cuidado ao idoso a partir de sua representação social.
METODOLOGIA
Pesquisa-ação, fundamentada na Teoria das representações sociais. Realizou-se em uma ILPI do município de Fortaleza-CE, de julho a outubro de 2013. A população foi composta por 126 componentes da equipe de atenção ao idoso, prestadores de cuidado direto ou indireto. A amostra constitui-se de 60 pessoas. Os critérios de inclusão foram: trabalhar na ILPI há mais de seis meses; participar do cuidado ao idoso e prestar serviços em algum turno do dia na ILPI. Foram excluídos os servidores que estavam de férias e/ou licença e pessoas voluntárias na ILPI. Para a coleta de dados, usou-se a Técnica de Associação Livre de Palavras (TALP) e um formulário com dados
¹ Enfermeira. Mestranda em Cuidados Clínicos de Enfermagem e Saúde da UECE.
² Enfermeira. Mestranda em Cuidados Clínicos de Enfermagem e Saúde da UECE.
³ Enfermeira. Prof. Titular de Enfermagem da UFPI. Doutoranda em Cuidados Clínicos de Enfermagem e Saúde pela UECE.
4 Acadêmica de Enfermagem do 8º semestre da UECE. Bolsista FUNCAP na Linha de Pesquisa: Cuidado Clínico ao Idoso e Práticas Educativas.
5 Enfermeira. Prof. Dra. Titular de Enfermagem da UECE. Especialista em Gerontologia pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia. Coordena a Linha de Pesquisa: Cuidado Clínico ao Idoso e as Práticas Educativas.
sociodemográficos para conhecimento das representações e identificação dos participantes, depois foi construído um jogo educativo com base nas Representações Sociais do grupo e, por fim, um novo TALP para constatar mudanças após o jogo educativo. Os dados foram analisados por meio de estatística simples e apresentação gráfica. A pesquisa respeitou os preceitos ético-legais da Resolução 196/1996 do Conselho Nacional de Saúde e teve aprovação do Comitê de Ética da UECE pelo número de Protocolo: 11223077-6 e Folha de rosto: 449818.
RESULTADOS
Houve a predominância de indivíduos do sexo feminino (70%) onde, culturalmente, a sociedade imputa o papel de cuidar à mulher; 43% dos entrevistados possuíam o segundo grau incompleto, sem uma preparação específica destes; 3,3% dos profissionais se dizem católicos, onde há uma raiz de cuidado ligado à caridade; 71,6% deles não reside com idoso, sendo o contato mais técnico e superficial; e a renda mensal de 1/4 dos profissionais é igual a um salário mínimo, área pouco reconhecida. Em relação às Representações Sociais, observou-se que os fatores psicológicos foram predominantes e positivos enquanto à velhice, a pessoa idosa e o cuidado ao idoso, antes e após a aplicação do jogo, sendo a velhice representada pelo amor; o idoso como alguém que merece cuidado e respeito; e o cuidado ao idoso como sinônimo de amor e atenção. Houve mudança no segundo momento do TALP, onde apareceram novas representações da velhice, com predominância de fatores emotivos e influência do tecnicismo no cuidado.
CONCLUSÃO
Conclui-se que as Representações Sociais dos cuidadores dessa instituição representa o idoso de uma forma positiva, assim como a velhice e o cuidado, sendo a palavra "amor" a mais solicitada entre os entrevistados. O estudo possibilitou o vínculo com os membros da equipe, compartilhamento de saberes vinculados à temática e reflexão dos membros sobre conceitos do senso comum para fundamentar a prática vigente.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Conselho Nacional de Saúde. Resolução n°196, de outubro de 1996. MOSCOVICI, S. A representação social da psicanálise. Rio de Janeiro: Zahar, 1978.